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Flamengo ou Botafogo? Para qual clube torcia Zagallo

Zagallo faleceu na última sexta-feira (Foto: NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)

Zagallo faleceu na última sexta-feira e terá corpo velado neste domingo, na sede da CBF, na Barra da Tijuca

Foto: NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images

Zagallo era uma das figuras que evocava um raro sentimento de respeito entre torcidas rivais. O ex-atacante e treinador acumulou passagens pelos quatro grandes clubes do Rio, mas fez história no Flamengo e Botafogo. O Velho Lobo nunca chegou a declarar uma torcida entre os dois, mas já deu “pistas” ao longo da vida.

— Os rubro-negros dizem que sou Flamengo; os alvinegros, que sou Botafogo. A imprensa também acha que torço pelo Botafogo. Eu deixo a coisa rolar, mas que o coração pende mais para um lado, isso é verdade — contou ele em 1996, em depoimento pressente no livro “Zagallo, um vencedor”, de Luiz Augusto Erthal e Vanderlei Borges.

Zagallo pelo Botafogo (Foto: Acervo Botafogo)
Zagallo pelo Botafogo (Foto: Acervo Botafogo)

No Botafogo, o ídolo foi homenageado em estátua no Nilton Santos. É também no dia do seu nascimento, 9 de agosto, que é comemorado o dia do torcedor botafoguense.

No entanto, nutriu um grande carinho pelo rubro-negro. Em entrevista à ESPN, em 2000, quando reassumiu o cargo de técnico do Flamengo, Zagallo falou em “sonho ainda melhor” ao chegar ao clube.

— Eu tenho raízes dentro do Flamengo […] É uma torcida que empolga, que me arrepia.

Zagallo pelo Flamengo (Foto: Acervo Flamengo)
Zagallo pelo Flamengo (Foto: Acervo Flamengo)

Um pouco depois, em 2009, quando Botafogo e Flamengo se enfrentaram na final do Carioca daquele ano, o Velho Lobo voltou a ser questionado sobre sua torcida pelo ge e manteve o mistério no ar:

— Não tenha dúvidas que tenho um carinho muito grande pelos dois clubes. Se eu falar que torço para um, vou ficar contra o outro. Não vou falar em resultados, o coração fica dividido. Quando me perguntam, prefiro dizer que sou seleção brasileira.

Zagallo conquistou títulos pelos dois clubes. Foi tricampeão carioca pelo Flamengo (de 1953 a 1955), clube pelo qual se profissionalizou. Já no Botafogo, foram dois estaduais (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Depois que encerrou a carreira, iniciou como técnico no alvinegro. Na nova função, esteve à beira no campo na conquista de mais quatro estaduais, dois para cada lado: Botafogo em 1967 e 1968 e Flamengo em 1972 e 2001.

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