Nesta última semana, a jornalista Fernanda Gentil participou no Otalab, programa do Canal UOL comandado por Otaviano Costa. Na sua participação, a agora repórter da Cazé TV relembrou dos seus 15 anos na Globo, onde ela viveu alguns fracassos, mudanças grandes na sua vida social e sua saída da emissora.
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Durante seu período na Globo, Fernanda apresentou diversos programas esportivos e até de outros temas, como fofoca. A jornalista também foi responsável por liderar alguns programas que são lembrados como grandes fracassos da emissora.
“Não tem um culpado. Eu seria incapaz de dizer foi isso ou isso. É um conjunto de fatores. Foi o período que eu mais fui criticada na minha vida profissionalmente e tudo era culpa minha, as pessoas querem achar um culpado porque é essa a indústria hoje. Ela vai vender manchete se achar um culpado, falar mal e dar porrada nessa pessoa.”
Fernanda também relembrou como criou uma “casca grossa” para as críticas. “O primeiro momento em que eu fiquei muito exposta nesse lugar de receber crítica foi quando eu cumprimentei o ceguinho [pessoa com deficiência visual], na Copa da África do Sul. Hoje a gente ri, mas eu levei muita porrada naquele momento. O comentário mais carinhoso que eu li foi loira burra. Isso foi em 2010, minha primeira Copa”.
“Eu faria tudo isso de novo porque para mim fica a lição. Eu nunca tive a pressa de fazer sucesso nem no primeiro, segundo ou terceiro programa. Quem quer vencer rápido nunca venceu. Eu não saí do esporte para fazer sucesso. Se eu quisesse sucesso eu teria ficado lá. Eu nunca fui tão grande como eu fui no esporte. Meu maior tamanho que eu já ocupei na vida foi dentro do esporte. Eu saí para fazer mais coisas e ser realizada. Abrir outras frentes. Eu fiz tudo isso naqueles tempos de entretenimento e continuo fazendo até hoje.”
Gentil afirma que apesar de não ter sido o programa combinado com ela, a convivência era incrível. “A casa teve muita confiança em mim. Me deram três pedreiras, no sentido de três programas inéditos na TV aberta. Voto de confiança três vezes. Óbvio que eu faria de novo, mas ia tentando aprender. Faria diferente. Senti falta de não poder escrever junto, que é uma parte que eu adoro e criativa pra entender como eu poderia acrescentar aquilo ali. O primeiro Se Joga era um programa que não tava na reta. Não foi para aquilo ali que eu saí [do esporte]. Eu saí pra fazer outro programa que acabou não rolando e aí rolou o Se Joga. Tem muita coisa que eu mudaria, mas a convivência era maravilhosa.
“Na época que a Fernandinha e o Thiaguinho se separaram, eu estava no Se Joga e tinha um negócio da fofocada e vida dos famosos. Ali, talvez, foi o único momento que eu botei mais na minha decisão porque eu vou morrer sendo a funcionária, uns chamam de trouxa, a trouxa. Eu vou morrer sendo trouxa porque eu sou muito mais a pau mandada. E eu me vi chegando no entretenimento num lugar que apesar de não ser o programa que combinaram comigo, era um novo programa, o primeiro de uma nova área. Eu só fui meio que ‘sim, senhor’.”
Ela ainda pontuou que dentro da emissora você não é, você está lá. “Não adianta estar lá e bater o pé que quer do seu jeito. Às vezes, vai dar e outras não. A engenharia é muito maior do que você. Ninguém em uma Tv Globo é, só tá. A gente só está. Eu falava isso lá dentro. A Xuxa foi embora. Quem somos nós? Brilha no teu tempo, na tua passagem, e daqui a pouco faz o teu rolê.”
No começo deste ano, Fernanda deixou a Globo depois de 15 anos na emissora, logo depois da sua saída do canal ela rumou para um novo projeto na Cazé TV, onde ela cobriu o Sul-Americano Sub-20 e irá cobrir a Copa do Mundo Feminina que começa neste mês de julho.
“Eu não estava mais pensando em fazer esporte como eu fazia lá e não vai ser. Eu saí do esporte para falar também de esporte, não só de esporte. Chegou um momento que eu não tinha muito mais para onde ir ali dentro e so podia continuar falando disso. Eu saí do esporte para abrir o leque, mas já jamais deixar de falar sobre esse assunto que eu amo, que me formou e realizou.”
Ela ainda relembrou o convite para integrar o time da CazéTV: “Caiu para mim essa oportunidade e convite incrível quando tava já pedindo para sair da Globo. Quase que na mesma semana veio a reunião. Eu ainda falei ‘Não é possível, será que já vazou isso?’. Foi uma grande coincidência. (…) Veio também como essa solução para minha inquietação de querer voltar a falar de esporte, mas poder fazer milhões de outras coisas que é o que eu tô fazendo.”
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Em 2016, Fernanda viveu uma das suas maiores mudanças na sua vida, a jornalista assumiu publicamente seu namoro com Priscila Montandon, o casal segue junto até hoje. Fernanda falou sobre como na época isso foi tratado por todos ao seu redor.
“Nunca recebi tanta carta. As pessoas voltaram a mandar carta. E-mails com histórias pesadas, difíceis e bonitas também. Lembro de algumas assim e vidas sendo salvas por essa história. Foi um boom, mas você abre um canal que não se fecha mais, graças a Deus. Em todas as esferas. Como inspiração, referência e coragem. Exemplo não porque eu não quero ser exemplo, mas servir de inspiração. Uma luz no fim do túnel ou uma esperança. Gentil também afirma a importância de levantar a bandeira, seja ela como for.”
“Eu acredito muito na minha maneira de levantar que é naturalidade (…) O único critério desde então sempre foi nunca esconder. Nunca viver escondida. Já fiz isso lá em 2016 então depois desse passo foi muito mais entendendo o dia a dia que era muito novo para mim.”