Z - Futebol Agência ENM

Auditor do TJD-PR é afastado após fala xenofóbica para António Oliveira

Foto: Divulgação/Coritiba

Nesta última quinta-feira (2), o TJD-PR anunciou que decidiu por afastar o auditor Rubens Dobranski após a sua fala xenofóbica para António Oliveira no julgamento do Athletiba

+ Coritiba, Athletico e Palmeiras repudiam auditor do TJD-PR por fala xenofóbica contra o técnico Antônio Oliveira

No julgamento, Rubens Dobranski enfatizou que “os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território” e ainda citou outro técnico português, Abel Ferreira, do Palmeiras.

O TJD-PR indicará uma comissão para instaurar um inquérito disciplinar com a duração de 30 dias. O afastamento do auditor da terceira comissão é imediato.

Cáritas Brasileira Regional Paraná, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), denunciou o suposto caso de xenofobia ao Ministério Público (MP-PR), que vai analisar se abre uma investigação.

Durante o julgamento, o auditor Rubens Dobranski tentou enfatizar que “não houve a intenção de ofender nenhuma nacionalidade”.

Xenofobia é crime, previsto na Lei nº 9.459 de 1997, que define “os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda decidiu que a xenofobia passou a ser considerado crime de racismo. Quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos e multa.

– Essa fala foi realmente muito complicada, muito difícil. Uma fala xenofóbica que nós, no futebol, temos que combater ainda mais. O futebol é uma diversidade imensa de pessoas, de outros países que defendem outras bandeiras – afirmou Márcia Ponce, secretária-executiva da Cáritas Brasileira Regional Paraná.

António Oliveira, que foi expulso no clássico e absolvido pela terceira comissão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), não gostou e pontuou que “não olha as culturas, as raças e as nacionalidades”.

Para saber tudo sobre o Coritiba, siga o Esporte News Mundo no Twitter, Facebook e Instagram.

Confira o diálogo

Rubens Dobranski: Já tive a oportunidade de assistir jogos em Portugal, no estádio da Luz. Fui ver jogos do Benfica lá em Portugal algumas vezes e estou preocupado porque os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta ‘balde d’água’, chuta microfone, sempre é advertido com cartão amarelo. E se não me engano, o senhor aqui quando chegou ao Coritiba, não sei se foi na quarta ou quinta rodada, já cumpriu suspensão por três cartões amarelos. Confere? Confere isso? O senhor foi suspenso por três cartões amarelos?

António Oliveira: Sim, senhor.

Rubens Dobranski: Não sei se foi na quarta ou quinta rodada, o senhor já cumpriu essa pena, correto?

António Oliveira: Correto.

Rubens Dobranski: Então, o senhor veja, um técnico de futebol, na quarta ou quinta rodada, já cumpre uma suspensão de uma partida por três cartões amarelos. O senhor não acha que está sendo, assim, muito reclamão com os árbitros aqui do país?

António Oliveira: Podemos expor o contrário. Eu, na vida, não olho as culturas, as raças as nacionalidades.

Rubens Dobranski: Nós também não. Só estou vendo que tem vários casos.

António Oliveira: O doutor acabou de dizer que os portugueses estão a tentar marcar território.

Rubens Dobranski: Porque está sendo comum isso acontecer.

António Oliveira: Mas isso é uma opinião do doutor. Não é a minha, respeito muito. Cada um é como cada qual. Não olho nacionalidade, não olho religiões, não olho cores. Para mim as pessoas, cada uma tem sua índole, sua educação e sua formação. Eu tenho a minha, a minha forma de viver o jogo.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo