Quando um camisa 9 chega num clube grande com pompa de titular, imagina-se, inicialmente, que os gols não estão saindo. Mas no Fluminense a história é diferente. Fred chegou como uma oportunidade de mercado. Sem clube e idade avançada, logo, custos reduzidos. Identificação com a torcida, que traz retorno em marketing e engajamento, em momentos de poucas fontes de receita. A contratação de Fred não é apenas a chegada de um novo jogador: é um pacote completo. E dentro desse pacote, onde aparece sua contribuição dentro de campo? Uma decisão importante para Odair Hellmann, que ditará o rumo do restante da temporada. Montar um time ao redor de Fred ou tentar encaixá-lo em seu modelo de jogo que já começou a ser posto em funcionamento? Vamos ver as opções, levando em consideração o 4-3-3 utilizado pelo treinador até aqui.
Retirar Evanilson
São 32 gols no ano em 15 jogos. Nas últimas partidas antes da pandemia, o trio Marcos Paulo, Wellington Silva e Evanilson estava se dando muito bem. Foram 17 gols nos últimos seis jogos, sendo nove do trio. Naturalmente, imagina-se que Fred tomaria a vaga de Evanilson, que é o centroavante desta equipe. Mas o atual camisa 9, de apenas 20 anos, vem se destacando e já é querido pela torcida Tricolor. Foram cinco gols em nove jogos, média superior a um gol a cada duas partidas. Seria injusto tirá-lo para colocar Fred, que não atua há sete meses, não marca gol há oito e tem 36 anos? Talvez. Mas dá para tentar fazer uma modificação para encaixar o centroavante veterano e deixar Evanilson.
Retirar Marcos Paulo
Evanilson jogou de ponta no sub-20, então ele poderia ser deslocado para o lado esquerdo, deixando Marcos Paulo fora do time e Fred no comando de ataque. O camisa 11 é ainda mais jovem que Evanilson: 19 anos. Como estreou há pouco tempo no time titular (clássico contra o Botafogo e passeio por 3×0), Evanilson levaria vantagem por ter estreado já em 2019. Mais tempo de experiência em campo pode pesar a favor do centroavante.
Retirar Wellington Silva
Assim como Evanilson pode atuar nas pontas, Marcos Paulo não é o único que poderia deixar o time titular. Wellington Silva, que chegou no início do ano junto ao Internacional, também é titular e jogou todos os jogos desde que voltou ao Rio. Mas um dado curioso é que ele foi substituído em sete dos oito jogos que atuou. Por ser um jogador de muita velocidade, uma opção seria começar com ele como 12º jogador e colocá-lo em campo para atacar as defesas cansadas dos adversários no segundo tempo. Lembrando que é provável que Fred não aguente os 90 minutos em todos os jogos, o que faria sentido ter um quarto elemento sempre à disposição para rodar o plantel.
Fred começar no banco
Não é nenhuma loucura pensar isso, visto que, como citado mais cedo, o ataque do Fluminense não é o maior dos problemas deste início de temporada. Então Fred seria o próprio quarto elemento do ataque, entrando no segundo tempo dos jogos, quando as defesas estão mais cansadas e ele teria mais oportunidade de se aproveitar disso. O que pesa a favor desta possibilidade é o fato de o time do Fluminense ter alguns jogadores de mais idade no time titular. Contra o Figueirense, derrota por 1×0 na Copa do Brasil, cinco dois oito jogadores sem ser do ataque tinham mais do que 30 anos. Adicionar Fred a essa conta (lembrando que ainda tem Paulo Henrique Ganso no banco), poderia gerar um desequilíbrio físico na equipe.
Cabe a Odair Hellmann montar esse quebra-cabeça com tantas variáveis. Uma possibilidade também seria modificar o esquema 4-3-3, utilizado desde que chegou ao Flu, em janeiro de 2020. A resolução deste problema fica para quando o futebol voltar.
