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Em um encontro decisivo na noite da última quinta-feira (20), o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apresentou ao Conselho Deliberativo não só promessas grandiosas para o futuro, mas também algumas feridas abertas do passado recente. A maior delas: um déficit financeiro expressivo em 2024. Mas nem só de notícia ruim vive a Nação. Para 2025, o clube prevê receita recorde de mais de R$ 1,5 bilhão, algo inédito na história rubro-negra — e no futebol brasileiro.
O baque de 2024: quando a conta não fecha
Na apresentação que durou quase três horas, Bap não fugiu do tema mais espinhoso: as finanças do último ano. A gestão anterior havia prometido um superávit de R$ 71 milhões, mas o que se viu ao final de 2024 foi um déficit de R$ 1 milhão, resultando numa diferença negativa de R$ 72 milhões entre o que se esperava e o que realmente aconteceu.
Mas o que causou esse rombo? Segundo o próprio presidente, grandes investimentos e gastos não planejados impactaram diretamente o fluxo de caixa. Entre eles, estão reforços para o elenco e — o ponto mais emblemático — a compra do terreno do Gasômetro, onde o Flamengo pretende construir seu estádio próprio.
Caixa em queda livre e dívida nas alturas
Um dos pontos mais preocupantes apresentados foi a redução drástica do caixa rubro-negro. Em janeiro de 2024, o clube contava com R$ 234 milhões disponíveis. Mas ao fim do ano, o valor caiu para apenas R$ 69,8 milhões — sendo que em 19 de dezembro esse número chegou a R$ 32 milhões. Ou seja: o Flamengo terminou 2024 com o caixa quase no vermelho.
Além disso, a dívida líquida do clube saltou de R$ 48 milhões para impressionantes R$ 346 milhões. Mais da metade desse aumento (R$ 243 milhões) ocorreu apenas no segundo semestre de 2024.
Estádio, contratações e a promessa de futuro
Mesmo diante do cenário desafiador, Bap defendeu os investimentos realizados, principalmente a aquisição do terreno para o tão sonhado estádio rubro-negro. O projeto, segundo ele, é essencial para a independência do clube — e para que a torcida finalmente tenha uma casa para chamar de sua.
Contratações como Carlos Alcaraz e Gonzalo Plata também foram citadas como apostas para manter o Flamengo competitivo dentro das quatro linhas. Mas, como se sabe, reforço bom é aquele que entrega resultado e se paga dentro de campo. A diretoria aposta nisso.
Revisão de rota: o plano para 2025
De olho em dias melhores, a atual gestão revisou o orçamento para 2025. A nova previsão aponta para uma receita histórica de R$ 1,514 bilhão, com superávit estimado em R$ 180 milhões — R$ 55 milhões acima do que havia sido projetado anteriormente.
Os principais motores dessa arrecadação vêm de direitos de transmissão, premiações, venda de jogadores e receitas comerciais. O otimismo é grande, mas Bap deixou claro: a meta só será batida se houver disciplina orçamentária e controle sobre os gastos.
O que vem por aí: contas, votos e pressão
Em abril, duas reuniões fundamentais vão movimentar os bastidores da Gávea: a votação da prestação de contas de 2024 e a análise do novo orçamento para 2025. O clima, como era de se esperar, é de cobrança e expectativa.
A nova diretoria tem pela frente um grande desafio: recuperar a saúde financeira sem abrir mão da competitividade esportiva. É a típica equação que tira o sono de qualquer dirigente, ainda mais em um clube com pressão de título em todas as frentes.
A temporada está só começando
Se 2024 terminou com mais interrogações do que vírgulas, 2025 chega como um ano-chave. O Flamengo quer (e precisa) mostrar que consegue ser gigante dentro e fora de campo. A torcida, que nunca abandona, espera transparência, ambição e resultado.
Porque no Flamengo, a régua é alta. E o sonho, sempre bilionário.
