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Dirigente do Avaí conversa sobre momento atual do clube

Foto: Divulgação/William Thomas

Nessa última quinta-feira (24), o dirigente de esportes do Avaí, William Thomas, conversou em coletiva sobre o atual momento do Leão da Ilha. A coletiva chegou a ser interrompida por causa de alguns torcedores avaianos que estavam protestando do lado de fora.

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Questionado sobre o péssimo desempenho nesse início de ano, William disse que a muita margem para melhora até o começo do Brasileirão em abril, porém comentou sobre a importância de seguir um processo diário.

— Com relação ao desempenho, ele está aquém no espaço de tempo que tivemos para trabalhar. Eu não prometo resultado em curto tempo, porque não existe. Quem promete não entrega. O mais importante é saber que o processo está bem composto, e aí que vejo a competência do trabalho no dia a dia, mesmo não tendo resultado. O grau de complexidade aumenta no Brasileiro, mas temos margem de melhora significativa. Mesmo não estando no ideal, estamos no caminho — falo

O dirigente também comentou sobre o trabalho nos bastidores do Avaí, que busca resolver as dívidas e contratar os certos jogadores para o Brasileirão.

— Esse trabalho que muitas vezes não é exposto, está buscando um crescimento e vai proporcionar resultados para o Avaí. Temos que encontrar bons jogadores. Não podemos deixar de reconhecer que temos jogadores com diferentes estágios de carreira. Cada um tem que ser tratado de forma individualizada. Sobre atletas que devem chegar, o Avaí está muito ativo no mercado dentro do que é possível fazer em termos econômicos. Todos atletas que vieram, vieram sabendo que era uma boa escolha vir para o Avaí. Estão confiantes no projeto de mudança, no discurso de que é um novo Avaí, cumprindo com suas obrigações. Outros atletas virão sabendo disso — disse.

—Temos conversas adiantadas com quatro/cinco atletas, mas não quer dizer que estão acertadas. Em 24h uma negociação pode cair. Às vezes a gente perde de última hora. São situações de mercado. A gente não pratica a mesma política de pagar para empresário e isso é um fator determinante para concretizar contratações. Mas isso não serve de desculpa. Tentamos outros caminhos. Sobre a lista de dispensa, é contraproducente a gente expor os atletas, porque são ativos do clube. É natural que haja avaliação diária — acrescentou.

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Até agora o Avaí já acumula algumas eliminações e derrotas dolorosas, no início da temporada o Leão da Ilha perdeu em casa a Recopa Catarinense para seu maior rival, o Figueirense. Alguns meses depois com Eduardo Barroca no comando o clube foi eliminado na Copa do Brasil pelo Ceilândia e semanas depois ao empatar com o Brusque acabou caindo fora do Catarinense também. Mesmo sendo eliminado de todos esses torneios o maior objetivo do ano do Leão da Ilha está para chegar ainda, em abril o Avaí estreia no Brasileirão contra o América-MG, na Ressacada. A CBF irá confirmar a data e o horário desse confronto, porém o jogo ocorrerá entre os dias 9 e 11 de abril.

Outros tópicos da coletiva

Tipos de negociações

— O primeiro aspecto das contratações é o financeiro. Pode escolher o jogador que quiser, mas se não tiver condições de ser competitivo na mesa de negociação, não existe negociação. Temos que ter cuidado. Hoje, o que o Avaí tem condição de atuar, temos que assumir alguns riscos, ou apostar em jovens promissores, porque também é uma alternativa de valorização no mercado, ou jogadores que tem um desempenho estabelecido e podem entregar o nível de competitividade que a gente precisa.

Nova diretoria

— A nova gestão está promovendo mudanças em todos aspectos dentro do clube, melhora da comunicação, profissionalização do clube, para proporcionar um crescimento perene desde os primeiros dias de gestão para que perdure ao longo do tempo. Tivemos diversos clubes que passaram por este processo. Dentro da rotina do departamento de futebol, uma série de cuidados estão sendo tomados para que a gente possa prestar um grande serviço aos atletas, para que eles tenham um grande crescimento esportivo e de performance. Trouxemos profissionais para somar, para ter um trabalho alinhado, em equipe. O futebol é feito de recursos humanos, de atletas. Dentro do que o clube tem ao seu alcance, nós temos a obrigação de buscar potencializar os atletas. Precisamos ter uma equipe competitiva, junto com o apoio do torcedor, que desde o início do ano, com toda dificuldade, o torcedor sempre apoiou. Eles demonstraram cobrança, mas também apoio à equipe. Endosso o trabalho que é invisível, do dia a dia, mas o Avaí está crescendo. Este é o caminho. O jogo é o fim de um longo processo.

Transição

— Podemos debater e compartilhar mais e melhor das boas práticas para os processos do clube e o quanto vai ser bom para o clube. Sobre os resultados, comparando a parte financeira, nossa folha é menor do que a do ano passado, mas uma das maiores do futebol catarinense. Nessa transição toda, tiveram decisões novas, processos novos, e o desempenho de um ano para o outro não continuou. Diversos clubes de SC conseguiram fazer um planejamento anterior ao nosso, porque trocou a gestão. Temos que buscar entender o processo para que a médio e longo prazo os resultados aconteçam. Os resultados não aconteceram só por incompetência nossa, mas por mérito dos adversários.

Novos atletas não rendendo

— É natural ter mudanças no decorrer dos jogos, com competitividade, é um processo natural. Os atletas buscam a melhor forma para retomar a posição. Isso é o mais emblemático nos times, quando a cobrança interna motiva o crescimento. A gente não contrata jogador só para ser titular, mas se perde ou ganha espaço é pela competitividade interna. Os atletas estão em bom nível e a gente aposta na melhora do desempenho deles.

Cobrança x apoio

— A gente lida com pessoas e nos momentos mais adversos eu apareço e dou a mão. Todos ficam inseguros em momentos ruins. Nós temos que ajudar na recomposição para que os atletas tenham um bom desempenho pelo Avaí. Aposto muito nas capacidades humanas. Existe muita cobrança no dia a dia, mas também muito apoio.

Mudança de diretoria e situação financeira

— A troca necessita do tempo, do diagnóstico. Os problemas financeiros que ficaram no passado, atrasos salariais, então começar o ano com gestão de crise não é nada bom. Iniciamos o ano com o impacto esportivo da Recopa Catarinense. Ao longo do ano, vamos buscando aumentar o nível de competitividade do plantel, trabalho associado com o que é feito dentro de campo e fora de campo. Dentro da realidade do clube, buscamos trazer jogadores comprometidos com o projeto. Objetivamente, de pontos de melhora, tivemos melhor integração e alinhamento da parte desportiva e de gestão. Houve troca de treinador. O clube precisava de uma mudança na parte de liderança e técnica. Adoraríamos ter todos os atletas que negociamos, mas não é nossa realidade. São várias coisas. Tem atletas, empresários, outros clubes. Esse processo, da parte metodológica, leva tempo e nesse tempo os resultados acontecem. Não tivemos resultados satisfatórios. Trabalhamos arduamente para buscar as melhorias. Futebol é feito de atletas e qualidade de trabalho. O Avaí vem buscando isso, mas sem comprometer o futuro do clube. Erros e acertos vão acontecer sempre na rotina do futebol. Quanto mais tivermos alinhamento para médio e longo prazo, vamos errar menos. A direção veio para fazer um futebol equilibrado.

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