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Entenda se Endrick pode ser punido por se tornar embaixador de medicamento proibido para atletas

(Foto: Wagner Meier/Getty Images)

O atacante Endrick, um dos destaques do futebol brasileiro em 2023, pode ter problemas após se tornar embaixador de uma marca na última semana.

Foto: Wagner Meier/Getty Images

O atacante Endrick, um dos destaques do futebol brasileiro em 2023, pode ter problemas após se tornar embaixador de uma marca na última semana.

A Neosaldina, medicamento muito utlizado para alívio em dores de cabeça, fechou com o jogador um contrato de cinco anos. Porém, uma das susbstâncias presentes na composição do medicamento é proibida e considerada doping para atletas, segundo a Agência Mundial Antidopagem.

Ao Estadão, o staff de Endrick ressaltou que – a Neosaldina e as agências que cuidam da carreira do atleta têm absoluta convicção de que essa parceria foi feita respeitando todas as regras das agências antidoping e desportivas no Brasil e no mundo – disse.

O isometepteno, substância que está no medicamento em forma de mucato, é proibida pela agência. Ele atua na redução da dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais, contribuindo para reduzir a dor no local, quanto na potencialização do efeito analgésico. Na lista mais recente da Agência, a informação aparece na seção S6 da página 15, como um estimulante proibido.

Esse tipo de substância pode mascarar a presença de outros agentes químicos que também são proibidos para os atletas profissionais.

No caso de Endrick, no entanto, não há provas de que ele consumiu o medicamento.

– A Neosa é uma marca que está presente no cotidiano de milhões de brasileiros e também na minha casa, contribuindo para que as pessoas tenham uma vida mais alegre e tranquila – disse, no anúncio da parceria na última semana.

José Cruvinel, diretor de operações da Cliff, médico do esporte e cirurgião de trauma, entende que, por se tratar de um medicamento de fácil acesso, os atletas devem estar atentos ao tipo de medicamento que consomem, e de quem o recebem.

– Em ação com outros analgésicos, o isometepteno potencializa o efeito de outras drogas. Qualquer substância estimulante é proibida. A substância não é ruim, não terá um efeito adverso ao organismo, mas não pode ser utilizada por atletas. Damos o exemplo da Neosaldina aos atletas por ser um medicamento corriqueiro, de fácil acesso. Como um sinal de alerta. Tem de estar atento ao que você vai tomar, saber o que está usando. Não aceitar comprimido de qualquer pessoa – falou.

A seção XI do artigo 127 do Código Brasileiro Antidopagem (CBA), cita que a assistência, incentivo ou ajuda à tentativa de violação de regras antidopagem podem levar a penas de dois a 30 anos de suspensão.

– Penso que nem Endrick nem seu staff nem a empresa que lhe contratou avaliaram por esse prisma (doping). Agiram de boa fé. A princípio, não vejo prática de conduta vedada na legislação nacional ou internacional, contudo, se poderia aventar a prática do artigo 127 do CBA – avalia Milton Jordão, advogado especializado em Direito Desportivo e ex-procurador do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), ao Estadão.

– Inegável que o atleta tem responsabilidades maiores nesse particular, devendo ser zeloso com a sua imagem e com a repercussão de suas ações. Pode sofrer sanção na legislação nacional e internacional. Tudo dependerá da orientação da sua vontade, ou seja, se está ciente, sim. Se ele age de boa fé, não vejo como se falar em violação – completou.

Através de seu staff, Endrick teve seu posicionamento sobre o caso.

– A Neosaldina e as agências que cuidam da carreira do atleta têm absoluta convicção de que essa parceria foi feita respeitando todas as regras das agências antidoping e desportivas no Brasil e no mundo. Endrick e Neosaldina são firmes em defender o jogo limpo e o respeito às regras no campo e fora dele. As duas partes estão muito felizes com a parceria firmada para os próximos cinco anos – disse. A empresa considera ainda que a marca ‘enfatiza a personalidade e a forma alegre e ao mesmo tempo potente e responsável com que buscam atender seus objetivos’.

Depois de conquistar o título do Brasileirão, Endrick foi para os Estados Unidos, em Boston, onde foi conhecer a sede de sua nova fornecedora de materiais esportivos.

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