José Josevá Leite Júnior, advogado e sócio-torcedor do Flamengo entrou com uma ação contra Ângela Machado, diretora de responsabilidade social, após um post nas redes sociais logo após o resultado das eleições presidenciais, no último domingo. O paraibano de 49 anos acusa a mulher, que também é esposa do presidente Rodolfo Landim, de racismo contra os nordestinos.
Na última segunda-feira (01), horas depois do resultado das urnas que apontou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo presidente eleito no Brasil, Ângela Machado publicou nas redes sociais um texto em que ataca nordestinos, região em que o político vencedor do pleito teve mais votos. O site Coluna do Fla publicou a informação inicialmente.
Em entrevista ao site “GE”, Jota Júnior, como é mais conhecido o autor da denúncia, entende que a diretora de responsabilidade social do Flamengo cometeu crime de racismo. O advogado mora em Monteiro, interior da Paraíba e é torcedor do Flamengo, inclusive fazendo parte do quadro de sócios do clube.
– O que mais me chocou foi essa postagem da esposa do presidente do Flamengo, onde ela ataca o povo nordestino. A mensagem dela no Instagram repercutiu nacionalmente e, no meu entendimento, ela cometeu crime de racismo. Porque racismo não é só contra cor, racismo também é termo pejorativo contra povo, contra raça. E, como advogado, acabei ingressando na Justiça, pedindo providências nesse sentido. Entrei com uma notícia-crime perante o Ministério Público, para que se apure, que se faça uma denúncia contra ela na Justiça, para que ela pague pelo possível crime que ela cometeu – disse o advogado.
Segundo a pesquisa O GLOBO/Ipec, divulgada em julho deste ano, o Flamengo tem cerca de 14,5 milhões de torcedores no Nordeste, cerca de 25,2% da região. Por conta dos números expressivos, o advogado afirma que falas com viés preconceituoso como a de Ângela Machado precisam ser combatidas.
– Eu sou sócio do Flamengo, sou nordestino e sou advogado. Isso me feriu, como vêm me ferindo várias postagens nas redes sociais atacando os nordestinos. E a gente tem que ter um basta. Estou vendo poucas providências nesse sentido por parte da Justiça – declarou Jota Júnior.
– Ela não respeitou a torcida do Flamengo, que, fora do Rio de Janeiro, tem sua maioria no Nordeste. E isso tem que ter um basta. Então foi essa a minha posição, como nordestino. Como torcedor do clube eu não gostei de uma posição que uma diretora do Flamengo tomou. Entrei na Justiça para que sirva de exemplo, para que outras pessoas das regiões Sul e Sudeste que estejam porventura nos atacando saibam que não pode ser assim. Que a Justiça coíba, que a Justiça tome as devidas providências – concluiu o advogado.
Siga o Esporte News Mundo no Instagram, Twitter, Facebook e Youtube.