A sequência de oito jogos de invencibilidade do Botafogo chegou ao fim na noite deste sábado, quando o Alvinegro foi derrotado pelo Cruzeiro, em casa por 3 a 0, no Nilton Santos. Após a partida, o técnico Artur Jorge elogiou o comportamento de sua equipe e disse que o placar não condiz com o desempenho de seu time.
– Análise difícil de fazer. Tivemos um resultado que não estava na nossa expectativa, pouca coisa ocorreu bem para o nosso lado. O outro lado foi competente e capaz de aproveitar as oportunidades. O jogo não teve a diferença que o resultado espelha. Nós tivemos um comportamento bom, as coisas não funcionaram, fomos castigados pelo futebol, aquilo que não se controla. Nos momentos ofensivos não fizemos gol, e nos momentos defensivos concedemos oportunidades e fomos mais passivos para que eles fizessem os gols. A torcida merece mais do que esse resultado, tem sido uma peça muito importante na nossa caminhada, lamento por eles – afirmou o técnico português.
-É só um jogo, não pode ter um peso perto das 12 vitórias que já conquistamos. Claro que não queríamos perder, mas é só um jogo. Temos que levantar a cabeça rapidamente e reagir. O processo é longo e temos muitos obstáculos no caminho – completou.
Durante o jogo, o Alvinegro teve 2% de posse de bola e 17 finalizações, contra 12 do Cruzeiro. 10 chutes foram na direção, mas a equipe parou na grande atuação de Cássio, que viveu uma noite espetacular.
Com o resultado, o Botafogo pode perder a liderança do Brasileirão neste domingo, em caso de uma vitória do Flamengo sobre o Atlético-GO no Maracanã. Se isso acontecer, ambas as equipes ficam com 40 pontos e com o mesmo número de vitórias, mas seu rival levaria a melhor em relação ao saldo de gols.
Artur Jorge também foi perguntado se suas escolhas para esse jogo foram feitas para preservar o time para o próximo jogo. O comandante voltou a dizer que não existe um time misto e que prepara o time de acordo com o adversário.
– Nós temos essa realidade nesse momento, perdemos o jogo e mantemos a liderança. É importante quando temos o goleiro adversário como melhor em campo. Já pode justificar o que foi o nosso desempenho. Tivemos 20 finalizações, 60% de posse de bola. Não conseguimos materializar. Não vencemos porque não fomos eficazes nos momentos ofensivo e defensivo – argumentou.
– Não existe time misto. Preparamos de olho no adversário também. Sabemos que temos muito desse sacrifício para sermos capazes de dar a resposta. É extremamente complicado ter o mesmo nível de performance se tiverem a mesma utilização em todos os jogos. Temos um elenco que nos dá condição de mudar independente – completou.
Ao ser perguntado sobre o que espera do jogo contra o Bahia, pela Copa do Brasil, na próxima terça-feira, Artur Jorge elogiou seu adversário. Para ele, o confronto será o duelo equilibrado.
– Rival dificílimo também. Dois jogos de muito equilíbrio. Será um mata-mata equilibrado. São duas boas equipes. Procuramos ficar em vantagem nessa primeira partida para não termos que corrigir. E sim porque é um novo jogo e que teríamos de olhar de maneira diferente. – disse Artur Jorge.
O Botafogo já voltará a campo em três dias, na terça-feira, quando terá que virar a chave contra o Bahia, novamente em casa, no Nilton Santos, dessa vez pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, às 21h30.
Veja as outras respostas de Artur Jorge:
Substituição de Damián Suárez por Kauê
– Naquilo que é dinâmica e pensamos em alteração é sempre acrescentar à equipe. Trocamos o nosso ala-direito e o nosso ala-esquerdo. Estivemos mais capazes no jogo e sofremos o segundo gol quando estávamos no nosso melhor momento. Fomos para o intervalo com 0x2 e tínhamos que arriscar. Tínhamos que fazer o adversário sentir que tínhamos coragem. Na altura que trocamos Damian por Kauê é porque tínhamos dois adversários bem abertos nos corredores laterais. Tínhamos Bastos e Hugo com Danilo pelo centro. Abdicamos do lateral para colocar um médio que nos dava frescura física e também porque poderia alternar nos corredores com o Luiz. Arriscamos um pouquinho mais porque tínhamos que ir atrás do resultado. Não podíamos ficar confortáveis com resultado que não queríamos.
Jogar com dois centroavantes e a primeira partida sem marcar
– É verdade que foi o primeiro jogo que não fizemos gols, tivemos oportunidades para fazermos. Volto a dizer que tivemos 20 finalizações, tivemos algumas boas intervenções decisivas do goleiros rival. O objetivo era termos gente de referência na área, como conseguimos chegar nas áreas intermediárias. Era não ter apenas o Savarino e como o Romero no corredor. Seria ter dois homens mais próximos da finalização.
– A aposta de termos Igor e Tiquinho, não digo que são dois jogadores semelhantes, mas com características mais parecidas. Ao contrário do que tínhamos com Junior, que é mais explosivo, mais vertical e mais de procurar a profundidade. Mas acho que não foi por aí que não fizemos os gols. Criamos e tivemos muitas oportunidades, fizeram os dois um bom jogo, não fomos felizes coletivamente. A responsabilidade em primeiro lugar sempre será a minha, mas nunca apontando sobre escalação.
Como manter as atuações do primeiro turno?
– Não há ninguém mais chateados do que nós, sei que os torcedores também estão e desiludidos. Esta derrota é um jogo apenas, não podemos invalidar 12 vitórias conquistadas no turno. Não começamos da forma que gostaríamos o returno, mas não ficaremos condicionados com o returno. Não é um jogo que nos deixa envergonhados. Tivemos momentos do jogo em que tivemos bem, mas o resultado é isso, o futebol é isso, são coisas que não controlamos.
– Temos que olhar para os pontos positivos. Quero acreditar nessa manifestação que os torcedores fizeram no segundo tempo, nos fizeram sentir importantíssimos, que precisamos continuar acreditar. Esse percurso se faz de percalços. Temos demonstrado que somos capazes de ultrapassar obstáculos e vamos dar uma imagem bem diferente na terça, porque acreditamos que podemos levar vantagem e conforto para quem por nós torce. É assim que queremos estar nessa vida