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Cinco anos da chegada de Paolo Guerrero: da euforia a decepção

Foto: Gilvan de Souza / Divulgação

No dia 29 de maio de 2015, o Flamengo anunciava a contratação do atacante Paolo Guerrero. O peruano era a primeira grande contratação da Era Bandeira de Mello, que assumiu dois anos antes prometendo saldar as dívidas, limpar o nome do clube na praça para só depois pensar em reforços de peso.

Para mostrar que não era mais uma falácia de dirigente, um dos primeiros atos de Bandeira foi devolver Vagner Love, então melhor jogador do time, ao CSKA Moscou por não ter condições de pagar o valor acordado pela antiga gestão de Patrícia Amorim.

Guerrero chegava para ser o símbolo da “nova era”, do Flamengo que voltaria a brigar por títulos grandes, a ter jogadores de alto nível e craques de seleção em seu plantel.

Paolo chegava a custo zero: com o fim do seu contrato com o Corinthians, ele estava livre para assinar com o rubro-negro. O acordo era de três anos, salário de R$ 650 mil reais mais luvas de R$ 16 milhões diluídas no tempo inicial de contrato.

Foto: Gilvan de Souza

O começo de Paolo Guerrero foi simplesmente arrasador: fez gol nos três primeiros jogos contra Internacional, Náutico e Grêmio. Após isso, um jejum de cinco jogos e depois marcou novamente contra o São Paulo.

E aí veio a primeira má fase e as primeiras críticas: foram quatro meses sem balançar as redes, uma campanha ruim no Brasileiro, além de eliminação pro maior rival Vasco na Copa do Brasil e jejum de jogos sem vencer o time de São Januário, que foi rebaixado naquele ano na série A.

O ano de 2016 começou bem para Guerrero: fim do jejum de gols em janeiro contra o Atlético-MG pela Primeira Liga, porém a eliminação na semifinal do torneio para o Athlético e outra eliminação para o Vasco da Gama no Carioca fizeram o clima ficar mais pesado para o peruano.

O primeiro semestre de 2016 continuava sombrio: agora a eliminação para o Fortaleza na Copa do Brasil ainda na segunda fase com duas derrotas por 2×1. A torcida do Flamengo começava a cobrar que Guerrero aparecesse mais nos jogos grandes, principal reclamação que perseguiu Paolo até a sua despedida.

No Campeonato Brasileiro, o Flamengo brigou pelo título durante boa parte do campeonato, mas terminou em terceiro atrás de Santos e do campeão Palmeiras. Guerrero terminaria o ano como artilheiro do clube com 18 gols.

Guerrero comemorando 100 jogos pelo Flamengo
Foto: Gilvan de Souza

O ano de 2017 foi de altos e baixos para Guerrero: foi campeão carioca, finalista da Copa do Brasil e da Sul-Americana, em compensação, a queda na primeira fase da Libertadores e o sexto lugar no brasileiro fizeram a paciência da torcida rubro-negra praticamente esgotar.

Como se não bastasse, em Outubro após um jogo contra a Argentina pelas eliminatórias da Copa, Guerrero testou positivo no doping para a substância benzoilecgonina, o principal metabólico da cocaína, recebeu 6 meses de suspensão e só voltou em Maio/2018 . No dia 13 do mesmo mês, contra a Chapecoense, o peruano marcou seu último gol com a camisa do Flamengo.

Paolo foi disputar a Copa da Rússia e voltou, mas para disputar apenas mais quatro jogos. Nenhuma das partes quis ceder na hora de discutir a renovação, o camisa 9 queria mais três anos de contrato sem redução salarial, a diretoria queria renovar apenas até o fim de 2018 e sugerindo redução nos vencimentos.

Foto: Gilvan de Souza

Esperava-se do camisa 9 que ele fosse o cara dos jogos grandes, o artilheiro das decisões, o atacante que decidiria as partidas, o que de fato nunca aconteceu. Paolo foi no Flamengo, um atacante comum com salário de jogador grande.

Guerrero disputou 115 jogos pelo Flamengo, com 54 vitórias, 32 empates, 29 derrotas e 43 gols marcados. De troféu, apenas o campeonato carioca (2017), que também foi a única artilharia que conquistou pelos lados da Gávea.

O peruano representou o início de uma nova era no Flamengo, mas não deixou saudades na torcida rubro-negra.

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