Em participação no programa “Papo de Segunda”, do GNT, a jogadora de vôlei Carol Solberg comentou sobre o seu caso ao ser advertida pelo STJD ao falar “Fora, Bolsonaro”, em uma entrevista para o canal da CBV. Além disso, a atleta quis reforçar o papel do atleta no mundo atual, ressaltou o seu incômodo com “neutralidade imposta aos atletas” e diz que “não dá para ficar quieto diante de tanta barbárie”.
– Me incomoda muito essa neutralidade imposta aos atletas. Acho curioso que a sociedade fala sempre que os atletas são exemplos para as crianças, para as novas gerações. Fico pensando que exemplo é este de uma pessoa totalmente alienada, que não fala nada sobre o que pensa, que não está nem aí para o que está acontecendo no mundo. Se o atleta não pode falar, ele não é exemplo de nada. Está mais do que na hora de debatermos este assunto, porque este lugar de neutralidade do atleta não dá mais. Diante do que está acontecendo no Brasil e no mundo, está mais do que na hora de refletirmos e entendermos a importância de todo cidadão se posicionar. E o atleta é um cidadão como qualquer outro. Não dá para ficar quieto diante de tanta barbárie – disse.
Para a atleta, o que ela fez foi apenas se manifestar contra um estado de coisas que acontece no Brasil. Carol também cita as medidas tomadas por Bolsonaro ao longo do governo.
– Eu não usei a entrevista como palanque ou fiquei fazendo propaganda de determinado candidato. Eu manifestei a minha indignação com este governo, que mata a população preta e pobre, que está destruindo nosso meio ambiente, faz apologia a torturadores. Nós temos um presidente que participa de atos pedindo a volta do AI-5. [Que promove] o desmonte total da nossa cultura, um desprezo pelos nossos artistas, ameaça a imprensa. É uma atrás da outra. Ri da nossa cara, mente. Não é só política, é uma questão de direitos humanos, vai para outro lugar. É uma indignação. Sou uma cidadã como outra qualquer – comentou.
Durante a entrevista com o apresentador Fábio Porchat, Carol mostrou que não aceitou a pena de advertência imposta pelo STJD da CBV. Disse que vai recorrer e que se sentiu censurada no julgamento.