O Flamengo sagrou-se tricampeão da Libertadores da América na tarde deste sábado (29). Na finalíssima da competição, no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil, no Equador, o time da Gávea bateu o Athletico por 1 a 0, gol de Gabigol. O técnico Dorival Júnior conquistou o torneio pela primeira vez na carreira. O treinador chegou ao Rubro-Negro carioca no início de junho deste ano e também venceu a Copa do Brasil.
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Em entrevista coletiva após o título, Dorival Júnior relembrou o bom desempenho do Flamengo ao longo da competição e pontuou que a final mudou após a expulsão de Pedro Henrique, do Athletico. O treinador ainda elogiou o adversário.
– Colocamos o clube em uma condição que poucos acreditavam esse ano. Isso é fruto de muita dedicação de quem está lá dentro. A final tem um grau de nervosismo alto. Todos nós sentimos, como seres humanos. Mas o importante foram as apresentações que tivemos ao longo da competição. Fizemos partidas consistentes, com amplo domínio. Depois da expulsão, logicamente, a partida tomou outro rumo. Mas enaltecer também o trabalho do Athletico, que foi vibrante e valorizou muito a nossa conquista.
Outros que ganharam elogios do comandante rubro-negro foram Pedro e Gabigol. O primeiro foi o artilheiro e melhor jogador da Libertadores, enquanto o segundo fez o gol do título. Desde que Dorival chegou ao Flamengo, acreditou que os dois poderiam atuar juntos e o resultado vem rendendo bons frutos.
– É uma dupla que se completa (Pedro e Gabigol). Não era diferente daquilo que eu imaginava na minha cabeça. Eu não tinha dúvidas que eles poderiam jogar juntos, com uma aproximação maior entre eles. O Gabriel não alterou por completo a sua função. Houve uma alternância de movimento e ataques na última linha. Eles sabem fazer isso como ninguém, uma harmonia muito grande. Essa pequena mudança fez a diferença. O Gabriel decidiu uma Libertadores como artilheiro da equipe e, agora, outra Libertadores como um jogador de equipe. Talvez a doação dele tenha sido ainda superior a que ele teve em 2019.
A seleção brasileira também foi assunto da coletiva de Dorival. Tite já afirmou que não permanece no cargo após a Copa do Mundo deste ano. Perguntado sobre a possibilidade de assumir a canarinho, o treinador desconversou e disse que está focado em renovar com o Flamengo e continuar o trabalho que vem fazendo.
– É muito difícil falar sobre hipóteses na minha posição. Meu contrato com o Flamengo vai até o fim do ano. Meu maior prêmio seria continuar e dar sequência ao trabalho. Caso haja a possibilidade (de assumir a Seleção), isso seria após Copa do Mundo. Você postula uma condição como essa, mas é tudo ainda muito distante e muito vago.
– Temos grandes profissionais no país, muitos respeitados, que também tem o merecimento uma oportunidade à frente da Seleção. O Tite é um dos grandes profissionais do futebol mundial, de altíssimo nível. Não se esse caminho vai ser realmente tomado, mas vamos ficar na torcida do Brasil conquistar o título mundial – completou.
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O Flamengo volta ao Brasil na manhã deste domingo (30). No entanto, o clube não vai fazer nenhuma comemoração pública, atendendo solicitação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ). O motivo é o segundo turno da eleição presidencial. O time de Dorival Júnior volta a campo na próxima quarta-feira (2), quando enfrenta o Corinthians, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Confira outros tópicos da coletiva de Dorival Júnior
Chegada ao Flamengo e Pedro
– Eu acho que o Pedro, independentemente da saída do Bruno (Henrique), eu vim para o Flamengo com a convicção de que ele precisava de uma oportunidade. Ele seria artilheiro em qualquer uma equipe. Um jogador desse nível não poderia ficar de fora. Ele trabalhou exaustivamente para chegar a essa posição. Méritos dele, que soube trabalhar de forma solidária. Em todos os momentos que entrava, ele dava o seu recado. Finalizar uma competição e deixar o nome marcado em um clube como o Flamengo não tem preço. Chegar a esse momento é algo que eu esperava muito na minha carreira. Eu não finalizaria minha carreira sem antes conquistar esse título. Foi uma confirmação. Deus me deu essa oportunidade e eu só tenho a agradecer. Agora, é continuar respondendo à confiança de quem me deu respaldo para chegar aqui.
Harmonia do trabalho interno
– Enaltecer o trabalho do grupo e tudo que está sendo realizado dentro do clube. Eu tive três oportunidades à frente do Flamengo e consegui ler todos os momentos, e afirmo que hoje o Flamengo vive um momento pleno em todos os aspectos, internamente falando. Um grupo de apoio que dá toda a sustentação possível, trabalho diferenciado realizado por Fabinho e Juan entre atletas e diretoria. Existe uma harmonia e equilíbrio no clube, com isso a preocupação é única com relação à busca por resultados e pela melhor performance. O clubes estava numa situação complicada, muitos diziam que o ano estava perdido, e tivemos um processo de recuperação abraçado pelos jogadores. Nos aproximamos das três competições e em duas delas alcançamos o que queríamos, novamente colocamos o clube numa condição em que poucos acreditavam esse ano.
Temporada mágica e títulos
– Se eu fizer um apanhado da minha carreira são 13 títulos e cinco vice-campeonatos. Muito difícil alcançar números dessa maneira. Sempre fiz trabalhos que levaram equipes a conquistas de Libertadores, saí em momentos em que as equipes estavam próximas de conquistas, acho que em algum momento teria uma oportunidade como essa. Tinha convicção que em algum momento eu voltaria ao Flamengo. Terminamos agora com sete vitórias em sete partidas. Acho que campanha nenhuma superou a do Flamengo esse ano. Título invicto numa competição dificílima. Eu tirei sete grandes equipes de zona de rebaixamento e isso ninguém reconhece. Tenho algumas conquistas importantíssimas e formações de equipes que talvez tenha mais valor do que títulos. Seleção vamos deixar as coisas acontecerem, muito cedo para falar, minha preocupação continuará sendo o Flamengo.
Paixão pelo Rio de Janeiro
– Não existe uma identificação maior do que essa do carioca com a sua equipe, com o futebol, com o samba. Isso eu conheci desde pequeno em Araraquara. Então, tenho uma paixão muito grande pela vida do carioca. Nunca escondi de ninguém que uma cidade que eu gostaria de morar seria o Rio de Janeiro. Eu resido em Florianópolis há 20 anos. Lá as coisas são parecidas com o Rio, é um Rio em miniatura. Sempre adorei como o carioca encara a vida. Poder ganhar o campeonato com a maior torcida do mundo tem um valor inestimável.
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