Lui Carvalho, diretor do Rio Open, concedeu entrevista coletiva neste domingo de encerramento da 11ª edição do maior torneio da América do Sul e o tema mudança para quadra dura ficou em evidência.
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Há anos que o torneio deseja mudar para o piso duro, mas esbarra no calendário. Para 2025, três tenistas do top 20 confirmaram presença, mas lesões de Lorenzo Musetti e Holger Rune deixaram o evento apenas com Alexander Zverev, segundo colocado, como atleta do grupo. Segundo o diretor, o saibro dificulta muito a vinda de grandes nomes.
“Acredito muito que abriria um caminho para trazer mais jogadores, mais opções. O saibro dificulta bastante trazer os principais jogadores. Eles estão cada vez mais profissionais. Começar o ano no piso duro, voltar pro saibro e depois no piso duro é algo que eles fazem cada vez menos. Na época do Fino (Fernando Meligeni) jogava um torneio no saibro, na grama e dura, não tinha esse nível de preocupação. Eu sou muito crítico ao calendário. O tênis sul-americano não perderia se os torneios fossem para a quadra dura. Hoje em dia os latino-americanos são jogadores de quadra dura, o João Fonseca é jogador de quadra dura, Cerundolo é um cara de quadra dura. Não tem mais essa distinção até porque os pisos hoje são semelhantes”, apontou.
Segundo o diretor do evento, haveria melhores opções de jogadores, mas ainda não se equipararia ao ATP de Doha que este ano recebeu um upgrade para um novo torneio da categoria 500: “Quadra dura oferecia um cartel maior de opções, não teríamos uma chave como Doha, mas teria opções mais interessantes. Isso seria bom para o crescimento do evento, vamos continuar puxando isso (mudança para o piso duro), mas é uma decisão que envolve vários fatores e estamos o tempo inteiro para fazer isso acontecer”.
O torneio de Doha teve nova jogadores entre os 20 melhores do mundo com Andrey Rublev levantando a taça.
Lui comentou as críticas que o Rio Open recebeu, alguns até chamando o torneio de Challenger 500. novas histórias foram abertas como a de Alexandre Muller: “As pessoas podem ter a opinião delas, não vou rebater. Tentamos contornar fazendo ter o melhor lineup possível, ter o maior número de tops. As baixas do Musetti e do Rune abriram muito a chave assim como a derrota do João. Ao mesmo tempo você abre oportunidade de novas histórias legais como a do Baez ano passado e a do Muller que se tornou história interessante esse ano. Isso faz parte do esporte. Eu gostaria que minhas quartas fossem mais parecidas com a de Doha, mas é nossa realidade esse época, torneio no saibro em fevereiro é mais desafiador, fazemos o possível para contornar. Peço desculpas às pessoas, mas não posso controlar os resultados. Poderia ter 6 top 10, como teve um ano no Rio Open e ninguém ganhou. Ter vários não garante umas quartas com nomes conhecidos.”
Dois circuitos sul-americanos ?
Semanas atrás, a diretora do torneio de Santiago, no Chile, afirmou que Buenos Aires estaria travando a possibilidade da mudança de piso, mas Lui Carvalho revelou que não é o motivo e sim outras questões. Está até em debate a possibilidade do descolamento do torneio carioca os demais da gira sul-americana que este ano foi encurtada de quatro para três torneios com a saída de Córdoba.
“A gente conversa sobre isso faz tempo. Martin Jaite é o diretor de Buenos Aires, falamos bastante, eles já foram para um lado e para o outro. No momento eles não querem mudar (para a dura). Não acho que é isso que bloqueia o Rio Open ir para a dura e sim outras questões. Independente de Buenos Aires querer ir ou não, o Rio poderia ir e deixar Buenos Aires e Santiago no saibro. Nós somos o 500, existe uma hierarquia, existe preferência. Existem conversas em relação a isso. De repente não vai ser um circuito, podem ser até dois em momentos diferentes. Quem sabe até dois circuitos, Buenos Aires com Santiago em um momento e Rio em outro lugar, existe essa possibilidade também. Existem conversas, somos muito alinhados em questão de piso, mas se não concordarmos não impede que cada um possa ir para um lugar.”
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