O meio campista Gustavo Scarpa, que atualmente defende as cores do Atlético-MG, está transformando o seu sonho de construir a própria pista de skate em Hortolândia, sua cidade natal, em realidade. Entretanto, quem ainda vive um verdadeiro pesadelo ao contribuir para esta conquista pessoal é o empreiteiro Mário Dias Santana, que esteve trabalhando na obra entre maio e julho de 2023 sem registro, alegou condições insalubres de trabalho e não recebimento de valor combinado.
O funcionário afirmou, numa entrevista ao portal LeoDias, que acatou uma construção inacabada e teve contribuiu decisiva para que o andamento projeto seguisse em frente.
“Cheguei e a obra já tinha começado, mas fiz um trabalho de primeira linha. É difícil fazer pista de skate, com o acabamento retinho. Fiquei três meses lá sem registro, sendo enrolado”, disse o pedreiro.
O Instituto Gustavo Scarpa foi o responsável pela contratação da obra, e quem prestou o serviço foi a PUG Skateparks Arquitetura, Engenharia e Comércio. O projeto inicial previa a construção de uma “pista de skate nível internacional” em Hortolândia, cidade natal do jogador, tendo o próprio atleta como intermediário de recursos através da lei de incentivo fiscal.
Mário Dias resolveu, com tudo isso, acionar a Justiça contra as partes, solicitando os retroativos. De acordo com a PUG, o pedreiro teria prestado serviços em uma pista de skate em Indaiatuba, cidade também localizada no interior de São Paulo, por mais sete meses. Entre os meses de julho de 2023 e de fevereiro deste ano, a carteira chegou a receber assinatura, mas não constavam os valores completos, além de também não haver e os vencimentos do INSS e o cumprimento dos direitos CLT. Neste processo, o empreiteiro pede um total de R$ 156 mil.
Mário, no processo, afirma que Gustavo Scarpa usufrui do serviço prestado de maneira direta, mesmo que tenha sido contratado de maneira formal pela PUG Skateparks. Afinal, seus serviços foram prestados ao Instituto, e isso se enquadraria em um caso de quarteirização ou terceirização irregular. Uma outra alegação do solicitante é a falta de fiscalização do instituto com relação aos trabalhadores.
Os advogados do pedreiro que estão cuidando do caso também creem que o Instituto Scarpa e os outros réus terão que responder por todos os débitos. No processo também contém a uma outra alegação de Mário que acusa falta de pagamento por horas extras, descumprimentos de horários, má qualidade de equipamentos de proteção e condições adversas.
“Se chovia, não nos pagavam. Só o dia que iríamos para a obra. Não pagavam final de semana. Fiquei um ano sob essa condição prestando serviço para a PUG”, contou o empreiteiro.
Com uma área de 3 mil m², a pista projetada pelo jogador seguirá os padrões internacionais, tendo espaço dedicado a andar de skate, bicicleta e patins. A entrega da construção estava prevista para acontecer em dezembro do ano passado, mas diversos imprevistos acabaram causando o grande atraso.
De acordo com a apuração feita pelo Portal Hortolândia, o projeto será entregue em breve.