São Paulo
Diniz defende Daniel Alves até o fim do jogo e justifica: “Referência técnica e de personalidade”
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O jogo do São Paulo contra o Grêmio, neste sábado, marcou o encontro de dois dos treinadores com maior tempo no cargo em clubes brasileiros. De um lado, Fernando Diniz, que está há pouco mais de um ano e um mês no comando técnico da equipe são-paulina. Do outro, Renato Gaúcho, que recentemente completou quatro anos à beira do gramado tricolor.
Dentro das quatro linhas do Morumbi, porém, aconteceu o que os torcedores dos dois clubes não gostariam: um 0 a 0 sem grandes possibilidades de gol para ambos os lados. Com o resultado, o São Paulo se manteve na 4ª colocação do Brasileirão. Já o Grêmio, provisoriamente, pulou da 11ª para a 10ª posição do torneio.
No decorrer da entrevista coletiva pós-jogo, o treinador Fernando Diniz opinou sobre os pontos fortes e fracos de sua equipe. Mais precisamente, justificou o porquê da manutenção de Daniel Alves, que atuou como lateral-direito pela primeira vez na temporada, até o final do jogo. O desempenho do jogador neste sábado foi colocado em questão.
– Na lateral, o Daniel ficou mais isolado e pegou pouco na bola. Fez uma partida “ok” na marcação e, quando a bola chegou, fez uma partida correta. Quando ele foi para o meio, com o time errando muitos passes, fica mais difícil fazer uma análise individual. Por estar sempre orientando, ele tem uma importância muito grande dentro de campo. Ele colabora com muitas outras coisas que não aparecem de maneira convencional.
Questionado sobre os motivos pelos quais o treinador não substituiu o experiente lateral, Diniz foi enfático:
– Ele produz muito para o time em diferentes formas. Ele é diferenciado, por isso não tiro ele do time. Mesmo aos 37 anos, o número de ações intensas do Daniel é altíssimo. Ele corre muito e digo mais: o Dani pode até pode errar tecnicamente em um jogo ou outro, mas é extremamente dedicado: treina muito, inclusive após as atividades. Por ser referência técnica e de personalidade, ele tem minha total confiança.
Já quando perguntado sobre a próxima semana do time, que jogará por três competições diferentes – Libertadores da América, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, respectivamente -, Diniz deixou claro que buscará a vitória nos três torneios, mas focou naquele que o São Paulo ainda não conquistou o caneco no decorrer de sua história.
– Todas as competições são importantes, mas é claro que, para o clube, a Copa do Brasil tem um peso diferente por ser uma conquista inédita. No entanto, entraremos para ganhar as três partidas. Contra o Binacional, por exemplo, colocaremos o melhor time para ganhar o jogo – afirmou.
Fernando Diniz ainda falou sobre o conceito de “máquina de moer gente”, que faz referência à pressão que os atletas brasileiros sofrem quando atuam em clubes do país.
– Os jogadores demoram a voltar a jogar no Brasil porque o centro do futebol mundial é na Europa. Por isso não é interessante voltar. Aqui é difícil porque temos que produzir o tempo todo. A exigência é altíssima, com os 20 times do campeonato “precisando” ser campões. Temos que saber suportar as críticas e ficar emocionalmente mais fortes. A cobrança é imediata e temos de saber responder – analisou.
Na última pergunta da breve coletiva concedida pelo técnico, a pauta do imediatismo foi levantada. Questionado se isso atrapalha seu trabalho nesta passagem pelo São Paulo e como o problema interfere na irregularidade do time no campeonato e na temporada, Diniz finalizou:
– O jogo de hoje foi atípico. Sentimos a maratona de jogos, a viagem e o fato de sairmos atrás em três momentos contra o Fortaleza. Em decorrência disso, acabamos cometendo erros incomuns, como acontece com os problemas nas trocas de passe. Porém, como todo time vai variar sua produção, a gente tem que buscar oscilar cada vez menos. O campeão, claro, será aquele que oscilará menos.
O São Paulo volta a jogar nesta terça-feira (20), contra o Binacional, pela Libertadores da América. A partida acontecerá no Estádio do Morumbi, às 21h30 (horário de Brasília).
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