Campeonato Brasileiro

Análise: Entre particularidades e variações, veja o que Caio Alexandre pode entregar ao Fortaleza

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Leonardo Moreira / Fortaleza EC
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No último sábado (10), o Fortaleza foi derrotado pelo Fluminense, no Maracanã. Porém, mesmo com a derrota, o Tricolor do Pici contou com a estreia do volante Caio Alexandre, o último entre os reforços do Leão do Pici na janela de transferências.

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As ideias indicadas para a contratação do jogador deixavam claro que havia um planejamento para o modelo de jogo do atleta. Seus primeiros minutos começaram a desenhar suas funções, confirmadas em algumas falas de sua apresentação e na coletiva pós jogo ante o Fluminense.

POSSÍVEIS MUDANÇA DE ASPECTO – PARTICULARIDADES

O Fortaleza teve muitas mudanças em seu meio campo no recorte que parte do fim da temporada de 2021, passa pelo início da temporada 2022 e culmina na janela de transferências do meio do ano. Com saídas, lesões e desgaste de alguns jogadores, a variação foi necessária e diferentes estilos foram apresentados. Os pilares da formação, no ano anterior, eram os volantes Ederson (hoje na Atalanta) e Felipe, que acabaram sendo substituídos por duplas que circulavam entre os atletas Zé Welison, Hércules, Jussa e Ronald.

Os atletas de meio campo, em geral, possuem muitas particularidades. As principais mudanças da última janela, no setor central-defensivo, foram as saídas de Jussa e Felipe (ainda está no elenco, mas treinando separado) e as chegadas de Lucas Sasha e Caio Alexandre para reposição das peças.

“Vem somar o setor que tivemos algumas mudanças: a saída do Jussa e também do Felipe que está em negociação. A gente precisava reincorporar este setor e o Caio Alexandre vem qualificar ainda mais nosso elenco”, comentou o Presidente Marcelo Paz na apresentação do camisa 8 tricolor.

Mateus Jussa ganhava espaço pela versatilidade (atuava também de zagueiro e podia cobrir o corredor esquerdo) e força física, porém, acabava deixando a desejar na criação, utilizando pouquíssimos passes verticais. Felipe já possuía um estilo mais próximo de Caio Alexandre, mas que varia conforme o posicionamento. A construção da equipe, quando disposta nos pés de Felipe, ocorria desde a defesa, com o camisa 15 fazendo papel de ritmista, dando a velocidade necessária para a situação de jogo. Mesmo sem muita velocidade, Felipe flutuava pelo campo distribuindo o jogo, exceto quando atuava com Ederson, que passava a ser um ponto de apoio central para maior flutuação do outro volante.

Caio Alexandre, por sua vez, possuindo também a característica de reger o time na fase ofensiva, é mais veloz e consegue executar a função de box-to-box (expressão utilizada para jogadores que realizam corridas de uma área a outra), além de possui maior facilidade de participar diretamente de gols pois por muitas vezes transita como meia, tendo mais opções de passes verticais, que podem resultar em assistências. Os pontos que podem demonstrar maior deficiência do camisa 8 são as transições que exigem domínio orientado na saída e lances que exigem muita disputa física.

“MEIOS ESPAÇOS” E PASSES VERTICAIS

Para contextualizar, os meio-espaços são colunas verticais do campo, localizadas entre o corredor central e o corredor lateral, necessários principalmente por aspectos táticos e estratégicos relacionados ao posicionamento das equipes, que são diferentes dependendo da “coluna” ocupada por quem tem a bola. Caio Alexandre buscou, em boa parte dos lances da partida contra o Fluminense, explorar essas áreas e buscar passes em profundidade.

“O professor, quando quis que eu entrasse, falou comigo para ter esse passe infiltrado, para ajudar os companheiros, municiar os atacantes e arriscar. E eu falei pra ele que não teria medo de arriscar, óbvio que com responsabilidade, porém querendo dar o passe pra frente, querendo botar os companheiros na cara do gol. Foi uma característica minha que o professor pediu muito e a gente conseguiu encaixar no segundo tempo”, contou o volante em coletiva realizada nesta terça-feira (14).

COMPETIÇÃO INTERNA E OPÇÕES DE VARIAÇÃO

Ainda na coletica, Caio aproveitou para ressaltar a “competitividade do bem” presente no Fortaleza, onde existe a disputa de vagas, mas os jogadores entendem os momentos em que irão atuar e como devem se portar para que o esquema funcione corretamente.

“Nossa competitividade dentro do grupo é muito equilibrada. São grandes jogadores que têm aqui. Independente de quem começou a temporada ou chegou agora, todos nós temos muita vontade de vencer, muita gana para ajudar o Fortaleza. É muito importante essa competição, porque mostra a nossa competitividade no treino, cada um querendo dá o seu melhor, conquistar seu espaço, ter sua oportunidade. Todos temos vontade de vencer”, exclamou Caio Alexandre.

Com isso, J.Vojvoda possui mais opções e material humano do que possuía no começo do Campeonato Brasileiro, tendo volantes com características diferentes e que podem trabalhar em mais de uma posição, função ou formatação no meio-campo do leão.

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