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Campeão Mineiro, Cuca dedica troféu à sua mãe e vê grande supremacia do Atlético-MG no estado

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Foto: Pedro Souza/Atlético-MG
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O técnico Cuca conquistou o seu quarto título mineiro pelo Atlético-MG após empatar em 0 a 0 com o América-MG na tarde deste sábado (22). O treinador que chegou bastante questionado e com muitas críticas, soube dar a volta por cima tanto no Estadual quanto na Copa Libertadores e levantar o seu primeiro caneco em sua segunda passagem pelo alvinegro.

— Eu disputei quatro títulos aqui, 2011, 2012 e 2013 e agora 2021. Conseguimos vencer todos eles. Lógico que o Galo tem chegado em 15 finais consecutivas, então é uma supremacia grande nos últimos anos. Este título, para mim, significa uma homenagem à torcida que não está podendo vir a campo, aos jogadores que se dedicaram tanto, os meninos que começaram e os mais experientes que estavam envolvidos dentro de uma Libertadores. Nós tivemos até agora duas competições, a primeira se finda hoje com o Galo campeão e a segunda nós temos tudo para acabar em primeiro lugar de 32 equipes. Então, acho que está sendo muito bem conduzido. Lógico que não é toda vez que se consegue fazer jogos vistosos, às vezes falta alguma coisa, como hoje faltou, mas não falta espírito., nem vontade de ganhar ou organização. A gente tem que ver isso também como uma coisa vistosa.

O treinador fez questão de lembrar da importância do Campeonato Mineiro, dizendo que quando vence, é apenas obrigação, mas quando perde é algo do tamanho de ‘Copa do Mundo’. Cuca também lembrou times como o Leicester, na Inglaterra, e Santo André, que foram campeões de grandes títulos, para lembrar que investimento não é sinônimo de conquista.

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— Hoje não foi um jogo que se tenha um destaque, nós não fomos o time que jogou esses últimos jogos da Libertadores, com aquela volúpia toda. Lógico que tem fatores que influenciam nisso, eu não vou ficar falando aqui de 12 dias e cinco partidas, mas a gente está muito contente com a entrega que esse pessoal tem. Hoje, temos mais ou menos um time titular na ponta da língua, se sabe quem são as peças que entram também. Acaba que se perde algumas, lógico, durante a competição e ganhando outras, como ganhamos na quarta-feira lá no Paraguai, a entrada do Marrony que jogou muito bem. Isso é um exemplo só que estou dando e tem tantos outros. Para eu resumir, o Campeonato Mineiro não vale nada né, mas perde ele para você vê o quanto ele vale. Vale mais que a Copa do Mundo. Então, é capaz de falarem que era obrigação ganhar o Mineiro, lógico que eu sei que tinha a obrigação, pelo investimento, pelo dinheiro e pelo plantel que tem, mas jogo é jogo e não é porque você tem o maior investimento que você vai ser sempre campeão, se não o Leicester não seria campeão na Inglaterra, nem o Paulista seria ou o Santo André, da Copa do Brasil, porque você tem times organizados, como é o América., um time cascudo que vai fazer bom campeonato no Brasileiro.

Por estar presente em várias competições na temporada, o Atlético-MG fez cinco jogos em 12 dias, somados a viagens, sobrou-se pouco tempo para treinar. Cuca revelou que treinou o time por vídeo para pegar o América-MG devido à logística de viagens e concentração para a final do Campeonato Mineiro.

— Você já pensou se não dá certo? Só tem um responsável, que é quem escala, mas a gente tem que ter confiança no que faz. Se for ver as estratégias que foram usadas desde quando a gente sentiu o gosto de estar na final, que foram os jogos com o Tombense preservando alguns jogadores e preserva-se de jogo, mas não preserva-se das viagens e a falta de treino. O América teve a semana toda para treinar o Galo, entender como jogava e de que forma neutralizava as peças e ter vantagem de alguma forma, nós não tivemos nenhum dia para treinar, porque porque a gente treinou o Cerro, na quarta jogamos, na quinta viajamos, sexta concentramos e não tem como treinar e o treino é no vídeo e hoje jogamos. Nós vamos usar o elenco inteiro, por isso que foi criado um elenco forte, para fazermos frente em todas as competições, o Brasileiro principalmente, porque são 38 rodadas e premia quase sempre o melhor elenco.

Com o primeiro caneco levantado e a melhor campanha da Libertadores geral, Cuca vê o time ganhando espírito vencedor, apesar do empate contra o América-MG não ter sido tão vistoso.

— Quando você entra em qualquer lugar, você vai ter o seu modelo de jogo. Outro dia eu fiz um losango, porque eu achei que era o mais interessante para aquela partida e se perde só tinha um culpado, mas eu sei entender isso e a responsabilidade tem que ser sempre do treinador. Então, naquela partida eu entendi que era o melhor, hoje nós jogamos com o time mais aberto, mas também não foi um jogo vistoso, porque foi um jogo pegado, teve 44 faltas, 26 de um lado e 18 do outro, um jogo muito disputado, palmo a palmo, um jogo aguerrido, que não terá chances claras, um espetáculo tecnicamente, mas vai ter uma entrega, uma disputa de espaços que é tão bonita quanto e a gente tem que valorizar isso desses atletas, eles deixaram o espírito dentro do campo. Estamos encontrando um espírito de um time que quer vencer e a gente já teve essa primeira vitória, temos tudo para acabar em primeiro a primeira fase da Libertadores e entender que mata-mata não há chances para um dia ruim, vai ter que sempre jogar no limite máximo.

Lances polêmicos

No confronto contra o América-MG neste sábado, houve dois lances polêmicos envolvendo a arbitragem, com um pênalti marcado a favor do Coelho, desperdiçado pelo atacante Rodolfo, e outro não marcado no final da partida. Cuca diz que não viu penalidade em nenhum dos dois lances e que deve-se ouvir mais os comentaristas do ramo que são ex-árbitros, pois eles têm uma considerável credibildiade

— Eu acho que o primeiro pênalti não foi. Eu não vi na TV, eu estou falando o que vi no campo de jogo. Eu falei com o Igor e ele me disse que não foi nada, mas foi dado o primeiro pênalti. O segundo, se você tem que ter uma câmera lenta para descobrir se foi ou não, na busca de espaço que o jogo é hoje… Eu sei que tem reclamação do outro lado, mas se vocês tem os comentaristas de arbitragem, que são ex-árbitros e se um deles está falando que não foi pênalti, a gente tem que acreditar. A gente entende a reclamação do adversário no calor do jogo, todo mundo está com os nervos a flor da pele, é um minuto que representa um campeonato inteiro, mas se for avaliar com calma, com bastante naturalidade, nenhum dos dois lances foram faltas e, consequentemente, não eram pênaltis.

‘Ofereço o título à minha mãe’

Há cerca de três meses atrás, Cuca estava disputando uma final de Libertadores com o Santos, no Maracanã. O treinador acabou perdendo a decisão para o Palmeiras e o técnico acabou não faturando o caneco pela segunda vez. O comandante, hoje no Atlético-MG, disse que a final do Campeonato Mineiro neste sábado, contra o América-MG, foi como uma final de Libertadores para ele.

— Por mais experiente que se seja, há três meses atrás, eu estava no Maracanã jogando uma final de Libertadores. Hoje estou dentro do Mineirão jogando uma final de Campeonato Mineiro. Se eu te disser que os dois mexem com o coração da mesma forma você não vai acreditar, porque hoje é a minha Libertadores, é o que eu tenho. O Mineirão hoje é tudo que eu tinha e mais um pouco, a responsabilidade nossa é muito grande para ser campeão, a gente sabe e os jogadores sabem. Hoje, com o título, não importa de que forma foi, se é com duas goleadas ou com dois empates, você é campeão.

Por fim, Cuca dedicou o título mineiro à sua mãe que venceu à Covid-19 após 75 dias de internação hospitalar. O treinador revelou horas de ansiedade antes da final e contou o que passou na sua cabeça durante estes instantes prévias do confronto.

— Esse título, sem dúvida nenhuma, ofereço à minha mãe, que Deus operou um milagre para pôr ela de volta no nosso convívio. Eu não vi minha mãe ainda desde que eu saí de lá e ela estava em estado crítico na UTI. Na hora que der para dar uma folga, pretendo dar um pulinho lá, mas por enquanto, ainda, infelizmente, não dá, só por mensagem tenho falado com ela. Horas antes do jogo foram de ansiedade, porque, por mais experiente, mais velho que seja, a gente sempre fica ansioso em um dia de decisão, porque é tudo muito próximo, a vitória e a derrota, então a ansiedade te busca a todo momentos. Pensamentos positivos, outros não tão positivos assim.

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