A seleção brasileira ficou pelo caminho nas quartas de final da Copa América, contra a seleção uruguaia, que vai enfrentar a Colômbia, nas semi. O Brasil teve dificuldades com a proposta de jogo do Uruguai durante os 90 minutos e teve a chance de fazer ao menos um gol, jogando mais de 20 minutos com um jogador a mais. O jogo terminou empatado em 0x0 e os uruguaios se classificaram nos pênaltis
Brasil e Uruguai protagonizaram uma partida muito equilibrada, que exemplifica a expressão: ‘mais brigado do que jogado’. Com 41 faltas na partida, a estratégia uruguaia foi anular o meio-campo do brasileiro com muitas disputas físicas e parando as jogadas na força, quando preciso. O time de Dorival não teve resposta para isso e encontrou muita dificuldade para sair jogando com a bola e se viu obrigado a abusar de lançamentos diretos para o ataque.
O jogo começou ‘brigado’, marcado por muitas disputas físicas, sem nenhum dos times levar grande vantagem ou criar chances de gol. O Brasil a princípio se defendeu de forma mais recuada, dando campo para o Uruguai trabalhar a bola. Essa posse se transformou em escanteios e volume de jogo do time de Marcelo Bielsa.
O Brasil teve sua primeira chance de gol com Endrick, aos 27 minutos. O Uruguai cometeu um erro na saída de bola e o atacante saiu cara-a-cara com o goleiro, mas optou pelo passe para Raphinha. A finalização seria com pé direito (não dominante) e o passe acabou saindo no lugar errado.
O jogo passou a se desenrolar aos 33 do primeiro tempo, quando o zagueiro Ronald Araújo sentiu uma lesão muscular e foi substituído por Gimenez. Logo na jogada seguinte, o Uruguai teve uma chance clara de gol, em cruzamento de Nández para Darwin Núñez, que cabeceou livre entre os zagueiros brasileiros.
Na posse seguinte, o Brasil teve a oportunidade de abrir o placar com Raphinha. O ponta recebeu uma ‘casquinha’ de Paquetá, que deixou o ponta contra a defesa aberta. Mas, a zaga uruguaia forçou Raphinha a finalizar com a direita, que saiu sem direção para a defesa do goleiro Rochet.
A primeira etapa terminou com 50% de posse de bola para cada lado, o Uruguai com uma finalização a mais (5×4) e duas chances claras para o Brasil, contra uma dos uruguaios. Dentro das propostas que cada time se propôs, o time de Bielsa conseguiu deixar o jogo bastante físico, mas, por outro lado, não conseguiu criar perigo a partir de bolas roubadas no campo de ataque.
Enquanto o Brasil praticou um jogo mais direto, com muitos lançamentos (15) e pouca participação dos meio-campistas. Paquetá, Bruno Guimarães e Rodrygo pouco tocaram na bola devido à dinâmica do jogo. Raphinha e Endrick foram os jogadores mais perigosos em jogadas de velocidade e drible.
Na volta do segundo tempo, a dinâmica de jogo se manteve, com o Uruguai forçando muitos duelos e fazendo muitas faltas. Destaque para De La Cruz, que recebeu cartão amarelo aos 15 minutos da última etapa, após 5 faltas cometidas. Por outro lado, o Brasil passou a acionar mais o Rodygo pela ponta-esquerda, sua posição de origem, onde Vini Jr (suspenso) costuma jogar.
Com 20 minutos do segundo tempo, Bielsa dobrou a aposta no jogo físico e trocou De La Cruz por Betancur, outro jogador com forte característica física e com mais tamanho (1,87m) e força. Até que, com 27 minutos, o VAR chamou o árbitro para revisar uma entrada de Nández em Rodrygo. O lateral uruguaio, que inicialmente havia recebido cartão amarelo, foi expulso por um carrinho acima do tornozelo do camisa 10 brasileiro.
Com um a menos, Bielsa decidiu ‘fechar a casinha’, trocando Darwin Núnez e Pellistri por Arrascaeta e Varela. Dorival respondeu com três mudanças, saíram: Paquetá, João Gomes e Raphinha; entraram: Andreas, Savinho e Dougalas Luiz. Faltando 5 minutos para o fim do tempo regulamentar, Rodrygo e Bruno Guimarães foram substituidos por Martinelli e Evanílson.
Apesar da superioridade numérica e as mudanças mais ofensivas de Dorival, a seleção brasileira não conseguiu ser perigosa no fim do segundo tempo. O Uruguai continuou se defendendo bem e anulando o meio de campo do Brasil. O jogo terminou com 26 faltas dos uruguaios e 15 dos brasileiros.
Pênaltis
O Uruguai abriu as cobranças de pênalti, com Valverde, que converteu. O Brasil respodeu com o zagueiro Militão, que desperdiçou a cobrança, em defesa de Rochet.
Betancur acertou a segunda cobrança uruguaia, apesar de Alison ter acetado o canto da batida. Na sequência, Andreas fez a primeira do Brasil e decretou o 2×1 parcial para o Uruguai.
Na terceira rodada, Arrascaeta cobrou no ângulo de Alisson, de forma indefensável. Dougals Luiz, que era o cobrador oficial do Aston Villa, chutou na trave e deixou o Uruguai a um acerto da classificação.
Em cobrança decisiva, o zagueiro e capitão, que havia entrado no lugar de Ronald Araújo, Gimenez chutou para a primeira defesa de Alisson. Na volta, Martinelli fez o gol para o Brasil e manteve viva a esperança.
Ugarte acertou a cobrança na quinta rodada das penalidades e decretou a classificação do Uruguai e eliminação brasileira. A equipe de Bielsa vai à semifinal enfrentar a Colômiba na próxima quarta-feira (10).