Após conquistas do Carioca e principalmente da Copa Libertadores, o Fluminense se recusa a parar de tentar se superar a cada desafio imposto. Na próxima sexta-feira, o tricolor deve encarar um dos maiores embates da história do clube, diante do melhor time do mundo há algumas temporadas, caso o Manchester City se classifique sobre o Urawa Reds.
Sofrendo na primeira etapa contra o Al Ahly, o Fluminense mais uma vez se provou como um time com mentalidade vencedora. Segurou o empate até o intervalo, escapou do abafa inicial dos egípcios e regulou a partida no segundo tempo, impondo seu estilo de jogo e criando chances de perigo, ao mesmo tempo que se arriscava diante do forte contra-ataque adversário.
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A confiança inabalável entre os jogadores permite que riscos sejam assumidos, porque mesmo que jogadas deem errado, os companheiros ao lado se comprometem à correr quantos metros sejam necessários para recuperar o bem maior do time: a bola. Um Fluminense que se recusa a abrir mão do principal elemento do jogo, que gosta de fazer seus jogadores se aproximarem para “brincar de bobinho”, até uma inversão inesperada achar Keno, Arias, Cano, quem seja.
Independente do adversário, é sempre esperado que o time de Fernando Diniz faça o que treina e coloca em prática há mais de um ano e meio. Ocasiões de diferentes escalas de importância não são parâmetros que façam o Fluminense se adaptar ao que o outro propõe, e nem ao que a relevância do jogo em si representa.
É muito fácil escrever isso quando o taça da Libertadores já está guardada na sala de troféus de Laranjeiras, mas não foi surpresa alguma numa final tão importante para o clube, assistir Martinelli, André e Nino trocarem passes quase na pequena área defensiva. Muito menos se chocar com a tranquilidade com que os jogadores confiam em Fábio para participar da construção na defesa.
A grande final do Mundial de Clubes não servirá de prova alguma para aquele que se propõe a entender o futebol além do resultado. Perder para o Manchester City não é vergonha para nenhum clube no mundo. A questão é que o time que deu à milhões de tricolores a possibilidade de gritar “É campeão” após um dos maiores traumas da história do clube na grande competição da América, se recusa à entrar em campo sem gana por vencer. E com isso, continua fazendo a torcida sonhar.