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Análise: o que o Palmeiras leva de bom e de ruim do Paulistão?

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Gustavo Gómez com o troféu de vice do Paulistão. Foto: Marcos Ribolli
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O Palmeiras ficou com o vice-campeonato do Paulistão depois de perder por dois a zero do São Paulo o jogo de volta da final no último domingo (23). Nem tudo são flores, obviamente e o time também não deve encarar a derrota como “terra arrasada”. Como tudo, o torneio serve para tirar boas lições, seja para diretoria, jogadores e comissão técnica.

Desde o começo da competição, Abel Ferreira e a comissão técnica deixaram claro que o Paulistão seria usado como ‘laboratório’, rodando o elenco e dando minutos para todos os jogadores, mantendo os titulares focados na Libertadores fato que foi feito com sucesso e, após garantir o objetivo, a classificação em primeiro no grupo da competição internacional, os titulares passaram a jogar o Paulistão, atuando na semifinal contra o Corinthians e as finais contra o São Paulo.

O Palmeiras foi do ‘vexame’ – considerado por alguns – de ser eliminado na primeira fase do Paulistão, mesmo jogando com o time B e C no grupo mais forte do torneio, à final do Paulistão e, mesmo assim, não agradou. Abel Ferreira não chegou prometendo títulos e sim manter o Palmeiras sempre nas decisões de campeonatos e vem fazendo isso.

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A lição mais clara que o Paulistão deixa é: o time precisa de reforços que sejam capazes de complementar o time titular, fato já pedido pelo técnico Abel Ferreira e ainda não resolvido pela diretoria. Além disso, para os iludidos, mostra que o Palmeiras é um bom time e não uma máquina imbatível, como já foi pintado e, para os pessimistas, que não é um fiasco total, é um time bom.

Pontos positivos:

  1. Esquema 3-5-2 – O elenco inteiro já está bem acostumado com o 3-5-2 e não tem problemas de entendimento de sistema, que é o melhor para o elenco que o Palmeiras tem;
  2. Descoberta de valores – Abel Ferreira descobriu ouro no Paulistão, Renan. Ótimo zagueiro, que é merecidamente titular da equipe e só ganhou o destaque devido porque o Campeonato Paulista foi usado como ‘laboratório’. Victor Luis também se mostra cada vez mais um jogador confiável e um ótimo e seguro reserva para Viña, fato que agonizou o Palmeiras durante a última temporada. Outros jogadores se mostraram confiáveis quando tiveram chances como os goleiros Vinicius e Jailson, o meia Gustavo Scarpa e o polivalente Danilo Barbosa, que podem ajudar em algumas situações;
  3. Sistema defensivo – Sólido e capaz de levar o time a títulos, como tem feito nos últimos anos tanto o reserva quanto o titular;
  4. ‘Separar o joio do trigo’ – Existem jovens jogadores que são bons, mas precisam amadurecer ainda como Henri, Vanderlen e Giovani. Não são todos os jogadores da base que vão subir para o profissional prontos como Gabriel Menino, Patrick de Paula e Danilo;
  5. Reforços – Campanha evidenciou que o Palmeiras vai precisar fazer contratações pontuais;
  6. Confirmação de um ídolo – Gustavo Gómez, intocável e tido em mais alta conta pela torcida;
  7. Competitividade – Time reserva é competitivo e copeiro, assim como o time titular;
  8. Zona de conforto – Tira os jogadores, diretoria e até mesmo a comissão técnica de uma eventual zona de conforto.

Pontos negativos:

  1. O desgaste – O principal ponto negativo é o desgaste de Abel Ferreira com os torcedores mais extremistas. Como todo ser-humano, tem erros e acertos e, até então, mais acertos comandando o Palmeiras, mas ficou desgastado após mais um vice-campeonato;
  2. Questionamento em excesso ao trabalho de Abel – Levou o time à sua obsessão e a conquistar uma Copa do Brasil invicto, mesmo assim, depois de perder títulos menores, passa a ser criticado em demasia;
  3. Números incômodos – É terceira final seguida que o Palmeiras perde – duas nos pênaltis – depois de vencer outras duas mais importantes que disputou;
  4. Ataque frágil – Setor tem pouco repertório criativo contra uma boa marcação;
  5. ‘Caça às bruxas’ – Torcedores extremistas querendo descartar nomes que podem agregar ao elenco como já fizeram como: Felipe Melo, Zé Rafael, Willian Bigode, Wesley, Luan e outros;
  6. Fortalecer o rival – São Paulo agora joga sem o peso do jejum de títulos e começa a temporada com confiança;
  7. Saída de bola – Time tem muitas dificuldades contra equipes que marcam bem a saída de bola.

O trabalho de Abel Ferreira é bom. Palmeiras precisa levantar, sacudir a poeira, aparar as arestas e seguir nos trilhos que está para colher mais frutos. O técnico português em 6 meses de trabalho levou o Palmeiras a disputar 5 finais. Nos últimos 10 anos, de 2009 até 2019, o verdão jogou as mesmas 5 finais. Para ganhar, é preciso disputar e ser competitivo, fato que o Palmeiras vem sendo na grande maioria dos jogos sob o comando de Abel.

Aos jogadores, cabe a responsabilidade de melhorar o desempenho individual, para potencializar o fator da equipe. Para a diretoria, fica claro que o Palmeiras precisa se reforçar, já que os principais rivais se reforçaram. Grêmio, Atlético Mineiro, São Paulo, Internacional e Flamengo acrescentaram talento ao elenco, enquanto o verdão trouxe por empréstimo apenas Danilo Barbosa e conta com o retorno de Dudu.

O Paulistão pode ser olhado pelo copo meio cheio ou pelo copo meio vazio, é questão de interpretação, mas é preciso sempre contextualizar o peso dado e o que foi o campeonato inteiro para o Palmeiras, que tinha como principal objetivo dar oportunidade aos atletas e acostumá-los ao esquema tático e quase terminou com um bicampeonato consecutivo, mesmo sem ser o objetivo, até mesmo da torcida.

Se o Palmeiras vencesse apenas o Paulistão na temporada de 2021, a temporada seria boa ou ruim?

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