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Ex-diretor do Vasco, Paulo Bracks admite surpresa pela demissão; veja o que afirmou em entrevista

Foto: Daniel Ramalho / Vasco

Paulo Bracks foi contratado pela empresa 777 Partners para direção do Vasco em 2022, buscando melhorar a situação do clube Cruz-maltino.

Foto: Daniel Ramalho / Vasco

O Ex-diretor do Vasco da Gama, Bracks cedeu entrevista para o GE e afirmou que se sentiu ‘isolado inconstitucionalmente’ não esperando por sua demissão. Paulo Bracks foi contratado pela empresa 777 para direção do Vasco em 2022, buscando melhorar a situação do clube Cruz-maltino. Em sua entrevista, Paulo Bracks afirmou que tinha iniciativa no clube, mas que dependia da aprovação ‘de cima’ para concretização. Veja o que mais falou sobre este tópico:

O problema maior não foi falta de autonomia, foi a transparência do processo, sobretudo de contratações de atletas, e a fluidez deste processo. Se tivessem sido apresentadas as regras e diretrizes desde o início do trabalho, não haveria perda de tempo. Eu sempre tive autonomia na iniciativa, mas tudo dependia de aprovação de cima. E uma aprovação de quem não estava aqui no dia a dia, de quem não conhecia o futebol brasileiro na sua essência. Demorava e era natural, porque era o começo de tudo. Claro que não era fácil, mas eu não iria jamais expor externamente

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O ex-diretor comentou sobre o que aconteceu na sua demissão no dia seguinte da comemoração pela permanência do Vasco na Série A e deu sua opinião:

Essa pergunta deveria ser respondida por quem tomou a decisão, mas do meu lado, o que aconteceu foi, sim, uma celebração grande de todos do clube após o apito final. Emoção grande no estádio. Primeiro no campo, depois no vestiário, principalmente dos jogadores e funcionários do futebol. Mas também de membros da diretoria da SAF, não usuais nos nossos vestiários, mas estavam lá ao lado de todos. O clima era de título. Me direcionaram para a coletiva junto do Ramon, onde falei de planejamento para 2024. Na manhã seguinte, a caminho do CT, onde eu teria uma reunião com os scouts, recebo a ligação. Em alguns minutos já passaram à imprensa e meu telefone não parou

Bracks afirmou também que saiu com o sentimento de quem fez o que pode, e até mais do que seria possível, sendo ele e sua equipe responsáveis por um trabalho incansável ao Vasco, fazendo uma análise com suas respectivas famílias, dando mais atenção ao clube do que aos seus familiares, tentando reverter a situação do Gigante da Colina, buscando resultados positivos. Veja o que mais Paulo Bracks comentou sobre:

Peguei um time de Série B. Deixei um time de G-7 da Série A. Ninguém apaga isso. Os haters podem até contar a história de uma forma diferente e pior, mas o final é um só e não podem mudar. Contratos fortes, seguros, atletas valorizados e convocados para as seleções brasileiras, ativos, clube respeitado no mercado. Tudo isso com uma torcida maravilhosa e única, que faz o impossível e que merece voltar a comemorar títulos

Bracks comentou sobre sua relação com o ex-diretor técnico, Abel Braga, e comentou ser um grande vencedor, no qual trabalharam juntos no vice campeonato do Internacional, e que sempre foi um privilégio conviver juntos, além disso elogiando a parte técnica e relação com os jogadores que Abel possui, sabendo controlar o vestiário. Assim, comunicou que sua demissão gerou uma revolta Abel Braga, e consequentemente sua decisão de saída do clube carioca.

Ao ser perguntado sobre um meme compartilhado na internet onde ao afirmar que ainda iria planejar para 2024, o técnico Ramón Díaz olhou para seu filho como se já soubesse da decisão da demissão de Bracks, o mesmo afirmou que não acredita nesta ideia. Veja o que ele disse:

Não vi esse vídeo. Mas é polêmica vazia. Fui eu que avisei ao Ramón e Emiliano da demissão, poucas horas depois, e a reação deles foi totalmente incompatível com quem sequer pudesse prever algo parecido. Não sabiam e não podiam saber, porque quem tomou a decisão sequer falava com eles. Mas é simples de resolver, se pairar dúvida. Quando estiverem com eles, se eles forem ficar, claro, basta perguntar

O ex-diretor adicionou que sua relação com o técnico do Vasco era ótima, afirmando ser um cara vencedor, elogiando tanto o pai, quanto o filho, auxiliar de Ramón Díaz, sendo também um dos melhores preparadores físicos com quem já trabalhou. Entretanto, comentou que um dia ainda iria trabalhar com eles novamente, citando como o ‘mundo da bola gira rápido’.

Paulo Bracks também questionou a ideia de que o time performou mal após o gasto de mais de 100 milhões em contratações, afirmando ser uma má interpretação:

Aqui tem um mito que precisa ser derrubado. Falaram muito isso no ano e toda vez que escuto arrepio. Vamos lá. Primeiro, não começamos um trabalho do zero. Começamos do negativo, não era uma folha em branco para desenhar. Começamos o ano ainda com jogadores da Série B. A pré-tempotada teve jogadores remanescentes da B e poucos reforços. A mudança estava sendo executada, dentro da filosofia e cronograma da empresa. Segundo, com todo respeito, R$ 100 milhões não é essa fortuna toda que algumas pessoas fora do mercado do futebol acham. R$ 100 milhões foi o que o rival pagou em um só jogador! Um! Como dizer que R$ 100 milhões para iniciar a montagem de um time totalmente novo é muito? Não é. É, hoje, aí sim. R$ 100 milhões em um time montado, com uma base forte, é diferente. Esse valor hoje é umas três, quatro vezes mais suficiente do que ano passado. Terceiro, não foi dinheiro no ralo. Os atletas comprados estão aí no clube, e te afirmo que a maioria vale muito mais do que foi pago na compra. Léo Jardim, Léo, Lucas Piton valem absurdamente mais do que quando chegaram, sem entrar em outros nomes. Os ativos estão no clube e darão retorno financeiro. É lógico. Quarto e último, investimos R$ 100 milhões, mas arrecadamos mais de R$ 100 milhões. As vendas do Andrey, Pedro Raul, Eguinaldo e Palacios renderam muito mais do que foi investido no início do ano. O dinheiro voltou todo e rápido. Foi ano de arrecadação recorde no clube. E sem disputar título relevante, por ser primeiro ano de projeto

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O ex-diretor vascaíno adicionou que sobre a má performance, o ano foi dividido em três níveis, onde no começo de janeiro até abril, foram razoáveis, de maio a agosto foram ruins, mas que na terceira parte do ano, foram muito bem, sendo o sétimo colocado no returno do Brasileirão. Por fim, ao ser questionado sobre o rendimento do meia Dimitri Payet, Bracks foi em defesa do jogador:

Não! Payet decidiu pelo menos dois jogos para nós. O gol antológico contra o América-MG, em um jogo em que não jogamos bem, mostrou a credencial de um craque. Ele vai voar ainda mais em 2024. É acima da média. É diferente. E não só como atleta, é também como pessoa. Que ser humano trouxemos para o clube. Uma pessoa humilde e que foi líder em alguns momentos no vestiário, mesmo sem falar ainda a língua. Chegou aqui no início da temporada dele e no meio da nossa. Quando equilibrar o tempo, tem tudo para ser o melhor jogador do futebol brasileiro no próximo ano. A torcida o abraçou quando chegou e ele faz o mesmo. É a cara do Vasco, como são outros jogadores desse elenco

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