Corinthians
Boselli revela que clube ainda deve a ele e que errou ao escolher o Corinthians: ‘Não me encaixava no time’
— Continua depois da publicidade —
Quatro meses depois de deixar o Corinthians e, hoje, no Cerro Porteño, o atacante argentino Mauro Boselli afirmou em entrevista que cometeu um erro ao escolher jogar no time do Parque São Jorge e que ainda tem salários a receber do clube.
O jogador afirmou que a proposta do Corinthians saltou aos olhos dele e que se precipitou ao aceitar a oferta sem analisar antes a forma como o time jogava. As revelações foram feitas em uma matéria do portal “90 Min” assinada pelo jornalista argentino Diego Yudcovsky.
“Meu empresário tinha duas propostas do futebol brasileiro. Uma delas era do Corinthians. Quando te ligam de Corinthians ou Flamengo, o resto dos times passa para um segundo plano. Me foquei muito no que era o Corinthians como instituição. Neste momento, não olhei que forma de jogar tinha a equipe ou que estilo combinava melhor com meu futebol. Errei na hora de escolher o clube. Se você me perguntar hoje, eu tomaria a mesma decisão, porque o Corinthians é magnífico. Mas eu não me encaixava no estilo de jogo do time. Isso dificultou as coisas para mim”, revelou o atacante.
Além disso, o jogador afirmou que ainda tem valores a receber do Corinthians e que mantém contato com o presidente Duílio Monteiro Alves para acordarem uma solução, mas não revelou a quantia que deverá ser paga pelo clube. “O Corinthians ainda me deve um montão de dinheiro. Estamos vendo uma forma de poder saldar essa dívida”, contou o jogador.
+ Com paralisação do Campeonato Paulista, Corinthians pode zerar seu departamento médico
Boselli afirmou ainda que se desapontou com o desempenho dele em campo. Com a camisa do Timão foram 17 gols em 72 jogos. No clube anterior, o León, do México, o atacante marcou 130 vezes em 221 partidas. No entanto, o jogador destacou que a chegada de Thiago Nunes o ajudou a melhorar seu rendimento.
“Se comparar com minha passagem pelo México, [o período no Corinthians] não chega perto do que fiz por lá. No meu segundo ano no Corinthians, mudou o treinador. Chegou um técnico [Tiago Nunes] que me ajudava muito mais no que eu podia fazer como jogador de futebol, como centroavante. Comecei o ano muito bem. Antes da pandemia, a gente tinha jogado 11 partidas, eu tinha marcado seis gols e dado três assistências. Uma arrancada incrível”, frisou Boselli.
Em meio ao bom momento do começo da temporada passada, veio a paralisação dos campeonatos por causa da epidemia do coronavírus e uma sucessão de lesões, que de acordo com Boselli, atrapalhou a sequência do atacante como titular do Corinthians.
“Fiquei quase dois meses parado por causa de uma fratura no rosto. Isso me fez perder muito espaço. A equipe oscilou nesse momento. Quando voltei e estava bem para jogar de novo, sofri uma lesão no tornozelo, que me deixou mais um mês e meio fora. Essas duas lesões impediram que eu seguisse o ano como tinha começado”, lamentou o jogador.
Outro ponto que chateou o argentino em sua passagem pelo Timão foi a forma como deixou o clube, no final de 2020. A reunião com Duílio Monteiro Alves, então candidato eleito à presidência do Corinthians, em que a não renovação do contrato foi definida, foi mostrada sem sua autorização na série documental “Acesso Total”, produzida pelo SporTV e exibida ao longo do último mês.
“Ninguém me disse: ‘Olha, vamos mostrar esse episódio da demissão’. Mas foi uma formalidade, mais para as câmeras do que pra outra coisa. Eu já sabia, dois ou três meses antes, que não seguiria no Corinthians, quando deixei de ser convocado para as partidas. Me doeu depois. Me dá um pouco de tristeza pela forma como expuseram na televisão. Mas é parte do que é o Corinthians e do que precisam vender para fora do clube. Preferia que [a reunião] não tivesse se tornado pública, a decisão já estava tomada há muito tempo”, contou o argentino.
No entanto, mesmo lamentando a forma com que foi tratado, o jogador ainda lembra com carinho da torcida do Corinthians e afirma que a presença do público faz diferença na pressão que o adversário sofre quando visita a Neo Química Arena.
“O time pode estar perdendo uma partida, mas ela segue apoiando. Obviamente, é uma torcida que reclama, chata, te faz sentir a pressão quando as coisas não saem bem. Mas, dentro de campo, ela apoia do primeiro até o último minuto de cada jogo. As equipes sabiam que, quando iam ao estádio do Corinthians, não era fácil ganhar. Faz muita falta jogar com o apoio da torcida”, concluiu Boselli.
Siga o Esporte News Mundo no Twitter, Instagram e Facebook.