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Artur Jorge deixa futuro em aberto: “futuro é Botafogo, mas tudo pode acontecer”

(Foto: Vítor Silva/Botafogo)

O técnico revelou que alguns clubes o procuraram

Foto: Vítor Silva/Botafogo

Em meio às incertezas sobre o seu futuro à frente do Botafogo, o técnico Artur Jorge foi condecorado pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e recebeu a Ordem do Infante Dom Henrique por conta de seus títulos no comando do Alvinegro. Ele falou sobre sua passagem pelo clube carioca até agora. 

Ao ser perguntado sobre o desafio que encontrou quando chegou ao Brasil, o técnico disse que chegou ao país com determinação para fazer sucesso. Além disso, elogiou a competitividade do Brasileirão e garantiu que seu futuro é no Botafogo.  

-No momento em que abracei este projeto, este desafio que me foi colocado pelo Botafogo , parti com muita ambição e determinação de poder ter sucesso. Mas superou todas as minhas expectativas. Fui para um campeonato extremamente competitivo, que exige muito do trabalho que temos de ter enquanto treinador, do ponto de vista da equipe, de jogos, do número de competições. Mas foi também uma prova de superação, para podermos ter a consistência necessária para poder vencer um Brasileirão, a capacidade e a coragem para podermos sair vencedores da Libertadores, onde todos os jogos foram de um grau de exigência elevado. Acaba por ser um resultado feliz para mim. Chegar hoje e ter este reconhecimento do país é ainda mais importante. Seguramente que me abre portas e a ambição para poder continuar a lutar por mais. Futuro? O meu futuro é Botafogo. Tenho contrato. O que posso dizer ao dia de hoje é que continuo sendo o treinador do Botafogo. – afirmou. 

O técnico português também ressaltou as dificuldades que encontrou no futebol brasileiro e falou sobre o calendário e o fato de ter que jogar muitas competições. Ele também elogiou a competitividade de seu grupo. 

-Tivemos uma temporada extraordinária, onde fomos capazes de blindar um grupo de trabalho que teve um comportamento de excelência. Queríamos dar o nosso melhor pelos três troféus em disputa. Sabíamos que era uma temporada extremamente difícil, face ao que é um campeonato onde existem oito ou nove equipes que são candidatas ao título. Conseguimos criar um grupo que teve um desempenho acima da média, mas um grupo com uma união extremamente coesa, que fez com que fosse possível atingir e lutar por esses objetivos, que são altos e os mais desejados. Sendo um clube centenário, tem outro valor, um sentimento e satisfação maiores ainda. Acrescentamos uma página dourada na história do clube. Fomos, muitas vezes, correr lado a lado com o perigo, por chegarmos ao jogo com o Palmeiras e estar em igualdade pontual. Um campeonato onde o equilíbrio foi muito e a margem de erro foi sempre mínima. Mostramos muita capacidade enquanto equipe e a mentalidade ganhadora parece-me ter sido a chave do sucesso, termos trazido uma escola portuguesa, aproveitando todo o potencial do futebolista brasileiro – disse.

Ao ser perguntado sobre um possível interesse do Sporting, o técnico disse que vê o Brasileirão desvalorizado na Europa e que prefere ficar no Brasil do que assumir alguns times no futebol europeu. Fora isso, deixou seu futuro no Alvinegro em aberto e disse que teve alguns contatos com clubes de fora, inclusive do Catar. 

-Mais direto não podia… Partilho da opinião daquilo que é alguma desvalorização do Campeonato Brasileiro. Preferiria ficar no Brasil a trocar por algumas equipes europeias. Senti, e deu-me imenso gozo, poder treinar no Brasileirão. Mesmo com a condicionante de haver muitos jogos pelo meio, de viagens muito longas, a minha paixão implica a competitividade. E nunca senti tanto isso quanto no Brasil. Para mim, é um campeonato com valor imensurável e que contraria, muitas vezes, o nosso pensamento enquanto europeus. Sobre o futuro? O meu futuro é Botafogo, mas tudo pode acontecer. E também não lhe posso dizer se o contato da equipe portuguesa foi da parte do Sporting. Houve contatos de alguns clubes, inclusive do Catar. – revelou

A condecoração da Ordem do Infante Dom Henrique é destinada para quem tenha prestado serviços que sejam “relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal”. Além de Artur Jorge, Abel Ferreira e Jorge Jesus também foram premiados após conquistas no futebol brasileiro. 

Artur Jorge chegou ao Botafogo no início de abril para comandar a equipe, dando o próximo passo do projeto SAF. Em oito meses, fez história e guiou os botafoguenses para as conquistas do Brasileirão e da Libertadores. Com isso, o Glorioso se igualou ao feito alcançado pelo Santos de Pelé entre os anos de 1962 e 1963, e pelo Flamengo de Jorge Jesus, em 2019.

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