Anunciado de forma profética, o retorno de Jesus se tornou mais uma notícia nas últimas semanas após meses de especulação na Seleção Brasileira. Diferente de Jesus Cristo, o português Jorge que leva o complemento daquele que é o nome mais famoso da história, está ponderando sobre reencontrar o solo brasileiro após uma expedição mal-sucedida na Turquia.
Segundo o jornal português ‘Record’ em materia publicada no domingo (26), Jorge Jesus receberá nos próximos dias a visita do ídolo rubro-negro e goleiro histórico da Seleção Brasileira e da Internazionale, Júlio César. A informação é que o agora representante de atletas atue como intermediário em uma possível negociação entre a Confederação Brasileira de Futebol e o treinador português.
A ‘ordem’ teria partido do próprio presidente Ednaldo Rodrigues que não parece tão confiante como antes no acerto com o italiano Carlo Ancelotti, embora as negociações tenham avançado consideravelmente para ele assumir o comando da Seleção Brasileira.
Mesmo com as suspeitas no ar, Júlio César apareceu em sua conta no Instagram para afirmar que não está atuando como intermediário e que, na verdade, reside em Lisboa há quatro anos.
Ednaldo Rodrigues em recente declaração a ‘Reuters’ esclareceu que não há negociação oficial, apenas sondagens e estas muito positivas de ambos os lados. A boa relação do italiano com os principais nomes da atual Seleção Brasileira tem sido um fator importante para balançar o treinador na decisão de sair ou não do Real Madrid.
Ainda de acordo com a publicação do ‘Record’, Jorge Jesus garantiu que existe o desejo de comandar a Seleção Brasileira, “Há alguém que não gostasse de assumir a seleção do Brasil? A verdade é que ninguém falou comigo, nem agora, em Lisboa, nem antes. Todos sabem que o meu contrato com o Fenerbahçe termina em maio, e só depois disso é que tomarei decisões sobre o meu futuro. Sempre foi assim”.
O treinador ainda não confirmou sua saida da Turquia, mas matérias veículadas na imprensa portuguesa apontam que tanto ele quanto o Fenerbahçe decidiram por não prosseguir com o trabalho em conjunto. Desde então, o nome do português está sendo especulado na CBF e também no Flamengo, que vive uma ‘crise não assumida’ com Vitor Pereira.
O pesadelo do ‘Quase’
O ‘quase’ é o advérbio mais temido da CBF nas últimas semanas. Com a pouca garantia de sucesso com o italiano Carlo Ancelotti, voltaram as especulações de possíveis planos ‘A’, ‘B’, ‘C’ e por ai em diante. Apesar do otimismo crescente entre os ‘velhos lobos’ da entidade máxima do futebol brasileiro, a realidade começa a bater na porta.
O desastre anunciado durante o amistoso contra o Marrocos, em que a Seleção Brasileira foi derrotada por 2 a 1, incitou ainda mais os críticos da ‘espera’ que Ednaldo Rodrigues condicionou a CBF a ter por pelo menos uma chance mínima de ser ouvida por Ancelotti.
A pressão aumentou após o ‘Globoesporte’ ter revelado que a convocação e a escalação de Andrey, volante do Vasco, e sem nenhuma partida na primeira divisão brasileira, teria sido realizada para supostamente ter atendido a desejos do empresário do jogador e uma possível ‘ajudinha’ da CBF para que o garoto atingisse a pontuação mínima exigida pela Premier League.
Com o caldo quase entornando, Ednaldo segue batendo na tecla de que ‘Ancelotti‘ é o plano ‘A’ da Seleção Brasileira. ‘A escolha óbvia’ como ele vem tratando o italiano nos últimos dias. Durante a entrevista para ‘Reuters’, o dirigente apontou que o futuro treinador da Amarelinha é o principal motivo de cobrança feito pelos torcedores,
“Ancelotti não é apenas o favorito dos jogadores, mas também dos torcedores. Em todos os lugares que vou no Brasil, em todos os estádios, ele é o primeiro nome que os torcedores me perguntam. Eles falam dele de forma muito carinhosa, em reconhecimento a um trabalho exemplar que tem feito em sua carreira”, afirmou Rodrigues.
O sonho da CBF e de sua torcida para a Seleção Brasileira pode esbarrar na vontade de Ancelotti em permanecer na Europa. Segundo o ‘Marca‘, o italiano ainda não decidiu sobre ficar ou não no Real Madrid e embora tenha balançado com a proposta tupiniquim, o entrave do idioma seria o principal dos motivos que pesam contra a Canarinho.
Escassez de nomes de peso
Se a vaga de treinador está complicada para os dirigentes do primeiro escalão da CBF, o cargo de diretor ou coordenador de Seleções está vago e ao que tudo indica a oferta está muito menor que a demanda criada internamente. Por decisão de Ednaldo Rodrigues, o nome só será anunciado após a escolha do novo comandante.
Porém, segundo o UOL algumas personalidades aparecem como favoritas a receberem um convite caso as negociações avancem tanto com Ancelotti quanto com Jorge Jesus ou até mesmo Fernando Diniz. Mas o perfil centralizador de Ednaldo Rodrigues, e sua vontade em não dar muita autonomia ao postulante do cargo tem afastado os próprios candidatos.
Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, era visto como o nome forte a receber esse convite. Mas a falta da ‘carta-branca’ para agir o fez repensar sua escolha em sair da política corinthiana, e ele segue atuando de forma periférica no Parque São Jorge. Branco, tetracampeão em 1994 e atual coordenador da base da Seleção ganhou força nos últimos dias mas ainda é visto como um ‘nome sem peso’.
Ainda segundo o UOL, Thiago Scuro, head de futebol do RB Bragantino e Gabriel Lima, atual CEO do Cruzeiro foram cogitados, mas esbarram na mesma exigência de Sánchez, a falta da ‘carta-branca’. Nomes amigáveis surgiram como o ex-jogador Kaká, mas a falta de experiência em gestão de futebol o fez aparecer como o mais rejeitado entre os ‘favoritos’.
Recentemente, Leonardo, ex-diretor de futebol do Paris Saint-Germain voltou a ser especulado para o cargo. Nomes mais veteranos como Paulo Roberto Falcão, homem forte do futebol do Santos, ganhou apoio de nomes de peso da imprensa esportiva como Casagrande e Galvão Bueno e até mesmo Luiz Felipe Scolari e Juninho Pernambucano foram ventilados.
Após a saída repentina de Taffarel como treinador de goleiros, o último vestígio da era Tite dentro da Seleção Brasileira, abriu uma sequência de incógnitas do futuro da amarelinha. Os dois principais postos para o comando da mais vencedora das seleções continuam vazios e sem previsão de serem ocupados, isso quando a principal rival, Argentina, já garantiu a continuidade da comissão técnica campeã mundial no Catar para mais um ciclo de Copa.
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