Coritiba

Conselho Deliberativo do Coritiba aprova a venda da SAF do clube após votação

Foto: Divulgação/Coritiba

Nesta última terça-feira (30), o Conselho Deliberativo do Coritiba aprovou a venda SAF do clube com 187 votos a favor, dois votos contra e uma abstenção. Esta votação foi o primeiro passo para a aprovação da SAF, o próximo acontece nesta quarta, que é a vez dos sócios do Coritiba votarem sobre a SAF.

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Vale destacar que profissionais da SAF do Coritiba, como Arthur Moraes e Carlos Amodeo, já estão atuando no dia a dia do Coxa e também já tomaram medidas, como afastamento de alguns jogadores e demissão de profissionais do clube.

O próximo passo para a aprovação da venda da SAF acontece nesta quarta, que é a votação dos sócios. Essa ação acontecerá de forma online, todos os sócios que estão em dia com o clube terão o direito de votar.

No último ano, o Coritiba fez uma pesquisa com os seus sócios questionando sobre qual a visão da sua torcida sobre a chegada da SAF, o levantamento teve uma aprovação de 95%. Apesar dessa aceitação inicial, a diretoria do Coxa entende que agora com o investidor definido, esse passo é muito importante.

Depois da votação dos sócios, a SAF do Coritiba terá um último passo para ser aprovado: a aceitação da juíza responsável pela Recuperação Judicial (RJ). Com o posicionamento da juíza, a SAF do Coxa estará aprovada.

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A dívida da associação será totalmente quitada pela SAF, ao longo de 10 anos, respeitando os prazos e condições negociadas com os credores. Ela irá repassar os valores para a Associação cumprir com os pagamentos.

Os principais pontos do acordo

  • Quitação total da dívida do clube – em torno de R$ 270 milhões;
  • Construção de um novo centro de treinamentos – investimento de R$ 100 milhões;
  • Reforma e modernização do estádio Couto Pereira – R$ 500 milhões;
  • Mais R$ 450 milhões para operação (reforços e capital de giro);

Investimento

No acordo, investimento em reforços e na construção do novo centro de treinamento são obrigatoriedades por contrato. A Treecorp terá dez anos para investir a quantia acima em reforços. O CT de Campina Grande do Sul, agora é propriedade da SAF, o aporte deverá ser feito imediatamente.

Diferente do CT, o Couto Pereira seguirá como propriedade do Coritiba, que por sua vez assinará um contrato de cessão por 50 anos, renováveis por mais 50, para a SAF. No investimento da Treecorp, a quantia direcionado para a reforma do estádio é um compromisso formal, condicionado a determinado fatores.

A Treecorp tem sete anos para começar as obras e no máximo dez para a reforma ser completa, caso essa linha do tempo não seja cumprida, existem punições contratuais, como o impedimento de retirar dividendos (participação sobre os lucros da empresa) por parte dos investidores.

Dívida do Coritiba

Em relação a dívida do Coritiba, o clube paranaense tomou um caminho diferente dos outros clubes que já são SAF no futebol brasileiro. O Coxa já concluiu sua recuperação judicial, na qual obteve descontos de credores e alongou o pagamento da dívida em 12 anos.

Na criação da SAF, a Treecorp agora fica responsável pela dívida e outros ativos, contratos de jogadores, patrocínios e direitos de transmissão, por exemplo, o Coritiba perderá a maior parte de suas receitas.

Em troca, a associação civil receberá da empresa investimento para o futebol e outros setores. Esses valores variam a cada ano e têm como finalidade o cumprimento do acordo feito na recuperação judicial. Portanto, a SAF não receberá as dívidas, porém agora é a responsável para efetuar o pagamento dela.

Quem vai liderar?

Como acionista minoritária, o Coritiba manterá a responsabilidade de fiscalizar a administração dos novos proprietários, por meio da governança, além de ter força para negar mudanças em relação a tradição.

Haverá um Conselho de Administração, com até dez integrantes, dos quais a associação poderá indicar um representante. O Conselho Fiscal terá cinco nomes, sendo um deles nomeado pelo Coritiba. Essas são as pessoas que ficarão incumbidas de participar da administração do clube pelos próximos anos.

Metas para o futebol

No contrato com a Treecorp, o Coritiba incluiu alguns acordos mínimos para que as coisas andem no futebol.

A empresa terá que gastar por ano um mínimo de R$ 120 milhões ou 50% da receita, o que for maior, no item que chamou de “investimento em futebol”. Ele é composto pela folha salarial e por contratações.

Na teoria, significa que, se a soma de salários e direitos de imagem for de R$ 80 milhões no ano, pelo menos R$ 40 milhões deverão ser utilizados para comprar direitos federativos e econômicos de atletas.

A meta do Coritiba é a estabilidade no Campeonato Brasileiro e a conquista de títulos, não existe punição para a Treecorp caso as metas esportivas não sejam cumpridas. O mecanismo é financeiro.

Também vale lembrar que, caso o Coritiba seja rebaixado para a Série B, o investimento sofrerá um corte, pois não existe necessidade de uma quantia tão grande para a disputa da segunda divisão.

Quem é a Treecorp?

Criada em 2010, a Treecorp tem três sócio-diretores e aproximadamente R$ 2 bilhões sob gestão em 11 empresas de seu portfólio. Ademicon, Zeedog, Cabana Burguer e Zul digital são algumas delas.

O Coritiba, inclusive, tem uma parceria com Ademicon: o “Consórcio Coxa” de forma digital. Ao adquirir, o torcedor do Coxa estará automaticamente contribuindo com o clube. Não existe relação de interesse antigo, já que o consórcio foi realizado em 2021.

O nome mais conhecido, contudo, é do ex-publicitário Roberto Justus, que entrou na empresa há dois anos. No final do ano passado ele disse que estava comprando um clube de futebol em entrevista ao podcast Flow e que não era o “seu time de coração”. Justus torce para o São Paulo.

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