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Conheça os principais desafios do recém-empossado presidente do Cruzeiro

O novo presidente Sérgio Santos Rodrigues assume o comando do clube até dezembro, em meio polêmicas dentro e fora das quatro linhas. Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Imagine a seguinte situação: um prédio precisa eleger um novo síndico, já que o anterior renunciou ao cargo por conta do seu suposto envolvimento com práticas – no mínimo – reprováveis. Tanto as contas quanto a estrutura do condomínio estão com várias rachaduras, além de contar com outros “rachas” entre os próprios moradores.

É neste cenário metafórico que Sérgio Santos Rodrigues assume o cargo de presidente do Cruzeiro. Porém, apesar de ter pouco mais de 6 meses de trabalho pela frente, o novo comandante da equipe celeste terá muito o que fazer, sem ter a possibilidade de deixar para depois. Só de dívidas a serem pagas neste ano, estima-se que o valor esteja na casa dos 680 milhões de reais, oito vezes maior do que o orçamento previsto para 2020 (80 milhões de reais). 

Saiba mais: Dívidas de Atlético e Cruzeiro representam mais de 17% do endividamento do futebol brasileiro.

Mas os problemas não assustaram o novo comandante da equipe. Apesar de ter sido empossado ontem (01) no cargo, Sérgio Rodrigues já tinha demonstrado na sexta passada que iria honrar os compromissos do clube, realizando o pagamento da dívida de R$ 3,8 milhões referentes a compra do atacante Willian Bigode, através de uma parceria com os Supermercados BH. Caso não fosse paga, a raposa teria perdido mais 6 pontos na tabela da Série B. “Minha obrigação como presidente do Cruzeiro, eleito, é buscar soluções para que isso ocorra”, declarou Sérgio, que também quitou os salários atrasados de jogadores e funcionários.

Confira os principais desafios do novo presidente do Cruzeiro

Problemas na Justiça

Nos últimos anos, processos trabalhistas se tornaram cada vez mais frequente no dia a dia da raposa. Segundo levantamento feito pelo jornal Hoje em Dia, o número de casos contra o Cruzeiro na justiça aumentaram em 300%, indo de 31 processos acumulados em 2017 para mais de 90 processos em 2020.

Entre os casos mais novos, temos o do atacante Halef Pitbull, que não jogou nenhuma partida sequer no time principal da raposa. O jogador de 22 anos entrou com uma ação no final de abril pedindo a anulação do acordo de rescisão, já que o clube não pagou nenhuma parcela. Já o fisiologista Emerson Silami processou a equipe por conta do não pagamento de verbas rescisórias, FGTS e premiações, totalizando cerca de 240 mil reais. Mano Menezes também é mais um dos que brigam contra o Cruzeiro fora das quatro linhas. O ex-treinador da equipe luta pelo direito de receber a sua rescisão contratual e direitos de imagem não pagos, totalizando cerca de 5,3 milhões de reais.

Mais dívidas

A equipe celeste também tem muita conta para pagar fora do Brasil. Segundo um balanço divulgado pelo clube, o Cruzeiro possui mais de 80 milhões de reais em dívidas com a FIFA que precisam ser pagos ainda neste ano, além de lidar com a perda de 6 pontos por conta do caso que envolvia o volante Denilson.

O débito exorbitante é mais uma das heranças deixadas pelas gestões passadas, com direito a nomes que trazem calafrios para o torcedor. O treinador Paulo Bento, que comandou a equipe durante 17 partidas em 2016, entrou na FIFA com um processo exigindo um pagamento de pouco mais de 1 milhão de reais. Já o Morelia, do México, pede um pagamento de R$6,5 milhões pelo atacante Riascos – também conhecido como Fiascos. As contratações de Rafael Sóbis e Arrascaeta também são responsáveis por mais de 25 milhões de reais em dívidas aos cofres celestes.

Dedé

Ainda em recuperação de uma cirurgia no joelho direito, o zagueiro Dedé, de 31 anos, vive uma situação tensa dentro do clube. Também, não ajudou muito quando o “síndico” anterior, Wagner Pires de Sá, apareceu em um vídeo dizendo que não poderia vender o jogador pois ele não seria aprovado no exame médico de nenhum clube.

Além de trazer problemas fora das quatro linhas, Dedé também representa uma enorme dor de cabeça para a contabilidade celeste. O zagueiro aceitou reduzir o seu salário para o teto de gastos da equipe (R$150 mil por mês), desde que a diferença fosse paga no ano seguinte, divida em 20 prestações.

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