Futebol americano
Análise NFL: Los Angeles Rams e seu sistema de play action que potencializa Jared Goff
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O Los Angeles Rams começou a temporada com duas vitórias nas duas primeiras semanas. No domingo (20), contra o Philadelphia Eagles, o campeão da NFC de duas temporadas atrás mostrou força nos dois lados da bola e um repertório de jogadas que é semelhante ao que encantou a liga em 2018.
Depois de uma temporada abaixo do esperado em 2019, com campanha 9-7 e fora dos playoffs, os Rams ressurgem com a mesma fórmula do seu sucesso. Sem o peso do impacto de Todd Gurley no jogo terrestre, Sean McVay aposta em uma comitiva de running backs que tem como responsabilidade guiar o ataque e abrir espaço para o play action.
Em uma divisão complicada, que conta com Seattle Seahawks de Russell Wilson, Arizona Cardinals e San Francisco 49ers, a franquia de Los Angeles desponta como uma das forças da NFL.
A engrenagem perfeita
O ataque foi avassalador contra o Philadelphia Eagles. Com muito play action e equilíbrio entre jogo aéreo e terrestre, os Rams amassaram a defesa de Philly, que não teve resposta alguma de reação ao longo do jogo, especialmente no primeiro tempo. A superioridade foi tanta que Jared Goff terminou a primeira etapa com quase 100% nos passes, além de acertar os 13 primeiros que tentou.
Para o funcionamento desse sistema, o plano é claro para todos: play action e jogo corrido. Sean McVay levou a franquia ao Super Bowl duas temporadas atrás explorando essa maneira de jogar. Levando em consideração apenas o play action, Goff acertou 12/15 nos passes, marcou dois touchdowns e lançou para 158 jardas. Já o jogo pelo chão teve 39 carregadas e somou 191 jardas. Confira uma das jogadas:
A engrenagem funcionou perfeitamente e a defesa dos Eagles não conseguiu criar pressões, tanto é que anotou apenas um sack ao longo do jogo. Além do mais, os espaços foram tão grandes e as janelas tão precisas que não houve interceptações. Los Angeles terminou a partida limpo de turnovers no ataque, tendo apenas um que foi sofrido pelo time de especialistas.
No entanto, nem só de play action vive esse ataque. O repertório é amplo com um sistema moderno e que é capaz de deixar as defesas adversárias sem rumo. Contra o Dallas Cowboys, na semana 1, foram 40 carregadas terrestres e Jared Goff completamente seguro para desenvolver o plano.
Diante o Philadelphia Eagles, Goff espalhou os alvos e teve seis ao longo do jogo: Cooper Kupp, Van Jefferson, Darrell Henderson, Josh Reynolds, Robert Woods e Tyler Higbee, que anotou três touchdowns. Todos receberam para mais de 10 jardas e exploraram bem os espaços no segundo nível da defesa de Philly, onde os linebackers estavam completamente perdidos. O meio ficou livre para jogadas como essa:
Portanto, Goff, muito contestado, já provou que funciona dentro do sistema dos Rams. Ele já mostrou qualidade como um passador em momentos seguros, mas ainda é oscilante em situações que precisa improvisar, e é exatamente aí que está o ponto fraco do quarterback.
Olho nos Rams, que começam 2-0 e mostrando muito domínio contra os rivais. O sistema que deu certo em 2018 tem tudo para novamente encantar a liga.
A ótima defesa e o ponto fraco dos Rams
A linha defensiva é conduzida pelo melhor jogador de defesa da NFL: Aaron Donald. O impacto que o jogador traz obriga que os adversários usem dois jogadores para tentar pará-lo. A pressão nos quarterbacks é algo inevitável em jogos contra o Los Angeles Rams.
A franquia tem a terceira melhor defesa da NFL em pontos sofridos. Não é só o ataque que faz esse time se tornar um dos favoritos na NFC. Aliás, o ataque é dependente da defesa de certa forma. Se o sistema defensivo não estiver em um bom dia e ceder muitos pontos ao adversário, o plano ofensivo vai por água abaixo. Com desvantagem considerável no placar, o jogo terrestre terá que ser minimizado e o foco será apenas no aspecto aéreo, criando automaticamente uma obviedade no plano e tirando a surpresa do play-action.
Para o plano ofensivo funcionar com louvor, a defesa precisa ser eficiente, ou então os Rams estarão em apuros. O ponto fraco do time é estar atrás no placar por muito tempo, o que gera um efeito dominó negativo natural em todo sistema.
O próximo desafio do Los Angeles Rams é contra o Buffalo Bills, às 14h (de Brasília), no domingo (27).
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