O zagueiro Bruno Alves foi o convidado do GE Divide Tela, nesta sexta-feira (05). Em entrevista ao jornalista André Hernan, do Globo Esporte, o jogador Tricolor comentou sobre os protestos que ganharam o mundo após o assassinato de George Floyd, no Estados Unidos, e também sobre o racismo presente em nossa sociedade. “Particularmente sofri racismo. Em alguns lugares nos quais você vai as pessoas te olham diferente. Aconteceu de estar com a minha família em um resort numas férias e estava esperando o Henry (seu filho) para brincar na porta desse resort. Daí chegou uma mulher, deu a mala para eu carregar e disse: “Meu quarto é esse”. Aí eu falei: “Não, moça, não trabalho aqui”, e ela pediu desculpas. Então você vê que algumas coisas estão no subconsciente de algumas pessoas.” Comentou.
O jogador ainda completou “Lógico que torcemos para isso mudar e tem que ser tomada medidas para que isso não possa ocorrer, o fato de acontecer isso no mundo inteiro. Sofremos, mas hoje é menos. Acredito que toda população tem algum relato de que tenha sofrido racismo.”
O zagueiro que é pai de duas crianças, ainda relembrou momentos de tensão ao tentar fazer atividades normais do cotidiano, como por exemplo fazer compras. “Gosto muito de usar moletom. É mais confortável. Às vezes você coloca toca e entra numa farmácia ou supermercado. Pelo fato de você ter a pele talvez mais escura o segurança já começa a te seguir. Daí eu tiro a touca, eles veem e param. São coisas cotidianas do dia a dia”
Antes da paralisação do futebol, por conta da pandemia de Covid-19, Bruno Alves vivia um ótimo momento no São Paulo e estava nas graças da torcida. Entretanto, o zagueiro é a favor das medidas adotadas pelo Tricolor de interromper as atividades e demonstrou receio a uma possível volta aos treinamentos. “É difícil porque tem muita dúvida sobre a Covid. Realmente para algumas pessoas pode ser que se manifeste mais fraco. Às vezes pode ter contato com o vírus e ter só um resfriado. O problema é quando você passa para outra pessoa. Como esse vírus vai chegar no corpo de outra pessoa? A Helena (filha) fez seis meses ontem (quarta-feira). Começou introdução alimentar. O Henry tem três anos e pegou H1N1 faz três meses. Então é difícil, né? Como esse vírus chega no corpo de uma criança? Da minha esposa? É uma incógnita. Dá uma preocupação, sim, e temos de prezar primeiramente pela saúde sempre.” finalizou o atleta