— Continua depois da publicidade —

O automobilismo perdeu, nesta quinta-feira (20), uma de suas figuras mais carismáticas e influentes. Eddie Jordan, ex-chefe de equipe na Fórmula 1, morreu aos 76 anos na Cidade do Cabo, na África do Sul, após uma batalha contra um câncer agressivo de próstata.
A notícia foi confirmada pela família do ex-dirigente, que destacou sua resiliência e paixão pelo esporte até os últimos dias.
“É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento de Eddie Jordan OBE [Ordem do Império Britânico]. Ele faleceu pacificamente, cercado pela família, nas primeiras horas de 20 de março de 2025, após lutar contra um câncer agressivo nos últimos 12 meses”, diz o comunicado.
Nascido em Dublin, na Irlanda, Jordan começou sua trajetória no automobilismo como piloto, competindo em categorias como Fórmula Ford, Fórmula 3 e Fórmula 2. Mas foi como dono de equipe que se tornou um dos grandes nomes da F1. Fundou a Jordan Grand Prix em 1991 e permaneceu à frente da escuderia até 2005, quando a vendeu ao grupo Midland.
Sob seu comando, a equipe revelou talentos que marcariam época no esporte. Michael Schumacher fez sua estreia na F1 pela Jordan em 1991, enquanto Rubens Barrichello teve suas primeiras grandes atuações no time. Damon Hill, Heinz-Harald Frentzen e Giancarlo Fisichella também passaram pela equipe, que conquistou seis vitórias ao longo de sua trajetória.
Após a F1, uma nova carreira na TV e nos negócios
Depois de se despedir das pistas como chefe de equipe, Jordan encontrou um novo caminho como comentarista de Fórmula 1. Trabalhou para a BBC entre 2009 e 2015 e, posteriormente, para a Channel 4. Em 2023, lançou o podcast Formula for Success, ao lado do ex-piloto David Coulthard.
Nos últimos anos, também atuou nos bastidores do esporte, ajudando a intermediar negociações. Recentemente, desempenhou um papel fundamental na saída de Adrian Newey da Red Bull para a Aston Martin.
No final de 2024, Eddie revelou publicamente que estava lutando contra um câncer que havia se espalhado para a bexiga, coluna e pélvis. “Fui diagnosticado em março e abril. O câncer se tornou bastante agressivo”, disse, em uma das últimas aparições em seu podcast.
Apesar da doença, manteve-se ativo e engajado em novos projetos, chegando a discutir, no último dia 17 de março, seus planos para o London Irish Rugby Football Club, do qual havia se tornado patrono.
Homenagens e legado
A notícia da morte de Jordan gerou comoção no mundo do automobilismo. Stefano Domenicali, diretor-executivo da Fórmula 1, lamentou a perda de um dos personagens mais marcantes da categoria.
“Estamos profundamente tristes com a perda de Eddie Jordan. Sua energia inesgotável e seu carisma eram inconfundíveis. Ele sempre soube como fazer as pessoas sorrirem e foi um verdadeiro protagonista de uma era na F1. Fará muita falta”, declarou Domenicali.
Além da paixão pelo automobilismo, Eddie Jordan era um amante da música. Baterista, formou sua própria banda e participou de diversas apresentações. Também gostava de golfe, ciclismo e artes, acumulando uma vasta rede de interesses e investimentos.
Jordan deixa a esposa, a ex-jogadora de basquete Marie McCarthy, e quatro filhos: Zoe, Miki, Zak e Kyle.
