Na próxima quarta-feira (8), o Fortaleza encara o Nacional Potosí pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. Para continuar pontuando na competição, o Leão do Pici vai precisar vencer o maior desafio da partida, jogar em Potosí, na Bolívia, cidade que fica a 4.090 metros de altitude. Pensando nas dificuldades, o Departamento de Futebol do Fortaleza detalhou o planejamento para a viagem, com cuidados na preparação, alimentação e logística.
Conforme divulgado pelo Fortaleza, o plano para a viagem à Bolívia foi pensado com antecedência, afim de amenizar os transtornos causados pela altitude. Esta será a primeira vez que o Tricolor de Aço jogará uma partida em território boliviano, por isso a troca de informações com equipes que já tiveram essa experiência foi importante para o roteiro da viagem.
O supervisor de futebol Júlio Manso contou que a equipe tricolor contatou Flamengo, Grêmio, Fluminense e São Paulo, que jogaram na situação adversa recentemente, além de trocar informações com o Boca Juniors, que também enfrentou o Nacional Potosí na altitude. “Recebemos toda a programação que o Boca viveu em Potosí há duas rodadas, com todos os detalhes. Recebemos até os vídeos dos hotéis, da viagem, da estrada. Sentamos com a comissão técnica, preparação física, daí fechamos horário de voo, horário de chegada, de treinamento, tudo de acordo com a fisiologia, fisioterapia, nutrição, preparação psicológica, daí passamos para a comunicação, que divulga nossa programação”, explicou.
DELEGAÇÃO REDUZIDA
Entre as medidas tomadas para a viagem, o Fortaleza decidiu por reduzir a delegação que estará na Bolívia. Alguns atletas, como Marinho, Pedro Rocha, Santos e Titi já têm um retrospecto de atuações em altitudes. Além dos jogadores, a comissão técnica conta com Luis Azpiazu, o preparador físico argentino que trabalhou em clubes bolivianos e que esteve em Potosí em uma oportunidade pelo Campeonato Boliviano. Entretanto, muitos vão para a altitude pela primeira vez e a prioridade é por uma delegação menor para dar maior atenção aos atletas.
“Numa delegação maior, para além dos atletas, seriam mais pessoas, e no caso de acontecer algo, precisaríamos dar suporte médico, claro. Por exemplo, sempre vão dois roupeiros, nesse só vai um. Eram dois fisioterapeutas, só vai um, para dar vez a um segundo médico. Ou seja, vamos aumentar as pessoas em funções prioritárias, como dois nutricionistas, ao invés de um, que vai normalmente”, contou Manso.
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LOGÍSTICA
Após a partida deste sábado (4), o Fortaleza fica em São Paulo até terça-feira (7), quando pega o avião fretado para Sucre. Na quarta-feira (8), a delegação irá utilizar vans e carros para fazer o translado até Potosí. Após o jogo, o time retorna imediatamente a Sucre, onde pegará o voo fretado para o Brasil.
O Fortaleza ficará em dois hotéis na Bolívia, deste modo, o nutricionista Tiago Fontoura ficará com a delegação em Sucre e Bruna Vasconcelos, a segunda nutricionista relacionada para a viagem, segue antes para Potosí. Tentando evitar os efeitos da altitude, o elenco fará o caminho pra Potosí somente no dia do jogo. “Há uma dificuldade física, fisiológica, mas é possível enfrentar. Muitos clubes já conquistaram bons resultados na altitude, então vamos trabalhar para esses mais de 4 mil metros funcione bem para a gente”, declarou o supervisor.
ALIMENTAÇÃO
Tiago Fontoura, coordenador de nutrição, contou que a preparação nutricional do Fortaleza começou há um mês, visando amenizar os efeitos colaterais da menor oxigenação na altitude. “Nós começamos a preparação, incluindo um incremento de ferro e vitamina C para os atletas. Além disso, usamos também um vitamínico precursor de óxido nítrico, que é um suplemento à base de beterraba. Seu uso é indicado para ajudar na dilatação das veias e auxilia a chegada de oxigênio na corrente sanguínea, pois a ausência de oxigênio é um dos principais motivos dos atletas sentirem o cansaço, quando respiram durante a atividade física”, explica o nutricionista.
Também serão feitas mudanças no cardápio, durante a passagem do Fortaleza em território boliviano. A carne vermelha foi cortada do cardápio, por ser um alimento que demora para ser digerido, e serão utilizados alimentos mais leves. “A digestão na altitude fica um pouco mais lenta. Então vamos utilizar alimentos mais leves justamente para facilitar essa digestão. Vamos usar basicamente batata, arroz, coisas bem mais leves, justamente para melhorar essa adaptação dos atletas”, disse Fontoura.
Com a operação detalhada, o Fortaleza vai em busca dos três pontos, para ampliar a diferença para o segundo colocado do Grupo D da Sul-Americana e se isolar na liderança. Se ganhar do Nacional Potosí, além de bater a altitude, o Laion pode acumular na bagagem 12 pontos na tabela.