A situação financeira dos times mineiros tem preocupado os torcedores e os gestores dos clubes que tentam conter rumores, lidar com atrasos de salários e aumento das dívidas. Na última semana parte do balanço financeiro de 2019 do Atlético foi publicado e mostrou um déficit de R$ 5,7 milhões nas contas da equipe alvinegra.
Além disso, a dívida do Galo também aumentou R$ 94 milhões em relação a 2018. Estudo divulgado pela Ernst & Young mostra que a dívida global do clube é de R$ 656 milhões, o que deixa o Atlético na quinta posição em relação as 20 principais equipes do Brasil.
No quesito empréstimos, o Galo alcança novamente o “top 5” dos times brasileiros e fica na segunda posição com R$ 312 milhões, perdendo apenas para o xará Athético-PR, que deve R$ 458 milhões. Conforme o estudo, mais de 90% dos empréstimos do time paranaense “estão relacionados à dívida do clube com o fundo de desenvolvimento do Estado do Paraná que financiou as reformas da Arena da Baixada”.
Os empréstimos do Atlético estão relacionados com os bancos BMG (R$ 76 milhões), Inter (R$ 14,8 milhões), Daycoval (R$ 25,8 milhões) e Mercantil do Brasil (R$5,9 milhões). O clube tem também como credores pessoas físicas/jurídicas não financeiras (R$ 159 milhões).
Como mostra o balanço, o déficit do Atlético em 2019 poderia chegar a R$ 55 milhões, caso uma doação de R$ 49.083.351 não tivesse sido feita pela MRV, parceira do clube na construção do futuro estádio do Galo. Porém, o valor se trata de participação da sociedade de propósito específico (SPE) da Arena MRV e não vai efetivamente para os cofres do time.
Boa notícia
Apesar dos números negativos, o estudo também mostrou que a receita do clube aumentou cerca de R$ 96 milhões em relação a 2018 e chegou a R$ 354 mi.
Resposta do Atlético
Depois que parte do balanço vazou o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, divulgou uma carta aberta aos conselheiros, torcedores e patrocinadores do Galo, dizendo que os números haviam sido interpretados de forma equivocada.
Segundo Sette Câmara, a dívida global do time seria de R$ 656 e não de R$ 746 milhões, como divulgado. Ele também disse que esse valor é a evolução da dívida feita por gestões anteriores, corrigida pelas taxas de mercado e juros contratuais.
“Se o Clube, nos dois últimos anos, não tivesse que pagar compromissos anteriores com impactos significativos no Balanço, teria conseguido amortizar a dívida que nosso balanço apresenta. Os valores, só em 2019, atingiram um montante de R$ 34 milhões, valor que nos impediu de amortizar nossa dívida bancária”, dizia um dos trechos.
A carta também ressalta que o déficit de 2019 foi o segundo melhor dos últimos 16 anos, apesar do resultado não ser um valor satisfatório.
