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Em depoimento a CPI, John Textor diz a manipulação no futebol é “uma realidade“

Textor durante a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

John Textor prestou depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE).

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Na tarde desta segunda-feira (22), John Textor, acionista majoritário da SAF do Botafogo, prestou depoimento, em Brasília, na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE). O empresário americano foi convidado a depor devido às declarações que tem dado desde novembro de 2023, ele apontou manipulações de resultados dentro do futebol brasileiro e afirmou ter evidências, no começo deste mês ele inclusive entregou às provas à Polícia Civil. 

Textor afirmou que irá apresentar as provas que tem em uma sessão secreta com os senadores membros da CPI, isso seria relatórios que trariam provas de supostas interferências indefinidas e fraudulentas nos resultados de jogos das edições do Brasileirão de  2022 e 2023, em ambas o Palmeiras foi campeão. 

-Eu penso que, se puder provar, que os jogos de 2022 e 2023 foram manipulados, que isso, junto com outras evidências, possa fazer com que as autoridades possam tomar ações. Não estou aqui esperando receber um troféu ou parabéns, mas descobrimos que aqui não é diferente do resto do mundo. Em toda Europa, a manipulação de resultados é uma realidade e que devemos deixar nossa paixão de lado. Temos uma grande oportunidade, pois a tecnologia nos permite hoje- disse John Textor.

– O que nós descobrimos não é nada diferente do restante do mundo, Bélgica, França, toda a Europa. A manipulação de resultados [no futebol] é uma realidade – afirmou Textor.

Ele foi convidado a prestar depoimento no Senado, sendo testemunha, após fazer denúncias, ainda sem ter provas concretas, de que aconteceram manipulações de resultados no futebol brasileiro. 

– Sou dono de um clube, quero ganhar campeonatos e se eu puder provar, além de uma margem de dúvida, que 2022 foi manipulado, que 2023 foi manipulado, juntos de outras evidências de anormalidades, poderia fazer com que o Tribunal Desportivo, a polícia e esse corpo legislativo possam tomar ações – disse Textor. 

Para o empresário americano, os erros de aplicação das regras não são frutos de falhas de interpretações, mas sim de erros que são cometidos intencionais que são feitos para alterar o andamento dos jogos. 

-Não são erros na aplicação das regras, percebi que não era uma falha de interpretação. As regras para marcar impedimento, faltas, os jogos que assisti, que afetou o Botafogo indiretamente, tratei de enxergar por uma nova perspectiva- disse John Textor.

John Textor defendeu o uso da tecnologia, dizendo que ela avalia o que acontece dentro de campo e se a partida teve uma manipulação em seu resultado final. 

-A manipulação é truque de mágica. Nós todos estamos olhando para a bola, mas no momento chave, quando o jogador chuta, não é ali o truque. É uma atitude diferente, um desânimo quando você deveria estar entregando tudo. A manipulação de resultados acontece em cada milissegundo. Agora temos a capacidade de revelar essa manipulação de resultados. A tecnologia é capaz de avaliar o que é feito dentro do campo e se ocorre ou não manipulação de resultado- argumentou John Textor.

Acusação a CBF

Após a derrota para o Palmeiras por 4  3, em Novembro do ano passado, Textor afirmou que o Botafogo tinha sido roubado e pediu a renúncia de Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol. 

-Isso precisa mudar. Ednaldo, você precisa renunciar pelo bem do jogo. Isso precisa acabar. Isso é roubo, me multa. Você não pode me expulsar, é meu estádio, eu vou continuar aqui- afirmou John Texto na ocasião. 

Após isso, o presidente da CBF processou o acionista da SAF. Dias depois, ele voltou a afirmar que a integridade do Campeonato Brasileiro foi corrompida por erros de arbitragem após divulgar uma análise sobre os jogos do Brasileirão como defesa sobre as denúncias do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). 

No último mês de março, Texto voltou a dizer que  existe corrupção no Brasileirão e afirmou ter gravações de juízes reclamando em não terem recebido propinas que foram combinadas. Após isso, o STJD abriu um inquérito para investigar as afirmações de Textor e determinou que o dono da SAF do Botafogo enviasse as provas de corrupção em até três dias. No entanto, su defesa afirmou que as provas só seriam apresentadas para o Ministério Público Federal. 

Textor ainda firmou que o Palmeiras vem sendo beneficiado por dois anos.  Ele aind afirmou sem ter provas de que um dos jogos manipulados seria a vitória do Palmeiras por 5 a 0 contra o São Paulo, um de seus maiores rivais, em partid válida pela vigésima nona arodada do Brasileirão de 2023. 

Em sua última resposta, ele afirmou que exista uma ”caixa preta em relação à escolha dos árbitros”.Além disso, criticou a CBF e pediu para os senadores reduzissem o poder que a entidade tem.

– Existe uma caixa preta em relação à escolha dos árbitros… Precisamos de liderança da CBF. Vocês deveriam limitar o poder da CBF. Deveriam privatizar a operação da liga. Existe uma força muito grande por trás da organização do campeonato. Acabei me tornando uma pessoa polarizada. Isso se tornou a minha cruz. Vocês sabem o que estão fazendo e peço a vocês que diminuam o poder da CBF. O Brasil exporta os melhores jogadores do mundo. E eu acredito que esse jogo tem que ser jogado aqui. Então está na hora de limpá-lo.

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