O ano de 2022 chegou ao fim no Internacional e ele foi marcado por diversos sentimentos por parte da torcida. Os Colorados encararam, na última temporada, a despedida de um ídolo, um início de ano ruim e, por fim, o crescimento no Campeonato Brasileiro, que resultou em uma vice-colocação e classificação para a fase de grupos da Libertadores.
Se o ano do Internacional foi inconstante, todavia, isso passa diretamente pelo setor central da equipe. Tanto a função de volante, quanto a de meio-campo, passaram por diversas transformações e testes, para, ao final da temporada, encerrar em alta. Até chegar a isso, todavia, o Colorado viu jogadores há anos no clube sendo vendidos, se aposentando ou indo para o banco de reservas. Relembre abaixo como e quem foram os nomes responsáveis por “controlar a bola” em 2022.
Volantes
Logo na estreia da temporada, o técnico Alexander Medina entrou com um dos mais contestados volantes do elenco como titular. Após um 2021 ruim, Rodrigo Dourado já tinha saída cobrada pela torcida, o que só foi ocorrer em junho, para o San Luis, do México. Apesar dos números bons para um volante – 3 gols em 20 jogos – o jogador de 28 anos não conseguiu render bem, principalmente no fator intensidade.
Outro jogador que iniciou o ano como titular, e já deixou o Internacional, foi Liziero. Contratado por empréstimo junto ao São Paulo, inicou a temporada na segunda função, mas a baixa intensidade fizeram Medina o tirar da equipe. A chegada de Mano Menezes, todavia, deram uma sobrevida ao volante, que passou a atuar na primeira linha, indo bem na reta final do Brasileirão. Mesmo assim, não foi o suficiente para convencer o Colorado a exercer o direito de compra. Aos 24 anos, deixou Porto Alegre com 28 jogos disputados, sem gols ou assistências.
Se a chegada de Liziero não deu tanto resultado, o mesmo não se pode dizer de Gabriel. Primeiro volante contratado junto ao Corinthians, rapidamente caiu nas graças da torcida do Internacional. Com bom posicionamento e desarmes precisos, era o líder de roubadas de bola do Brasileirão antes de romper os ligamentos do joelho. Além disso, ainda chegou a ser capitão. Sem dúvidas um dos grandes nomes do Colorado em 2022, tendo atuado em 43 partidas.
Johnny, por sua vez, foi quem mais aproveitou a inconstância, ou lesões, dos volantes titulares. Aos 21 anos, o jovem agarrou as oportunidades com Mano Menezes e não saiu mais do time titular, principalmente após o problema de Gabriel. A boa fase, inclusive, o colocou na lista de suplente dos Estados Unidos para a Copa do Mundo e despertou o interesse da Roma, da Itália. Ao todo, participou de 40 jogos, com três gols marcados e duas assistências em 2022.
Para finalizar os volantes que atuaram em 2022, está uma das principais promessas para o futuro da equipe. Aos 20 anos, Matheus Dias foi promovido do sub-20 já na segunda metade da temporada e, quando entrou, conseguiu garantir a segurança defensiva. Por conta disso, deve ganhar mais chances na próxima temporada, já que nesta foram apenas três jogos.
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Meias
Por mais uma temporada o principal meia do Internacional, em números brutos, foi Edenilson. Ao todo foram 10 gols e 5 assistências, em 56 jogos. No entanto, apesar das estatísticas positivas, dentro de campo a situação foi a inversa. Falhando em momentos decisivos, como na eliminação precoce na Sul-Americana para o Melgar, do Peru, o camisa 8 foi alvo de nova chuva de críticas sendo que, nas quatro linhas, não conseguia mais dar resposta. Teve venda para o Atlético-MG comemorada pelos Colorados nas redes sociais.
Além de Edenilson, outro jogador que teve saída do Internacional comemorada pela torcida foi Gabriel Boschilia. Titular indiscutível até se lesionar em 2020, nunca mais conseguiu se recuperar plenamente. Por conta disso, começou o ano já entre o departamento médico e o campo, tendo atuado em apenas 8 jogos antes de acertar com o Coritiba, ainda durante o estadual.
Para finalizar a lista de “decepções”, está o camisa 7 Taison. Contratado em 2021 sob a expectativa de ser o dono do time, nunca conseguiu se firmar. Nesta temporada, ainda se viu envolto de duras questões familiares – como a morte do pai – e pouco conseguiu somar dentro de campo. Foi crescer de rendimento somente nas rodadas finais, mas não o suficiente para o Internacional topar renovar o contrato, que se encerra em abril. Deve deixar o clube gaúcho após 34 partidas em 22, com 4 gols e assistências.
Se Taison foi um jogador experiente que “deixou a desejar”, o mesmo não se pode dizer de Alan Patrick. Repatriado após deixar o Shakhtar Donetsk, por conta da guerra entre Ucrânia e Rússia, o camisa 10 nunca se escondeu do jogo, dando passes precisos e controlando a bola. Mesmo sem o preparo físico ideal, foi um dos principais nomes da temporada, com 7 gols e 4 assistências em 30 jogos disputados. Assim como Gabriel, também foi capitão na reta final do ano.
Outro jogador contratado nesta temporada, e que se encaixou perfeitamente na equipe foi Carlos de Pena. Trazido inicialmente para o lado esquerdo do ataque, foi readaptado por Mano Menezes como segundo volante. Na função, o uruguaio passou a ser um dos pilares da equipe, auxiliando Alan Patrick na armação e Gabriel na marcação. Além disso, ainda virou o dono das bolas paradas da equipe, com 7 assistências e 5 gols em 43 partidas.
Outro meio-campista que começou o ano desacreditado e encerrou como titular absoluto foi Maurício. Com Alexander Medina, o jovem de 21 anos parecia sem função em campo até que, com a chegada de Mano Menezes, foi colocado mais aberto pelo lado direito, mas com liberdade para centralizar e armar. Desta forma, cresceu na reta final do Brasileirão e encerrou o ano com 9 gols marcados, além de 5 assistências, em 55 partidas. É, junto de Johnny, os nomes mais sondados pelo exterior nesta janela de transferências.
Os jovens Lucas Ramos e Estevão, inclusive, também receberam oportunidades. Promessas da base do Internacional, e com características de bom passe e maior controle de bola, receberam alguns chances na temporada e agradaram tanto Mano Menezes, quanto a torcida, o que deve render mais minutos em 2023. Ao todo, o primeiro jogou 10 partidas, enquanto o segundo 12, tendo marcado um gol pela Sul-Americana.
Para encerrar, esse foi o ano de despedida do argentino Andrés D’Alessandro. Um dos maiores ídolos da história do Internacional voltou ao clube apenas para se aposentar em frente a torcida. Mas, mesmo aos 41 anos, era um dos principais nomes da equipe quando entrava. Em 12 jogos, conseguiu marcar dois gols, sendo o mais emocionante deles justamente no jogo de despedida, diante de um Beira-Rio lotado, contra o Fortaleza, pelo Brasileirão. Deixou uma última impressão positiva junto a torcida e agora, já aposentado, tem atuado como comentarista.
