O Corinthians demonstrou solidariedade ao torcedor conhecido como Mano Língua, que percorreu mais de 10 mil quilômetros de moto, partindo do Rio de Janeiro até Quito, no Equador, para acompanhar a partida contra o Independiente del Valle pela CONMEBOL Libertadores.
Ao conhecer a história desse dedicado corintiano, o clube paulista se comoveu com sua jornada, mesmo que tenha presenciado a decepcionante derrota de seu time por 3 a 0, resultando na eliminação precoce do torneio continental. O Corinthians buscou uma solução para viabilizar o transporte da moto de Mano Língua em um avião, como forma de auxiliá-lo. No entanto, ele gentilmente recusou a oferta.
“Agradeço. Eles querem me dar passagem, eu não quero. Vou voltar do jeito que eu vim, 14 dias. Não vou voltar de avião, não. Eles querem por minha moto no avião, não vou aceitar”, disse sem segurar as lágrimas.
”Eles gostam muito de mim, mas não quero nada do clube. Eu tenho que ajudar o clube, não tirar do clube. Não quero nada do clube. Eles queriam me levar no avião, não vou. Vou voltar com a minha moto”, completou.
Com isso, Mano Língua pretende iniciar a viagem de volta em sua própria moto nesta sexta-feira (9), pois ainda está abalado com a eliminação.
Mano Língua empreendeu uma jornada de mais de 10 mil quilômetros de moto, partindo do Rio de Janeiro até Quito, no Equador, durante um período de 14 dias, com o objetivo de marcar presença no confronto decisivo contra o Independiente del Valle, ocorrido na última quarta-feira (7).
Durante sua aventura, o torcedor atravessou diferentes países, incluindo Brasil, Argentina, Bolívia e Chile, antes de finalmente chegar à capital equatoriana.
Como era de se esperar, Mano Língua enfrentou inúmeros desafios ao longo do caminho. Na Argentina, teve que lidar com temperaturas abaixo de zero. Posteriormente, tentou atravessar o Salar de Uyuni, na Bolívia, conhecido como o maior deserto de sal do mundo, mas não obteve sucesso e precisou retornar.
Por fim, o torcedor foi surpreendido por um terremoto enquanto estava no Chile, em busca de um borracheiro para substituir os dois pneus de sua moto, que haviam furado.
“Na hora do terremoto, eu chorei muito. Naquele momento, tive vontade de desistir, mas como meus pneus furaram, não tinha como desistir. Sem sinal de celular, sem conexão com a internet e sem muitas opções, o corintiano nunca desiste”.
Rodrigo Parente, nascido em Ribeirão Preto, atualmente reside no Rio de Janeiro desde 1999. Apesar da distância de São Paulo, nunca deixou de acompanhar os jogos do Corinthians, uma vez que a distância nunca foi um obstáculo em seu caminho, pelo contrário.