Experiente, bicampeão mundial de surfe e classificado para as Olimpíadas de Paris, Filipe Toledo tomou uma aititude inusitada na temporada. Em fevereiro, alegou querer cuidar da saúde mental, decidiu abandonar o circuito mundial e a chance do tri. Em entrevista ao “Globo”, o surfista ressaltou essa ideia e pontuou a família como fator preponderante.
– Cara, na verdade eu não cheguei a ter depressão. Mas 2019 e 2020 foram os dois piores anos que eu tive como profissional. E aí eu consegui me reerguer, ter aquela chama e voltei. Foi preciso para poder surfar, fazer o que sei, que é competir, entregar meu melhor, me sacrificar pelo surfe. Mas este ano coloquei a mão na consciência. Estou fazendo isso há 11 anos, tenho dois títulos mundiais. E tenho uma família, meus filhos, minha esposa e meus pais. Então, por que não parar? – explicou antes de complementar.
– Foi uma decisão antes que começasse algo pior. Eu mereço. Depois de tudo que eu já conquistei, passei, mereço esse tempo, mereço me cuidar, ser feliz. O surfe acabar tirando isso da gente. Sai a essência do surfe tranquilo, relaxado e divertido, entram as obrigações, horários, tem que fazer tudo certinho. Foi a oportunidade de ter um break, recarregar e voltar mais forte – disse.
WSL apoiou Filipe Toledo
A WSL também se pronunciou, na época, sobre a desistência de Filipe dando apoio ao surfista. A organização do circuito garantiu que o atleta já tem sua vaga garantida na elite de 2025 pelo “wildcard”.
– Nós apoiamos a decisão do Filipe de priorizar sua saúde mental e física no momento que ele dá um passo para trás. Esperamos que isso dê a ele o espaço que ele precisa para se recuperar e esperamos vê-lo de volta entre os melhores em 2025 – disse Jessi Miley-Dyer, chefe esportiva da WSL.
Enquanto isso, Filipe Toledo deseja um bom ano de competições para os colegas de circuito e afirmou que torce para que o favoritismo brasileiro na WSL permaneça.