O dia 25 de novembro de 2018 está cravado na memória dos torcedores palmeirenses. A data marca a conquista do decacampeonato brasileiro, mas tem um gosto um tanto mais especial para dois palestrinos em particular.
Rodrigo Dinardi comemorava a conquista alviverde loucamente em um bar na Mooca, Zona Leste de São Paulo. Cercado de seus amigos, extravasou o que queria ter feito no título brasileiro de 2016 mas não pôde.
– Eu tava internado no dia em que o Palmeiras foi campeão (em 2016). Vi o Palmeiras ser campeão do hospital e tive alta nesse dia, mas não consegui comemorar – contou o engenheiro civil, que atualmente tem 26 anos de idade.
Enquanto isso, na Zona Oeste de São Paulo, Nayara Pilon celebrava incessantemente na Rua Palestra Itália, nos entornos do Allianz Parque. Ao saber que a delegação palmeirense faria sua festa no CT, ela não pensou duas vezes e rumou para receber os heróis do Deca.
Entretanto, horas antes de toda essa euforia alviverde, o Palmeiras se entrelaçava no curso de uma história de amor.
A CRUZ DE SAVOIA
Na madrugada que precedeu o título brasileiro de 2018, Nayara e Rodrigo se encontraram e ficaram pela primeira vez por puro acaso. Ou teria sido destino mesmo?
No Anhembi, em São Paulo, acontecia Baile do Dennis (famoso DJ de Funk), quando algo chamou a atenção de Rodrigo. Ele havia se perdido dos amigos, mas foi naquele momento que algo improvável aconteceu.
-Foi bem estranho, porque aconteceu no único momento que eu perdi eles.
De relance, Rodrigo avistou uma tatuagem da Cruz de Savoia, muito similar à de alguém que ele havia dado match no Tinder, famoso aplicativo de relacionamento. O rapaz se aproximou, duvidando das possibilidades e perguntou: “ Nayara?”
Sim, era Nayara.
– Eu fiquei chocada quando ele me encontrou na festa – revelou.
Meses antes, os dois haviam dado match no aplicativo, mas o desinteresse de ambos pelo app nunca deixou nenhuma conversa evoluir.
– Vou falar aqui que a gente só deu ‘match’ por que ele tinha coisa do Palmeiras no Tinder – brincou a advogada de 26 anos.
– Mas assim, eu realmente não costumava falar muito por lá, por isso que a gente não conversava – concluiu Nayara.
– Eu vi ela pela primeira vez no Tinder e tinha um monte de coisa do Palmeiras já. E eu vi uma tatuagem”, contou Rodrigo.
– A gente se falou umas duas vezes e depois nunca mais. Nem trocamos celular, nem nada, mas a tatuagem marcou né? A tatuagem do Palmeiras gravou, não tem como – completou.
Entretanto, mesmo antes desse “desencontro virtual”, Rodrigo e Nayara já poderiam ter se esbarrado, como conta o engenheiro.
– É até curioso eu e ela não termos nos encontrado antes, porque nas nossas conversas a gente descobriu vários jogos marcantes que ela estava e eu também.
O CASAL PALESTRINO
Hoje em dia, Nayara e Rodrigo moram em uma residência extremamente palmeirense na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo.
– Você abre a porta e logo na entrada já tem um quadro do Palmeiras bem grande”, conta orgulhoso o casal.
Desde a madrugada do encontro, não se deixaram de falar nenhum dia sequer, segundo Nayara. Se desencontraram mais algumas vezes até se aproximarem mais no Carnaval de 2019. Assumiram o namoro sério, em abril do mesmo ano e moram sob o mesmo teto desde junho passado.
As famílias, ambas predominantemente palestrinas, às vezes se reúnem para acompanhar os jogos importantes com o casal, que agora compartilha muitas coisas, dentre elas: uma vasta coleção de mais de 30 camisas, a corneta em comum ao Borja, a idolatria a Dudu e Marcos e o retrospecto positivo acompanhando no estádio.
– O futebol une as pessoas – ressalta Nayara.
Além do que já foi listado, eles dividem também um sonho para o Palmeiras:
– A Libertadores. Eu boto fé todo ano, não perco as esperanças – revela Nayara.
– Com certeza! A Libertadores é o maior sonho mesmo – enfatiza Rodrigo.
ALEGRIA, ALEGRIA
Perguntados sobre qual foi a maior alegria daquele dia 25 de novembro de 2018, o casal cai na gargalhada e brinca.
– Meu Deus, aí é para acabar o relacionamento em pleno dia dos namorados.
– Eu nem sei responder. Acho que foram as duas coisas – concluiu Nayara.
– É, porque foi praticamente as duas coisas juntas – complementou Rodrigo.
E em (mais) uma coisa eles concordam: “Não dava para ter sido melhor”.