Automobilismo

Bottas ou Russell: quem é o culpado pelo acidente no GP da Emilia-Romagna?

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Reprodução / F1 TVPro
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O acidente entre Valtteri Bottas e George Russell durante o GP da Emília-Romagna, em Ímola, ajudou a mudar a história da corrida. O piloto da Williams tentou ultrapassar o finlandês da Mercedes, os dois se tocaram, saíram da pista e bateram na Tamburello, abandonando a prova. Mas quem tem culpa nessa batida?

Antes, é preciso analisar o contexto: Bottas vive um começo complicado de temporada. Questionado nas entrelinhas, já tem seu futuro em xeque porque não consegue entregar tudo o que a Mercedes precisa, mesmo com um dos melhores carros do grid.

Do outro lado, Russell parece amarrado em uma equipe que evolui pouco e não consegue sair do fim do grid. Ainda assim, conseguiu seguidas classificações para o Q2 e bateu na trave mais de uma vez para, finalmente, pontuar com a Williams.

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Quando os dois pilotos ficaram em igualdade de condições guiando a Mercedes, Russell claramente se sobressaiu, ultrapassando Bottas duas vezes em Sakhir. O jovem inglês só não ganhou a prova porque a equipe errou no pitstop, além de um estranho furo no pneu.

Por tudo isso, Russell é o mais cotado para assumir o lugar de Bottas em 2022. O que nos traz para Ímola.

HORA DA VERDADE

Imagine-se no lugar dos dois pilotos. Russell encontra Bottas pela frente, podendo, com uma Williams, abrir a asa móvel e ultrapassar a favorita Mercedes. É a oportunidade para mostrar para Toto Wolff que entre os dois, George deve ser o piloto para o ano que vem.

Já Bottas lutava pela sobrevivência. Fazendo uma corrida terrível, andando no pelotão intermediário, se viu ameaçado por seu suposto sucessor. Não era o momento, justamente, para mostrar para Toto Wolff que merece ficar como colega de Hamilton no ano que vem?

Russell arriscou. Bottas se defendeu. O inglês beliscou a parte molhada, não conseguiu segurar o carro e, por azar, levou o finlandês com ele para a brita. Os dois pilotos tomaram as decisões corretas, considerando o contexto e as manobras efetuadas.

Não houve fechada e nem forçada de ultrapassagem em um espaço que não existia. Acidente de corrida.

O QUE DIZEM OS PILOTOS?

Bottas afirmou que defenderia a posição do mesmo jeito, contra qualquer piloto. Para o finlandês a ultrapassagem foi uma decisão de Russell, que deveria ter levado em consideração o estado da pista. “Obviamente ele sabia que ia estar úmido lá, porque nós passamos por lá volta após volta. E eu também sabia. Não era nada fácil ir nessas condições com slicks. Mas ainda assim ele tentou. Foi uma escolha dele arriscar naquele ponto. Eu só estava fazendo meu trabalho e não ia sair da frente para deixar o lado seco para ele. É assim que funciona”.

Russell deixou o carro irritado, se dirigindo à Bottas para tirar satisfação sobre a manobra. No Twitter, alfinetou o colega. “Você tem o direito de defender sua posição. Mas a 330 km/h, você deve respeitar a velocidade e as condições ao fazê-lo”. Após a prova, de cabeça fria, o inglês prometeu conversar com o finlandês para esclarecer o ocorrido:

— Tenho certeza que, provavelmente, teremos uma conversa por telefone esta semana apenas para deixar isso para trás e seguir em frente. Somos pilotos. Estamos todos lutando por uma posição. E este momento é muito decepcionante, amargo, para todos nós. Seu coração para por um momento quando você bate a mais de 320 quilômetros por hora. Você simplesmente não sabe o que vai acontecer.

Russell e Bottas discutiram logo após a batida em Ímola. Ruim para os dois. (Reprodução / F1 TVPro)

Já o chefe da Mercedes colocou panos quentes no acidente entre Bottas e Russell, distribuindo responsabilidades. “”Valtteri teve dificuldade nas 30 primeiras voltas e não deveria estar ali [em nono], mas George não deveria ter se lançado nessa manobra, considerando que a pista ainda estava secando. A tentativa significou correr riscos, sendo uma Mercedes à sua frente e qualquer piloto em desenvolvimento nunca deve perder de vista a perspectiva global das coisas”, afirmou Wolff.

Ninguém foi punido pela direção de prova.

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