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Clássico-Rei: Como pode mudar rumos de Fortaleza e Ceará no Brasileirão

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Foto: Leonardo Moreira / Fortaleza EC
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Fortaleza e Ceará se enfrentam domingo (20), na Arena Castelão, pela 26ª rodada do Brasileirão, às 20h30. Apesar de estarem vindo de uma sequência de resultados diferentes, a situação de ambos é bem parecida na tabela. Com apenas dois pontos de diferença, a vitória no clássico para qualquer um dos lados pode ser primordial tanto em questão de somar pontos quanto no quesito psicológico.

A sequência de duelos com adversários diretos não está sendo fácil para o Vovô que, apesar dos percalços, goleou o Vasco, venceu o Bahia e perdeu para o Atlético-GO. Agora, fecha o quarto jogo contra equipes que brigam pelos mesmos objetivos na competição nesse final de semana, contra o Fortaleza. Melhor nordestino colocado, o Alvinegro ocupa a 11ª posição com 32 pontos. Derrotado pelos goianos na última rodada, a equipe de Guto Ferreira perdeu a chance de se aproximar do G8 e foi ultrapassado pelo Dragão. Vencendo o clássico domingo, sua pontuação sobe para 35, podendo terminar a rodada até mesmo na nona posição, caso conte também com combinações de resultados, além de aumentar a distância para a zona de rebaixamento.

No entanto, uma derrota o faria estacionar nos 32 pontos pela segunda partida seguida com chances de fechar a rodada na 13ª posição, sendo ultrapassado pelo Fortaleza e Bragantino, caso vença seu adversário na rodada. O mesmo pode acontecer em caso de empate.

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Para ser o dono dos três pontos ao apito final do juiz, Guto Ferreira terá o retorno de seu artilheiro Vina, suspenso na rodada anterior. O treinador também pode fazer algumas alterações na equipe. Charles deve retornar à titularidade no lugar de Fabinho e fazer dupla de volantes com Fernando Sobral. Outra mudança que também pode surtir é de Saulo Mineiro na vaga do centroavante Cléber. Sendo assim, Guto deve entrar com o que tem de melhor no elenco e apostar em uma ou duas alterações, iniciando o jogo com a seguinte formação: Richard, Samuel Xavier, Tiago Pagnussat, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Charles, Fernando Sobral e Vina; Lima, Léo Chú e Saulo Mineiro.

Pelas bandas do Pici, a situação anda um pouco mais tensa desde a saída de Rogério Ceni. O Tricolor trouxe de volta o tão conhecido do futebol cearense Marcelo Chamusca, campeão Estadual tanto com o Fortaleza quanto com seu rival Ceará, e que vinha fazendo um trabalho brilhante pelo Cuiabá na Copa do Brasil e na Série B do Brasileirão. Mas, que na Série A ainda não mostrou resultados. Pelo Vovô, em 2018, foi uma sequência negativa onde não conquistou nenhuma vitória nos seis primeiros jogos e logo foi demitido. No Leão, o retrospecto é melhor, mas não tanto. Nas seis primeiras partidas disputadas sob seu comando até aqui, o time venceu apenas uma, empatou três e perdeu duas.

No entanto, apesar dos últimos resultados não tão positivos, sua posição na tabela ainda é “confortável”. Em 13º lugar, o Leão tem 30 pontos e mantém uma distância de cinco pontos do Vasco, atualmente primeiro dentro do Z4. Para esse confronto, Chamusca conta com os retornos de Romarinho, recuperado da Covid-19, e Bruno Melo, que cumpriu suspensão diante do Corinthians. Sendo assim, o Tricolor do Pici deve entrar em campo com: Felipe Alves; Tinga, Paulão, Jackson e Bruno Melo; Felipe e Juninho; Romarinho, Yuri César, David e Wellington Paulista.

Caso leve a melhor no sétimo Clássico-Rei do ano e segundo dessa Série A, o Leão chegará aos 33 pontos e pode ultrapassar o próprio Ceará, além do Bragantino e Corinthians, de acordo com os resultados dos jogos dos times paulistas. Empatando, vai aos 31, mas pode acabar ultrapassado por Sport-PE, Bahia e Athlético-PR e terminar a rodada na 16ª colocação e, caso o Vasco ganhe, com apenas três pontos de distância da zona de rebaixamento.

A campanha do time de Porangabuçu é sim melhor, mas isso não se leva para dentro de uma disputa do tamanho de um Clássico-Rei. Uma rivalidade centenária, poucas foram as vezes que houve um ganhador com placar mais elástico. Fortaleza e Ceará são jogos normalmente vencidos no detalhe. Mesmo em anos de superioridade do Vovô dentro e fora de campo, o Leão já rugiu alto e venceu no último minuto. E assim também vale para a época de hegemonia do Fortaleza. Leão melhor financeiramente e com um elenco mais forte enquanto o Ceará vinha desacreditado pelos entendedores de futebol, mas não por sua torcida, e fez o preto e branco prevalecer com o estádio balançando.

O fato é que sair vencedor da maior rivalidade do futebol cearense e, hoje, nordestino, vale muito mais do que a pontuação na tabela. Sim, garantir o quanto antes a permanência e poder focar em objetivos maiores sem ter preocupação com a zona de rebaixamento é essencial. Mas vencer um Clássico-Rei tem uma importância moral única. Derrotar o seu maior rival, seja para Ceará ou Fortaleza, é vencer um “campeonato à parte”. A disputa entre Ceará e Fortaleza não é somente no dia do jogo. A aproximação desse duelo não é sentida apenas dentro das sedes dos clubes. O clima na cidade muda.

Para o lado alvinegro da capital, o pensamento é “minimizar os erros”, como citou o zagueiro Luiz Otávio, para repetir o resultado do primeiro turno, quando o Vovô venceu com gol de Vina. No lado tricolor, ganhar o último clássico do ano daria uma “moral” para dar uma sequência mais tranquila ao trabalho do novo treinador, que está pressionado, seria de imensa importância. Além, do óbvio, que é somar os três pontos e subir na tabela.

Apesar de terem como objetivo principal a permanência na elite do Campeonato Brasileiro, o fato é que Ceará e Fortaleza não lutam só para manter distância das quatro últimas colocações, mas também para que possam terminar a disputa na primeira parte da tabela brigando por coisas maiores que é garantir classificação para à Sul-Americana 2021 ou – por quê não? – sonhar com a vaga na pré-Libertadores.

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