A novela sobre qual seria o treinador que substituiria Dorival Júnior no São Paulo, enfim, se encerrou nesta quinta-feira (11) com o anúncio de Thiago Carpini. O ex-Juventude “venceu a concorrência” de nomes como Luis Zubeldía, ex-LDU, Pedro Martins, que está no Al Gharafa, e Paulo Pezzolano, hoje no Real Valladolid, e terá a maior oportunidade de sua carreira em treinar um gigante do futebol brasileiro.
Um nome conhecido dentro do São Paulo foi (e será) importante para Carpini em sua trajetória no clube paulista: Muricy Ramalho. Segundo André Hernan, o atual coordenador técnico são-paulino foi um dos maiores entusiastas de Thiago Carpini para o cargo de treinador da equipe. Muricy será o elo entre o novo técnico e o elenco, com o objetivo da adaptação ser a mais tranquila possível.
Essa adaptação rápida, aliada ao baixo valor de sua multa no Juventude se comparado com seus concorrentes (“apenas 1 milhão de reais), foram os trunfos para a escolha de Carpini. De acordo com o ge, a entrevista entre dirigentes são-paulinos e o treinador contou muitos pontos, já que Carpini demonstrou conhecer o elenco tricolor, além do desejo de trabalhar com as categorias de base e de se provar em um clube de maior expressão.
Em entrevista ao Flow, Carpini demonstrou muito prestígio pela história do São Paulo, dizendo que “o São Paulo, em qualquer situação, é um gigante do futebol mundial pela quantidade de títulos, representatividade, craques e toda a estrutura”.
Também ao Flow, o agora treinador do clube do Morumbi falou sobre o tipo de futebol que gosta que suas equipes pratiquem.
“Eu gosto de ter a bola, eu gosto do futebol corajoso, de propor, de construção, de dobras e triangulações. Eu acredito no futebol de dribles, de duelos o tempo todo. Claro que a gente tem que se organizar taticamente, mas eu não quero tirar o improviso, o drible, a irreverência. Esse é o ‘nato’ do futebol brasileiro que tálvez a gente tenha perdido um pouco e precisamos resgatar. Gosto de jogador corajoso e competitivo. Tem que ser muito competitivo, eu não vejo futebol de outra maneira. Pra jogar no meu time, tem que gostar de jogar futebol e ter a bola. Às vezes vemos jogos que nem parece futebol, você não tem a bola nunca, só marca, corre atrás dos caras, espera o adversário errar pra reagir”, disse.
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Carpini também declarou seu grande sonho enquanto treinador ao Paulistão Podcast.
“Hoje, meu maior sonho no futebol é disputar uma Libertadores. Não é nem Seleção Brasileira porque acho que ainda é um sonho muito distante. Estou começando uma trajetória, aprendendo muito, mas é trabalhar em níveis maiores. Quero chegar em uma Série A e quero trabalhar numa Libertadores, fazer uma final de Libertadores. Pegar um Brasil e Argentina, eu gosto desse futebol competitivo. Esse é um sonho meu”, comentou o ex-Água Santa.
Graças a uma ascensão meteórica em sua carreira em 2023, Carpini realizará seu sonho em 2024. Isso porque, além de ter sua primeira oportunidade de treinar um clube da elite do futebol brasileiro, ele também terá a chance de disputar sua primeira Libertadores da América, competição na qual o São Paulo se classificou após a inédita conquista da Copa do Brasil no ano passado.
Apesar da pouca idade, o técnico de apenas 39 anos realizará seu oitavo trabalho a frente do Tricolor do Morumbi. Começou como treinador do Guarani, em 2019. Depois, passou por Oeste, Inter de Limeira, Santo André e Ferroviária e Água Santa, todos clubes paulistas. Até que chega 2023, o grande momento de sua carreira até então.
Com o Água Santa, se classificou na fase de grupos do Paulistão com os mesmos 23 pontos do São Paulo e deixando pra trás Guarani e Mirassol, equipes que estavam na Série B naquele momento. Nas quartas-de-final, o Netuno de Carpini fez história ao eliminar nos penaltis o Tricolor paulista no Allianz Parque. O Bragantino, outra equipe com mais recursos que o modesto Água Santa, caiu para os aquáticos nas semi-finais nas penalidades. Na final, a equipe de Carpini até chegou a surpreender o Palmeiras com uma vitória no jogo de ida por 2 a 1, mas levou a virada no jogo de volta e ficou com o vice-campeonato.
Sua passagem pelo Juventude veio para fechar 2023 com chave de ouro. O clube decidiu ir atrás do treinador quando estava na vice-lanterna da Série B. Carpini não só tirou o clube gaúcho da “zona da degola”, como levou o clube para um inesperado acesso à Série A. Foram 17 vitórias, 11 empates e apenas 4 derrotas. Um aproveitamento de 65% em 32 jogos.
Seduzido pelo interesse são-paulino, Carpini terá o maior desafio de sua carreira em 2024. Ele estreará no próximo dia 20 (sábado) às 20h (de Brasília) diante da equipe do Santo André. O confronto é válido pela primeira rodada do Paulistão e será disputado no Morumbis.