A carreira de Ramón Díaz, novo técnico do Corinthians, tem passagens curiosas ainda em seus tempos como jogador, entre elas as “lições” que recebeu para chutar melhor. O professor? Nada menos que Diego Armando Maradona.
O ano era 1979. Díaz e Maradona formavam uma grande dupla de ataque no Mundial Sub-20 disputado no Japão. Na estreia contra a Indonésia, Díaz marcou três gols, enquanto El Pibe D’Oro completou o placar com mais dois.
A jovem dupla voltou a funcionar nas quartas de final: Díaz marcou mais três vezes e Maradona fez um na goleada por 5 a 0 contra a Arábia Saudita. Já na semifinal, cada um marcou uma vez na vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai.
No livro “Maradona: de Diego a D10s”, o jornalista Guillem Balague resgata uma entrevista do craque ao jornal La Nación. Maradona, que pertencia ao Argentinos Júniors, “provoca” o colega de Seleção.
— Você sabe quem ensinou Ramón Díaz a finalizar? Fui eu, o papai aqui — brincou.
O ídolo argentino ainda revelou as “dicas” que deu ao atacante, que naquela época atuava pelo River Plate – time que o consagrou também como técnico.
— Expliquei a ele que para marcar gols não era preciso furar o peito do goleiro. Depois, aprendeu. De nada, Ramón!
Díaz ainda voltaria a marcar na final, assim como Maradona, contribuindo para o placar de 3 a 1 sobre a Polônia e a consequente conquista do título. Naquele Mundial Sub-20, Ramón Díaz foi o artilheiro (com 8 gols), enquanto Maradona foi eleito o Bola de Ouro (marcando 6 vezes no total).
Desafetos
Tempos depois, a amizade virou briga. Os motivos nunca ficaram claros, mas Ramón Díaz acreditava que sua proximidade com Daniel Passarella, rival de Maradona, pudesse ter sido o motivo para ficar fora das Copas de 1986 e 1990 – embora tivesse atuado no mundial de 1982, inclusive na derrota para o Brasil, quando marcou um gol quase no final do jogo.
Em sua última partida oficial, em 1997, Maradona tentou uma reaproximação, apertando a mão de Ramón Díaz, então técnico do River Plate, antes da partida começar. O agora treinador do Corinthians teve uma recepção fria, apesar de estarem cercado de jornalistas.