O Palmeiras é campeão brasileiro de futebol pela 12ª vez, após uma campanha histórica de recuperação na reta final, tornando este um dos títulos mais improváveis da história do clube. A conquista veio após empate com o Cruzeiro, nesta quarta-feira (6), no Mineirão, o que fez o time terminar com 70 pontos, dois a mais do que o vice, Grêmio. Confira, agora, um resumo da campanha alviverde.
Ótimo início e derrocada pós Data-Fifa
Quando se iniciou o Brasileirão, o Palmeiras vinha de um ano iluminado até então, tendo sofrido apenas duas derrotas (uma delas com o time reserva) e conquistado dois títulos – Paulistão e Supercopa do Brasil. E o início no campeonato nacional manteve o roteiro positivo do ano, já que sofreria a primeira derrota apenas na 11ª rodada.
Nas 10 primeiras, foram seis vitórias e quatro empates, incluindo vitórias nos clássicos contra Corinthians (em casa) e São Paulo (fora), ficando em segundo lugar, colado no então líder Botafogo. Depois de uma Data-Fifa, porém, uma derrota de 1 a 0 para o Bahia, nos acréscimos, deu início a primeira grande sequência negativa do time no campeonato.
Logo na sequência, a equipe comandada por Abel Ferreira perdeu o confronto direto pela liderança com o Botafogo, dentro do Allianz Parque. O jogo foi muito frustrante para a torcida, que viu a equipe criar várias chances de gol e desperdiçá-las, incluindo um pênalti no segundo tempo. Depois, seguiu-se uma sequência que, no final, seria de cinco partidas sem vencer, o que aumentou a distância para o Alvinegro carioca. Para piorar, neste período a equipe sofreu duas derrotas para o São Paulo e foi eliminada da Copa do Brasil, nas quartas-de-final.
Na reta final do primeiro turno, porém, o Alviverde conseguiu bons resultados e voltou à vice-liderança. O problema era que, naquela altura, o Fogão quebrava o recorde de melhor campanha de um primeiro turno da era dos pontos corridos – a distância entre os dois times era de 13 pontos.
Diminuição da distância para o líder
O segundo turno começou muito bem para o Verdão, que ficou cinco jogos sem perder e viu a diferença para o líder, finalmente, diminuir. Pela primeira vez, acreditou-se que o Botafogo poderia perder a “gordura” que tinha e sair do primeiro lugar. Vitórias contra Cuiabá, Vasco, Goiás e um empate contra o Corinthians, aliados à três derrotas seguidas do Botafogo, fizeram a distância cair para sete pontos.
Segunda (e última) sequência negativa
Na 24ª rodada, a maré alviverde voltou a mudar. Uma derrota de 1 a 0 para o Grêmio, com gol inacreditável perdido por Raphael Veiga e bola na trave nos acréscimos, deu início a segunda sequência negativa do Verdão na temporada – esta, a pior delas.
Quatro derrotas seguidas, com a desclassificação da Libertadores nos pênaltis para o Boca Juniors, geraram uma crise no clube. A torcida organizada Mancha Alviverde aumentou o enfrentamento contra a presidente Leila Pereira, com xingamentos no estádio. Além disso, um mês antes, por decisão da Justiça, quatro membros da organizada foram proibidos de se aproximarem a pelo menos 300 metros dela.
Criminosos picharam muros da sede social do clube e também agências da Crefisa, empresa da qual Leila é dona. Após isso, a mandatária alviverde concedeu uma entrevista coletiva na qual criticou veementemente estes criminosos e também a Mancha, exaltando também sua gestão e tudo o que a Crefisa já fez pelo clube. Na última derrota dessa sequência (2 a 0 para o Atlético-MG), vários torcedores no estádio protestaram contra a mandatária alviverde.
Mudança de esquema, Endrick decisivo e virada épica
A partir daí, veio a arrancada histórica. Naquela rodada, o Verdão caiu para a quinta posição, ficando 14 pontos atrás do Botafogo, que havia vencido o América. Três dias depois da derrota em casa, o técnico Abel Ferreira mudou o esquema tático do time, que passou a jogar com três zagueiros num 5-3-2, colocando Endrick e Breno Lopes no ataque.
O resultado foi uma vitória de 2 a 0 sobre o Coritiba, no Couto Pereira, o que acalmou os ânimos para a disputa do clássico contra o São Paulo. E no Allianz Parque o time atropelou o rival e igualou a maior goleada alviverde da história do Choque-Rei: 5 a 0, com dois gols de Breno Lopes e Piquerez.
O resultado histórico impulsionou saldo de gols e o time, que ainda venceu o Bahia no final de semana, vendo o Botafogo ser derrotado, dentro do Engenhão, para o Cuaibá. Isto fez com que o Verdão retornasse à vice-liderança e ambos chegassem a uma distância de apenas seis pontos antes do confronto direto.
Aí, aconteceu a maior virada da história do Brasileirão em pontos corridos, levando o Palmeiras a apenas três pontos do líder, que tinha um jogo a menos naquela altura – mesmo assim, a virada épica de 4 a 3 colocou o Verdão de volta na briga pelo título. No primeiro tempo, o Alvinegro foi avassalador e abriu 3 a 0, podendo até ter feito mais.
Na segunda etapa, Endrick diminuiu logo de cara, e o zagueiro Adryelson foi expulso. Na jogada seguinte, porém, o Botafogo teve um pênalti marcado. O craque do campeonato até então, Tiquinho Soares, bateu no canto direito e Weverton, que não defendia uma cobrança de pênalti com bola rolando, espalmou e mudou a história do jogo (e do campeonato). O Verdão cresceu, foi pra cima e virou o jogo, com direito a show de Endrick e gol no último lance da partida.
Arrancada rumo à liderança e título “antecipado”
Na rodada seguinte, o Palmeiras teve de jogar na Arena Baueri, devido a um show em seu estádio. Porém, isto não impediu a vitória por 1 a 0, com mais um gol de Endrick. Dois dias depois, o Botafogo perdeu o clássico diante do Vasco por 1 a 0, e o Verdão igualou o adversário em pontos, ficando atrás no número de vitórias – ainda com um jogo a mais.
Então, veio uma derrota que poderia ter mudado o rumo da história. No Maracanã, o Flamengo dominou o jogo e venceu por 3 a 0, com direito a expulsão de Gustavo Gómez no início do segundo tempo. Entretanto, como é comumente dito por torcedores, pela imprensa e pelo próprio técnico Abel Ferreira, este time é muito resiliente.
Não se pode esquecer que mais uma derrota do Botafogo por 4 a 3 (contra o Grêmio), ajudou demais Abel e companhia. Então, o time retornou à Arena Barueri com a chance de assumir a liderança do campeonato, ainda com o rival na tabela tendo um jogo a menos. E, em mais uma grande atuação da joia alviverde, fez 3 a 0 no Internacional e contou com um empate do Red Bull Bragantino em cima do Botafogo, nos acréscimos, para ficar em primeiro.
A partir daí, a liderança não saiu mais das mãos do Palmeiras. Na partida atrasada que tinha, o Botafogo empatou em 2 a 2 com o Fortaleza e permaneceu em segundo, um ponto atrás. Na rodada seguinte, uma partida duríssima diante do próprio Fortaleza, na Arena Castelão, ajudou o time a ficar ainda mais forte, aliado a mais um empate do Fogão.
Quando perdia por 1 a 0, o zagueiro Gustavo Gómez foi expulso. Porém, a desvantagem numérica não amendrontou o time, que buscou o empate duas vezes e se manteve em primeiro lugar. Depois, as vitórias contra América e Fluminense garantiram o título “virtual”, já que mesmo com uma derrota na última rodada, dificilmente o troféu trocaria de mãos.
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Isto porque os concorrentes Flamengo e Atlético-MG precisariam tirar uma diferença de oito e 15 gols de saldo, respectivamente. No final, ambos perderam suas partidas, com o Galo tomando um 4 a 1 para o Bahia, inclusive. Assim, pela décima segunda vez e pelo segundo ano seguido, o Palmeiras é o campeão do Brasil, mantendo sua hegemonia em títulos brasileiros.