Era 8 de abril de 2017, final do 1º Split do CBLOL 2017, realizada no Classic Hall, em Olinda-PE. No fim, vitória por 3 a 0 da RED Canids contra a Keyd Stars, sendo o primeiro título da Matilha, que depois venceria as edições do 2º Split de 2021 e do 1º Split de 2022.
Naquele ano, RED Canids e Keyd Stars montaram um elenco repleto de estrelas. E seis anos depois, um representante de cada equipe estará em Recife no próximo dia 9, para a grande final do 2º Split do CBLOL 2023. Nappon, ex-jungler da RED e Takeshi, ex-midlaner da Keyd, voltam a solo pernambucano, mas desta vez na posição de casters da transmissão da Riot Games Brasil.
Takeshi e Nappon competiram pela última vez em 2019 no Circuito Desafiante, o campeonato da 2ª divisão daquela época. Em 2020, ambos entraram no time de comentaristas permanentes do CBLOL e desde então ambos têm ganhado cada vez mais protagonismo e mostrando desenvoltura como apresentador e repórter.
Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, Takeshi e Nappon falaram sobre como mantiveram a relação após começarem a trabalhar juntos, as diferenças entre as carreiras de pro player e caster, além de palpitar sobre a final entre LOUD e paiN Gaming.
ENM: Como ficou a relação de vocês após começarem a trabalhar juntos? Ainda rola aquela zoação nos bastidores?
Takeshi: A relação de amizade continuou firme após o período que trabalhamos juntos como jogadores! Ficou um pouco mais para o Nappon a parte da zoação, após ele conseguir o título em 2017, mesmo assim tivemos histórias em bootcamp juntos e até campeonatos que meu time e o dele defenderam o Brasil no título do Rift Rivals em 2017.
Nappon: Definitivamente rola uma zoeira boa entre todos os casters nos bastidores hahahah! Trabalhar com o Takeshi é sempre muito tranquilo, ele sempre tem um plano bem traçado, que ajuda a ficar tudo mais suave.
ENM: Qual o sentimento de cada um voltando para Recife? Pro Nappon, especial por ter sido o primeiro título da RED Canids. Pro Takeshi, infelizmente o vice.
Takeshi: Joguei 2 campeonatos no nordeste, um em Fortaleza em 2014 e outro em Recife em 2017, e em ambos senti como a torcida é extremamente apaixonada pelo League. Infelizmente para mim em 2017 fiquei com o segundo lugar, mas guardo ótimas lembranças dessa final, meus pais foram até o evento me ver jogar, a galera dava muito apoio, ficavam esperando a gente em frente ao hotel para trocar uma ideia.
Nappon: É insano às vezes lembrar daquele dia. Parece que não foi real. E acho que pisar lá de novo vai me relembrar o quão especial é aquele lugar e aquele título para mim, além do que, todas as similaridades na preparação já estão me dando esse sentimento bom.
ENM: Existem inúmeras diferenças entre pro player e caster. Vocês conseguem sentir a mesma emoção comentando quando estavam no rift?
Takeshi: São níveis de emoções diferentes. Quando jogador, o sentimento antes de começar a partida é muito mais intenso, aquele frio na barriga e você acaba extravasando somente no fim da partida, já que durante você fica mais focado jogando. Como caster você tenta passar para o público todas as emoções o tempo todo para animar o espectador, passar como está a torcida no local, etc. Eu diria que a emoção como pro ainda é maior.
Nappon: São emoções diferentes. Em uma você é um dos protagonistas da história, na outra, você está contando a história de um novo protagonista. São emoções fod**(fortes) e tão intensas quanto, mas com um ar diferente.
ENM: E as diferenças entre se preparar para uma final agora que vocês são casters? O hype aumenta por ser fora do estúdio?
Takeshi: A preparação para a final é sempre mais intensa, são muitos ensaios para que o show fique 100%! O hype é gigantesco por ser fora do estúdio em outra cidade. Serão milhares de pessoas em um ginásio lotado que com certeza aumenta o hype e nossa responsabilidade em entregar um show a altura.
Nappon: Essa semana foi de estudo, bem similar a como era na época de jogador. A gente estuda os times, os principais picks, costumes, etc, para poder passar a informação para o público direitinho. E por ser em outra cidade, outra arena, outras pessoas, e com os 2 melhores times dos splits, só deixa o hype ainda mais lá em cima!
ENM: Agora como casters, o que os players poderiam aproveitar mais durante as carreiras deles que eles deixam de lado? E algo que vocês fizeram e que os jogadores hoje não aproveitam?
Takeshi: Acho que o básico seria realmente trabalhar a imagem, mas é difícil julgar alguém que não faça, pois os treinos e o dia a dia do jogador é muito intenso. Sinceramente hoje os jogadores aproveitam bem toda a estrutura que é proporcionada para eles. Dá até aquela inveja boa por eles conseguirem jogar todas as partidas na frente de uma platéia.
Nappon: Saúde e imagem perante a comunidade são os 2 pontos mais importantes para um jogador. Para ambos os pontos o cenário é muito mais profissional hoje em dia. Com mais gente envolvida, com profissionais melhores para a área de desempenho/saúde/imagem. O importante é saber utilizar as ferramentas!
ENM: Por fim, como vocês esperam que seja a final? A LOUD vai para a dinastia ou a paiN se redime?
Takeshi: O favoritismo da LOUD é real! Mas eu costumo dizer que o jogo é jogado e a paiN entra buscando mais uma revanche na frente de uma torcida que sempre apoia muito. Se eu tivesse que cravar um resultado seria LOUD, mas espero uma grande final e como sempre digo.. o jogo é jogado.
Nappon: É difícil não ficar com o sentimento de que a LOUD vai pra dinastia por conta do histórico recente, só que vendo toda a história da paiN e tudo que eles conseguem alcançar, me surpreenderia zero se quem fizer história no dia 09/09 for a paiN!
A final entre LOUD e paiN Gaming será disputada em série melhor de cinco partidas (md5). A equipe que vencer levanta a taça e fatura o prêmio de R$ 115 mil. Além disso, o campeão conquista vaga no Worlds 2023, o Campeonato Mundial de LoL, que será disputado na Coreia do Sul.
Pingback: Recife recebe neste sábado (9), a final do 2º Split do CBLOL 2023