Na quinta-feira (23), a World Athletics, entidade responsável pela regulação do atletismo mundialmente, decidiu em Conselho pela proibição de atletas transgênero de competir na categoria feminina em provas internacionais. Além do veto a atletas trans, a organização impôs limitações na participação de atletas com diferenças no desenvolvimento sexual (SDS).
Com a decisão da entidade, a partir de 31 de março, fica proibido mulheres trans, que transicionaram de gênero após passarem pela puberdade masculina, participarem em competições do ranking mundial feminino. Atualmente, não há nenhuma atleta transgênero competindo na modalidade internacionalmente, não tendo afetadas pela decisão em primeiro momento.
No caso de atletas com diferenças no desenvolvimento sexual, o Conselho ampliou restrições a respeito do nível de testosterona no sangue. Antes limitado a 5 nmol/L, foi aprovado que atletas SDS precisarão apresentar níveis de testosterona no sangue abaixo de 2,5 nmol/L por dois anos para poder competir em qualquer evento da categoria feminina.
A Federação de atletismo justificou a decisão declarando possuir mais de 10 anos de pesquisa na área, e que coletou evidências de que estas atletas possuem vantagem fisiológica na categoria.
Podem ser impactadas por essa decisão atletas como a bicampeã olímpica dos 800m, Caster Semenya. A sul-africana já havia ficado de fora da disputa das Olimpíadas de Tóquio por conta de possuir um nível acima do que o regulado em 2018 pela entidade.
Em nota, a World Athletics afirmou que “o conselho decidiu priorizar a integridade da competição feminina à inclusão.”, mas que nenhuma decisão feita é permanente e que em 12 meses poderão voltar a se reunir para discutir a questão e reavaliar o posicionamento.