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Na última quinta-feira (20), o Sport e a Prefeitura do Recife firmaram um acordo de compensação ambiental para a reforma da Ilha do Retiro, com investimento de R$2,7 milhões após análise do Estudo de Impacto de Vizinhança. Essa iniciativa reflete o movimento dos clubes e das empresas proprietárias dos estádios no Brasil em valorizar ações sustentáveis, seja na reciclagem de materiais nos dias de jogos ou na parte estrutural das arenas.
Um dos projetos pioneiros que visam coleta de resíduos em partidas oficiais acontece no Heriberto Hulse, casa do Criciúma. O projeto “Recicla Junto”, implementado pela Cristalcopo, tem o objetivo de coletar todo o lixo gerado durante os jogos do clube para que seja encaminhado ao processo adequado de reciclagem. A iniciativa já retirou mais de 15 mil toneladas de plástico, papel e vidro no Campeonato Brasileiro da Série A no ano passado.
O Internacional é outro clube que se preocupa com ações renováveis em seu estádio. O Beira-Rio, reformado para atender a altos padrões de sustentabilidade, possui a Certificação LEED Silver, que reconhece práticas de construção verde. Uma das principais iniciativas protagonizadas pelo clube é o sistema de captação de água da chuva em 22 das 65 membranas que recobrem o estádio, que são destinadas para duas cisternas com capacidade total de 300m³ e reutilizadas nos vasos sanitários.
Com isso, os 45 mictórios do estádio são secos e não possuem acionamento de descarga de água. A ação deu tão certo que o clube já economizou quase 2,5 mil litros de água em 2024. A cobertura do Beira-Rio, por sua vez, utiliza materiais que reduzem a temperatura interna e aumentam a luz solar para o gramado.
O clube também já reciclou mais de 34 toneladas de resíduos secos no ano passado, gerados em dias úteis e em jogos realizados no estádio. Além disso, o Colorado investe em mobilidade urbana, disponibilizando aos colaboradores e torcedores três áreas com bicicletários, totalizando 300 vagas em locais visíveis e acessíveis.
O Juventude, por sua vez, recorre à energia solar por meio de 240 placas fotovoltaicas divididas entre o estádio Alfredo Jaconi e o CT como uma das ações sustentáveis, permitindo ao clube economizar cerca de R$15 mil por mês. Além disso, o clube realiza um processo contínuo de reaproveitamento de água, onde toda chuva que cai sobre o telhado do ginásio e nos campos do CT são direcionadas para um açude de propriedade do alviverde. Esse recurso é utilizado de forma sustentável na irrigação dos gramados, garantindo eficiência hídrica e redução do desperdício.
Vale ressaltar que o clube irá inaugurar uma lavanderia moderna e sustentável como parte das obras de reforma do CT, investindo mais de R$200 mil. O espaço contará com uma tecnologia de reaproveitamento de água, proporcionando economia e minimizando o impacto ambiental.
Na região Sudeste, o Allianz Parque vem conquistando prestígio internacional por medidas voltadas para o meio ambiente. O estádio do Verdão atendeu 64% dos 14 critérios focados na gestão de resíduos, reutilização de água e ações climáticas, estando no estágio de arenas renomadas como o Santiago Bernabéu, do Real Madrid, e o Allianz Stadium, da Juventus.
O Botafogo-SP, para reduzir o custo de energia elétrica, trocou seus refletores da Arena NicNet/Estádio Santa Cruz por lâmpadas de LED, o que resultou na diminuição das despesas em 50%. O clube adota, também, a prática de classificação de lixo durante os jogos e está inserido no Mercado Livre de Energia, consumindo energia renovável fornecida por meio da Clarke, uma plataforma que conecta fornecedores de energia sustentável aos clientes.
A Arena Pantanal também tem destaque quando o assunto é sustentabilidade. O estádio foi projetado com sistema de reaproveitamento de água da chuva, ventilação para economia de energia e o uso do crédito de carbono, que já compensou mais de 41 mil toneladas de CO2 produzidas durante a construção.
A arena também se caracteriza por possuir uma membrana sintética que envolve todo o estádio, evitando assim com que o Sol bata diretamente na estrutura de concreto, o que facilita a climatização do ambiente. Para compensar as 232 árvores removidas para a construção da arena, foram plantadas 2.080 mudas em uma área de 18.600 m². Esse plantio foi realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria Extraordinária da Copa e o projeto Ação Verde, que se encarrega da recuperação de áreas degradadas nas proximidades do Rio Cuiabá.
No Nordeste, a Arena Castelão foi o primeiro estádio da América do Sul a obter a certificação ambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida pelo Green Building Council, com um sistema de esgoto a vácuo que diminui o consumo de água em todas as áreas. O estádio também é equipado com torneiras de fechamento automático, mictórios com sensores e um sistema de captação de águas pluviais, utilizado na irrigação do gramado, entre outras aplicações.
De acordo com a Secretaria do Esporte e Juventude (Sejuv) do Ceará, responsável pela gestão da arena, o espaço também é projetado para eficiência energética, utilizando iluminação natural e sistema de ar condicionado VRF (Fluxo de Gás Refrigerante Variável), que é considerado uma alternativa mais sustentável em relação a outros tipos de sistemas de climatização.
A Arena Amazônia, situada no Norte do país, foi projetada de acordo com premissas modernas de sustentabilidade e acessibilidade, tanto que 95% dos materiais removidos e demolidos do antigo Estádio Vivaldo Lima foram reutilizados na construção. O estádio também se tornou a primeira edificação do Amazonas a obter a certificação internacional LEED, que atesta construções exemplares, com uso racional de água, eficiência energética, qualidade ambiental interna, uso de materiais de baixo impacto ambiental e estímulo a inovações. A arena disponibiliza sistemas de aproveitamento de água da chuva, estações de tratamento de esgoto e ventilação natural para reduzir o consumo de energia.
