O lateral-direito Fagner deu entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, e falou pela primeira vez a respeito do trabalho com o técnico Vítor Pereira. O programa vai ao ar na íntegra no próximo sábado (11), às 23h (horário de Brasília).
Pereira não renovou seu contrato com o Timão ao fim da temporada 2022 alegando problemas pessoais — um problema de saúde com a sogra, que mora em Portugal, seria o empecilho maior, além da distância de sua esposa e filhos, que não poderiam vir morar ao Brasil por conta da tal questão de saúde. Porém, poucos dias após anunciar a decisão, o português iniciou negociação com o Flamengo, acertando de vez com o time rubro-negro tempo depois. Ao ser perguntado pelo jornalista André Plihal sobre as diferenças entre o lusitano e o atual treinador Fernando Lázaro, Fagner não poupou as palavras:
— Eu acho tudo (diferente). Sinceramente, tudo. É o dia a dia, as instruções, a maneira de lidar, olho no olho. Foi muito difícil. Não só comigo, acho que com todo mundo. Desde que eu cheguei ao Corinthians, a gente sempre teve um ambiente muito bom, e no ano passado… A gente conseguiu ainda chegar em finais, poderia até ter ido melhor Campeonato Brasileiro, mas são coisas que as vezes fogem né, você tem que obedecer — disse o jogador.
O atleta ainda comentou todo o contexto envolvendo a saída de Vítor do Corinthians para o Flamengo:
“Não é que faltava diálogo. São coisas que não condiziam com aquilo que ele pedia. Um exemplo: que ele fez mesmo na troca de um clube para outro. Isso aí já mostra um pouco do que você pode esperar daquela pessoa. Eu não posso te falar uma coisa aqui e chegar ali nas suas costas e falar outra”, disparou.4
O ex-Seleção Brasileira exemplificou um momento mais específico vivenciado pelo elenco, quando a equipe paulista perdeu por 2 a 0 para o Atlético-GO, no jogo de ida das quartas de finais da Copa do Brasil, e o comandante fez críticas pesadas na coletiva de imprensa pós-jogo. Segundo ele, foi “onde as coisas podem ter desandado”.
“Talvez. Mas, assim, esse foi um jogo que tinham 3 jogadores voltando de lesão. Eu, Maycon e Willian. No jogo contra o Atlético-MG, a gente vira no ultimo minuto, Fábio Santos de pênalti. E aí a gente vai para o jogo contra o Atlético-GO, um jogo que a gente não conseguiu jogar, um time muito bom. Perdemos o primeiro jogo, que é… não é um bicho de sete cabeças. É um resultado difícil? É. Mas você tinha condições de reverter”, afirmou.
“E, assim, a partir do momento que você vai para a entrevista e expõe que seu time esta saciado, acho que você quer dizer que seu time não tem apetite pela vitória. Não tem fome de vitória. Como assim? Minha vida se resume a vencer. Saio de casa todo dia para treinar, para tentar evoluir, porque quero vencer. Minha vida inteira foi essa competição, assim como a de todos os meus companheiros lá. A gente se cobra. A gente se olha e fala ‘vamos, vamos, vamos’. Então, a partir do momento que você expõe, ‘ah, porque os atletas que voltaram de lesão…’. Ué, mas calma aí. No jogo passado tinha atletas que voltaram de lesão também que jogaram. Ganhou. Por que você não falou a mesma coisa? Então eu acho que essa linha de ‘ganhou está tudo bom, perdeu eu vou expor um ou dois’, acho que tem que ter um consenso. Ou eu vou expor mesmo, na vitória ou na derrota, ou não. Lá dentro eu resolvo meus problemas e aqui fora eu falo o politicamente correto”, encerrou o jogador.
Além de Fagner, outros atletas tiveram diversos problemas com Vítor Pereira, como o atacante Róger Guedes, que entrou em um embate público com o português a respeito de sua posição em campo — Guedes queria atuar como ponta, mas era escalado como centroavante. Além disso, o famoso “rodízio” também foi uma questão que gerou atrito.