Os candidatos à presidência do Corinthians, André Negão da chapa Renovação e Transparência, e Augusto Melo da Frente Ampla da oposição, se enfrentaram pela primeira vez em um debate frente a frente. No entanto, os sócios corintianos que assistiram ao debate, programado para a eleição do clube em 25 de novembro, não tiveram muitas propostas concretas para avaliar. Em vez disso, os dois candidatos passaram a maior parte do tempo se envolvendo em ataques pessoais e críticas aos grupos políticos de cada um, em vez de promover ideias e planos para o futuro do clube, especialmente em relação ao futebol. Entre os temas discutidos, estavam questões relacionadas ao orçamento, a gestão do atual presidente Duílio Monteiro Alves, a reestruturação da equipe e a continuidade do técnico recém-contratado, Mano Menezes. O debate foi organizado pelo programa Mesa Redonda da TV Gazeta.
O debate entre André Negão e Augusto Melo consistiu em três blocos. No primeiro bloco, eles responderam a perguntas feitas pela equipe do programa, com direito a réplicas e tréplicas entre os dois. No segundo bloco, ambos tiveram a oportunidade de fazer perguntas um ao outro, com tempo para respostas. A terceira etapa envolveu perguntas de setoristas convidados que cobrem o Corinthians. Por fim, a equipe do Mesa Redonda fez uma nova rodada de perguntas aos candidatos.
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A chapa Renovação e Transparência representa o grupo que lidera o clube desde 2007. André Negão, de 63 anos, é um conselheiro vitalício que já desempenhou papéis de vice-presidente e diretor administrativo no Corinthians. Atualmente, ele ocupa o cargo de presidente da Comissão de Ética e Disciplina do clube. André tem como principal aliado Andrés Sanchez, com quem trabalhou como assessor parlamentar.
Por outro lado, na oposição encontra-se Augusto Melo, um ex-empresário no setor têxtil que atualmente investe em quadras de areia na capital paulista. Com 59 anos de idade, Melo fez parte do grupo político que controla o Corinthians nos últimos 16 anos. Entre 2015 e 2016, ele assumiu o cargo de assessor nas categorias de base do clube. Posteriormente, tornou-se investidor do União Barbarense. Nas eleições passadas, em 2020, Augusto Melo ficou em segundo lugar, com uma diferença de 142 votos em relação a Duílio.
Mudanças e reformulação no elenco
A idade média elevada do elenco e a necessidade de reformulação da equipe foram temas previamente discutidos quando Mano Menezes ingressou no clube. Durante o debate, essas questões surgiram novamente. André Negão argumenta em favor de contratações cirúrgicas, sem mencionar explicitamente a dispensa de jogadores. No entanto, ele ressalta a importância de dar autonomia à comissão técnica em sua potencial gestão, afirmando que “as contratações serão determinadas exclusivamente pela comissão técnica e pelo executivo de mercado que iremos contratar”.
Augusto Melo adotou uma postura mais incisiva, afirmando claramente que uma reformulação será necessária se ele se tornar presidente. Ele declarou: “Um time de futebol é construído com base em um bom scout, não por meio de parcerias e indicações. Vamos nos reunir com nossa comissão técnica para contratar jogadores que não tenham salários exorbitantes e estejam em uma faixa etária adequada.” Quando questionado novamente durante o bloco em que jornalistas fizeram perguntas, Melo não mencionou os jogadores veteranos do elenco atual e indicou que uma avaliação será realizada após o término do Campeonato Brasileiro. No entanto, quando questionado diretamente sobre Renato Augusto, Melo reconsiderou sua posição e destacou a importância de jogadores experientes. Por outro lado, André Negão salientou que a decisão sobre as contratações ficaria a cargo da comissão técnica.
Eleições corinthianas
No dia 25 de novembro, os associados do Corinthians se dirigirão às urnas para eleger não apenas o presidente, mas também para votar em 200 conselheiros com mandato de três anos. A eleição ocorrerá na sede social do Corinthians, o Parque São Jorge, das 9h às 17h. Logo após o encerramento da votação, o processo de apuração terá início. Desta vez, em contraste com o processo eleitoral de 2020, as urnas eletrônicas serão utilizadas, conforme estipulado pelo estatuto do clube. A comissão eleitoral do Corinthians assegurou o empréstimo das urnas do Tribunal Regional Eleitoral, que também fornecerá funcionários para auxiliar na organização da eleição.
Têm o direito de votar os sócios patrimoniais e remidos do clube social com mais de 18 anos, desde que tenham sido admitidos há pelo menos cinco anos e estejam em dia com todas as obrigações financeiras até dois meses antes da eleição. Os dependentes não têm direito ao voto.