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Flamengo é denunciado no STJD por canto homofóbico da torcida em partida contra o Grêmio

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Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
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O Flamengo foi denunciado, nesta quarta-feira, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por um canto homofóbico da torcida na partida contra o Grêmio, no Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil. No jogo, realizado em 15 de setembro, parte dos torcedores rubro-negros entoou o gripo de “Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê”. O julgamento pelas Primeira Comissão Disciplinar do STJD será realizado na próxima segunda-feira, às 13h.

A denúncia da Procuradoria do STJD se deu após o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ apresentar uma “Notícia de Infração” com imagens da torcida entoando o canto homofóbico. Depois de analisar as cenas, a Procuradoria “entendeu que o comportamento da torcida do Flamengo se enquadra no artigo 243-G do CBJD”, que fala sobre “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.

A pena prevista no artigo 243-G é de “suspensão de cinco a 10 partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de 120 a 360 dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código, além de multa de R$ 100 a R$ 100 mil”.

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– Para além da mera hostilidade verbal, pessoas homossexuais e transexuais correm risco de ter sua integridade física atacada por conta de sua orientação sexual e, para ilustrar o cenário, dados de 2012 da Secretaria de Direitos Humanos mostram que naquele ano foram registradas mais de 3 mil denúncias de violações de caráter homofóbico no Brasil, que envolviam quase cinco mil vítimas, sendo a discriminação e violência psicológica os principais tipos de violência notificados, ao passo que o Grupo Gay da Bahia relata que 326 pessoas foram assassinadas por conta de homofobia no ano de 2014 no país e outras 318, em 2015, valendo citar algumas das formas mais comuns como a homofobia se manifesta: agressão verbal e moral, violência psicológica, agressão física (empurrões, espancamento etc.), agressão sexual – diz um trecho da acusação da Procuradoria.

Apesar do jogo ter sido realizado em setembro, a denúncia só ocorreu uma semana após o Flamengo ser eliminado da Copa do Brasil pelo Athletico-PR, na semifinal.

Além do Flamengo, o árbitro Rodolpho Toski, os assistentes Bruno Boschilia e Victor Hugo Imazu dos Santos, o quarto árbitro Lucas Paulo Torezin, o inspetor da CBF, Almir Alves de Mello, e o delegado da partida, Marcelo Viana, também foram denunciados no STJD por não terem relatado o fato na súmula.

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