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Ex-jogador do Santos, Camanducaia relembra vice do Brasileiro e elogia Gallo

Camanducaia (Foto: Divulgação / Redes Sociais Camanducaia)

Em entrevista exclusiva, Camanducaia falou sobre diversos assuntos.

Foto: Divulgação / Redes Sociais Camanducaia

Em exclusiva ao Portal Esportes News Mundo, Marcelo Camanducaia, ex-Santos, relembrou a campanha do Campeonato Brasileiro de 1995, onde o Peixe foi vice-campeão em uma final repleta de erros da arbitragem. Além disso, a atual gestão de Andrés Rueda e a importância de Alexandre Gallo foram temas abordados.

O ex-atleta reside em sua terra natal, Camanducaia, no sul de Minas Gerais. Por lá, é dono de uma pousada e de uma escolhinha de futebol Meninos da Vila. Camanducaia relembrou o duelo contra o Botafogo e os erros do árbitro Márcio Rezende de Freitas.

– O primeiro gol do Túlio estava mais de um metro impedido e o bandeira validou o gol. No segundo tempo, o Marcelo Passos acabou empatando o jogo logo no começo, num lance em que o Capixaba, com a mão, trouxe a bola e cruzou e o Marcelo fez o 1 a 1. Até aí, os dois gols foram irregulares, mas depois em uma jogada treinada, eu sai, praticamente, 60 centímetros para trás do defensor do Botafogo e fiz o gol, mas o Márcio Rezende bateu no peito e disse que o impedimento era responsabilidade dele, mesmo o bandeira tendo validado o gol.

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– Foi frustrante, porque você vê os torcedores chorando e nós fomos descobrir no vestiário que o meu gol foi válido e o juiz anulou. Foi um balde de água fria, ficamos no vestiário cabisbaixos e tristes porque foi por água abaixo um trabalho de um ano todo. O que nos deixou feliz foi a nossa saída do Pacaembu, pois a torcida nos tratou como verdadeiros campeões, a nossa chegada em Santos foi bem legal, teve a participação do corpo de bombeiros. Fomos recebidos como verdadeiros campeões.

A gestão Rueda foi duramente criticada pelo ex-jogador, já que para ele o perfil do atual presidente santista é o oposto do perfil ideal para estar no cargo.

– O atual presidente, Rueda, não tem conhecimento de tática e de nada de futebol, isso ele mesmo falou quando foi candidato à presidência do Santos, e na minha opinião o presidente tem sim que entender de futebol, de vestiário e de campo. Então, foram três anos que o Santos brigou para não cair no paulista, fazendo uma gestão pífia e desesperadora.

Camanducaia fez duras críticas ao presidente Andrés Rueda, mas rasgou elogios para o atual coordenador técnico do Santos, Alexandre Gallo, que jogou ao seu lado em 1995.

– O Gallo, como atleta, me ajudou muito. Quando eu subi para o profissional ele sempre conversava comigo e me encorajava. Ele dava toda a tranquilidade e o suporte pra mim. Como capitão, ele era um líder, tudo o que precisava reivindicar para a diretoria era ele quem reivindicava, inclusive aquilo que os atletas pediam. Um verdadeiro líder.

– Uma decisão acertadíssima foi retorno dele. O Rueda trouxe o Falcão, que tem um nome, mas qual identificação do Falcão com o Santos? Nenhuma. Muitos ídolos do Santos moram em Santos, como o Léo, o Renatinho e o Giovanni. Parece que o Rueda não gosta dos ídolos que passaram pelo clube e amam o clube. Creio que agora estamos no caminho certo, colocando pessoas que amam o clube.

CONFIRA OUTRAS FALAS DE CAMANDUCAIA:

SOBRE A CONSTANTE MUDANÇA DE TÉCNICOS NO SANTOS:

– É complicado, porque cada treinador tem a sua filosofia de trabalho e os atletas que traz. Essa troca frequente, para o clube, é prejudicial. Olha as dívidas com ex-treinadores que vão se acumulando. Por isso que falo, o presidente tem que entender muito de futebol e tem que ter ao lado dele um coordenador, como é o Gallo agora, que conheça muito de futebol para tentar ser assertivo na contratação dos técnicos.

SOBRE SEU PAI SER SANTISTA:

– Meu pai é um santista da época do Pelé, Pepe, Mengálvio, Coutinho e Zito, o esquadrão que fez o mundo inteiro se render. Quando os olheiros me chamaram pra fazer a avaliação no Santos, meu pai até se emocionou, porque, ele como um santista “doente”, viu a oportunidade do filho ir para as categorias de base do Santos e ficou muito feliz.

ORIENTAÇÕES NA ESCOLINHA:

– O mais importante de tudo é formar bons cidadãos, que são o futuro do nosso país. Na escolhinha você tem que ter disciplina, somos bem rígidos com as crianças. Por outro lado, tem o lazer e a diversão, porque são apenas crianças, comentamos muitas vezes com os pais que não adianta ficar cobrando muito as crianças, justamente por serem crianças, temos que ter esse cuidado.

– No que a gente puder orientar e acrescentar na vida desses meninos, a gente fala. Principalmente, o que, muitas vezes, leva a pessoa a perder tudo o que ganha, é simples, como o vício da bebida, o vício do fumo, das drogas e as noitadas. Tem que ter muito cuidado com a fama, porque vem os convites de baladas e shows, mas eu sempre digo para os meninos que isso vai contra a saúde do atleta, pois o atleta depende do corpo para poder realizar seu trabalho.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO PARA O ATLETA:

– Na questão do estudo, eu garanto que de 20 alunos em cada categoria, um ou dois gostam de estudar. Então é onde a gente bate firme, porque o estudo tem que ser o primeiro lugar na vida do ser humano. Quer tentar o futebol? Beleza, mas tem que estudar, porque quando para ainda há metade da vida para poder fazer alguma coisa.

O QUE MAIS SENTE FALTA DE QUANDO JOGAVA PROFISSIONALMENTE:

– O jogar. Estar ali treinando no dia a dia com os companheiros, aquele pré-jogo, tudo isso é muito bom. Dá saudade, mas hoje, de vez em quando, jogo minha bolinha e mata um pouco dessa saudade. O jogar futebol tá no sangue.

O QUE MAIS GOSTA NA VIDA DE APOSENTADO:

– A família, porque quando a gente joga não tem meio de semana e nem final de semana, eu não tinha natal e, às vezes, não tinha ano novo. Era treinar desde o começo do ano, já que a temporada pega o ano todo. Então, agora é ter um contato maior com a esposa e os filhos, agora nos finais de semana acabo ficando em casa, já que não preciso mais concentrar para os jogos. Isso nós não tínhamos e hoje, graças a Deus, tenho a minha esposa e meus filhos e quando temos um tempo livre procuramos passear e fazer aquilo que eu não conseguia.

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