Com o título do Golden State Warriors na última quinta-feira, muitos personagens e histórias apareceram na trajetória que levaram ao time da Califórnia seu sétimo título da NBA. Andrew Wiggins certamente é um dos nomes que merecem um capítulo à parte. Foi um jogador bastante falado em sua entrada na liga, escolha número 1 de draft e que não correspondeu à altura até essa temporada que acabou de terminar. Grandes atuações e grandes contribuições para um Golden State renovado, mas ainda vitorioso.
O ala canadense se destacou no basquete universitário por Kansas e teve médias de 17.1 pontos e 5.9 rebotes por jogo, com um grande poder atlético, bom nas transições, boa facilidade de pontuação e ao mesmo tempo defesa bem ajustada em quadra. Wiggins despertava uma enorme expectativa em seu basquete, e era o nome mais esperado dentro da liga desde de LeBron James para boa parte dos analistas. Andrew Wiggins foi a escolha número um (nomes como Michael Jordan, Kobe Bryant e Stephen Curry não foram) do draft de 2014, sendo escolhido pelo Cleveland Cavaliers.
Apesar de ter sido draftado pelos Cavs, o canadense começou sua carreira na NBA pelo Minnesota Timberwolves em uma troca que envolveu três times, além das duas franquias, também Philadelphia 76ers. Com 16.9 pontos e 4.6 rebotes de média por jogo em sua primeira temporada, Andrew Wiggins foi eleito o calouro do ano (2015), porém apesar do início promissor, o que se imaginava para ele acabou não se concretizando. Com até bons números de pontuação e jogando sempre como titular, até dá pra se dizer que o atleta não era um fracasso completo, mas muito longe do futuro de um jovem astro projetado, e assim frustrando o Minnesota Timberwolves, a NBA e os espectadores em geral. Em cinco temporadas e meia, ele e o time chegaram em apenas uma pós-temporada, em 2018, caindo logo na primeira rodada pro Houston Rockets, em 4 x 1. Depois de uma passagem decepcionante, sem evoluir muito seu jogo e o nível dos Wolves, no começo de 2020 foi envolvido em uma troca com os Warriors.
Sendo incluído no elenco do vitorioso do Golden State Warriors, a trajetória do jogador começou a mudar de status, de frustração à realidade nas mãos de Steve Kerr. Após uma temporada de 20/21 bem ruim para o lado da franquia californiana, a temporada seguinte foi totalmente diferente com além de Wiggins, Kevon Looney, Gary Payton II e Jordan Poole dando suporte ao trio de ferro (Curry, Thompson e Green) em busca do título. Com grande atuação na temporada, principalmente nos playoffs, onde teve 16.5 pontos e 7.5 rebotes de média por jogo, Andrew Wiggins colecionou momentos importantes e decisivos pra si e para os Warriors, como, anotou seu maior número de pontos (27) em playoffs na sua carreira, contra o Dallas Mavericks, pelo jogo 3 da final do Oeste, com direito a linda enterrada em Dončić; pelo jogo 4 da final contra o Boston Celtics, fez um duplo-duplo, 17 pontos e 16 rebotes (recorde pessoal).
No jogo 5 e 6 foram o ápice do jogador, no duelo que deu o matchpoint ao Golden State, Curry não estava tão bem e ficou zerado na bola de três pontos, ficando a cargo de Wiggins anotar outro duplo-duplo (26 pontos e 13 rebotes), assim garantir o resultado. Depois no jogo 6, uma partida de 18 pontos, 6 rebotes e 5 assistências, e se Jayson Tatum ficou apagado no jogo do título do Warriors, muito se deve ao ótimo trabalho defensivo de Andrew Wiggins realizado em cima do astro dos Celtics.
Aos 27 anos e com mais um ano de contrato com o Golden State Warriors, resta saber se finalmente Andrew Wiggins desabrochou na NBA e mudou de fato seu status na liga ou se foi apenas um lampejo de um jogador de potencial. A ver.
