Juventude

Análise: Juventude mostra que tem força para permanecer na Série A

Mesmo com o menor orçamento na competição, Juventude consegue manter distância segura do Z4 e faz campeonato digno.

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Fernando Alves / EC Juventude / Divulgação
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Assim como qualquer time que sobe para a primeira divisão do futebol brasileiro, garantir a permanência na competição na temporada seguinte é o grande objetivo do Juventude no seu regresso à elite após quase 14 anos distante. E, como alguém que muda de casa, o início alviverde na primeira divisão foi de certo estranhamento, mesmo com 17 participações entre os melhores do país, o tempo longe o fez perder a familiaridade, pelo menos, nos primeiros contatos.

As goleadas sofridas para Athletico e Palmeiras, dentro do Estádio Alfredo Jaconi, que historicamente é uma fortaleza para os donos da casa, foram um choque de realidade. Disputar a Série A é muito difícil para qualquer um e, em se tratando de um clube médio do país, com o menor orçamento da competição, as dificuldades se potencializam. Reconhecendo suas próprias limitações, o Juventude ajustou arestas, se reforçou com mais um time inteiro de reforços e teve na figura de Matheus Peixoto o seu grande triunfo, inclusive, sobre grande time como o milionário Flamengo, e Grêmio.

Jogo a jogo, o time foi ganhando consistência, embora os apagões nas voltas dos intervalos, o que lhe custaram pontos valiosos, o Juventude vem fazendo um bom campeonato, sobretudo, contra os seus adversários diretos – é contra estes que o time tem a obrigação de vencer. Com um jogo a menos em relação a maioria dos adversários, o clube soma 19 pontos ganhos e ocupa a 12ª colocação. Dos oito times abaixo, ainda não jogou contra dois deles (Fluminense e São Paulo) e só perdeu para o Bahia. Tem campanha superior ao América, à Chapecoense e ao Cuiabá, clubes que também subiram este ano, e só frequentou a zona do rebaixamento na quarta rodada.

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Estes números não garantem a permanência do Juventude na Série A de 2022, mas destacam que o clube não será um “saco de pancadas” apontado por muitos antes do campeonato começar. Passará longe das campanhas de América-RN, em 2007, Náutico, em 2013, e Paraná, em 2018 – só para citar alguns. O Juventude sabe jogar a elite, que não é desconhecida para ele e, sim, uma velha amiga que não via há algum tempo, mas que jamais a esqueceu.

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A luta contra o rebaixamento, se vencida, tende a durar até os momentos finais do campeonato. Porém, até aqui, o técnico Marquinhos Santos, tão cobrado e criticado, e o seu grupo de jogadores que tenta se reinventar (e contra o Bragantino teve êxito), sem o seu artilheiro, fazem um campeonato digno, que com correções em algumas peças e ajustes para que o time não vacile em momentos capitais da partida, a permanência do Papo entre os vinte primeiros será uma consequência do progresso do seu trabalho.

O texto inaugural deste jornalista no Esporte News Mundo não é sobre tática e tampouco sobre paixão. Ele traz à luz o cenário que o Juventude nos apresenta neste momento. Qualquer avaliação definitiva seria irresponsável da minha parte, mas, que bela jornada acompanhar o retorno do Juventude à Série A. O passo a passo disso tudo, até o 38º ato, os convido a acompanharem por aqui, por que se trata de um roteiro escrito jogo a jogo, portanto, nem eu sei o que virá daqui para frente, afinal, é futebol.

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